Literatura: chegada de Macondo e adeus a Guimarães Rosa

Redação Recorte Lírico

O ano de 1967 marcou, também, a literatura. Entre lançamentos de João Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Antônio Callado, destaca-se a chegada às livrarias argentinas de “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel García Márquez.

O romance do autor colombiano que ganharia o Nobel da Literatura 15 anos depois, em grande parte por causa dessa obra, marcou a época. Lançado dois dias antes de “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, a reação do público leitor foi similar a vista entre fãs dos Beatles: um entusiasmo contagiante.

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Ano de 67 é marcado pelo lançamento de “Cem Anos de Solidão”. (Imagem: Reprodução)
A publicação do romance, porém, não somente influenciou profundamente a vida dos leitores, mas a de seu autor também. “O problema depois de escrever ‘Cem Anos de Solidão’ foi que eu não sabia mais para quem dos milhões de leitores eu escrevia. Isso me incomoda e inibe. É como ter um milhão de olhos sobre seu ombro, e você não sabe realmente o que está pensando”, contou o autor à revista “The Paris Review”, em 1981, confessando que passou os cinco anos seguintes sem conseguir escrever.

No Brasil. No mesmo ano, chegaram às livrarias brasileiras o último lançamento que João Guimarães Rosa faria em vida. O livro “Tutameia: Terceiras Estórias”, que une 40 contos do autor de “Grande Sertão: Veredas”, foi lançado meses antes de morte do escritor, em novembro daquele ano. Nos anos seguintes, ainda foram lançados “Estas Estórias” (1969), “Ave, Palavra” (1970) e “Antes das Primeiras Estórias” (2011) com escritos deixados por Rosa.

A autora ucraniana naturalizada brasileira Clarice Lispector lançou em 1967 seu primeiro livro infantil: “O Mistério do Coelho Pensante”.

Foi ainda nesse ano que o jornalista, romancista e dramaturgo Antônio Callado lançou “Quarup”, considerado o mais engajado da época. Os acontecimentos do livro ocorrem durante o período que vai da queda de Getúlio Vargas (1954) ao golpe militar de 1964. A história é contada sob a ótica do jovem padre Nando e foca a realidade social e política do Brasil durante o período – narrativa mais do que relevante 50 anos depois de sua publicação.

Matéria do “O Tempo”. 
Da Redação 

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