Ei, você, futuro professor de Língua Portuguesa/Literatura, está pensando em pedir para os seus alunos lerem alguma obra de Machado de Assis, tipo Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas? Talvez não seja uma boa ideia. Na verdade, é uma péssima ideia. Você já leu Machado Realista? Se sim, viu que é algo extremamente profundo e você provavelmente compreendeu 30%. Logo, como espera que seus alunos entendam e gostem?
Machado contista é mais interessante para trazer para a sala de aula, afinal, os alunos precisam saber quem é Machado de Assis, um dos autores mais geniais do realismo brasileiro. Acredito que Machado romancista nem precisamos discutir. Entretanto, o realista não deveria NUNCA ser trabalhado em sala de aula, a menos que o professor tenha uma estratégia de abordagem incrivelmente-fantástica-ultra-sônica-envolvente-que-fará-os-alunos-amarem. Sabe por quê? Os alunos simplesmente não têm a maturidade necessária para ler Machado realista e GOSTAR!
Quando digo maturidade, não me refiro somente à idade dos alunos, mas também ao nível leitor extremamente imaturo, uma vez que alguns não finalizam nem um livro ao longo do ano. Nós, estudantes de Letras e leitores assíduos, sabemos que não somos mais os mesmos leitores de quando tínhamos 14 anos. Nosso nível evoluiu, houve uma maturação leitora que nos permitiu ler, entender e admirar a dimensão das obras machadianas. Não é algo simples, não é simplesmente entregar o texto ou exigir que o aluno leia o livro. Na realidade, fazer algo do gênero, só prova que você, enquanto professor, não estará desejando que o aluno realmente absorva algo daquela leitura.
Sejamos realistas com o “Machado Realista”: As crianças não gostam, não entendem, acham chato, os interesses delas são outros. Seria ótimo se eles lessem, gostassem e compreendessem o quão maravilhoso é? Seria incrível! Mas isso não acontece e nós precisamos encarar a realidade enquanto futuros professores e professores já formados.
Se nem você é maduro o suficiente para entender tudo o que Machado colocou nas entrelinhas de Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas, como você espera que um aluno de oitavo ano seja? Encaremos os fatos: Há uma maturidade necessária (na idade e na capacidade leitora) e os professores são injustos ao solicitarem uma leitura dessas sem uma boa estratégia de abordagem.
não pude evitar de ter a vaga imprenssão de que você arrogantemente fez pouco caso de toda forma de arte além da 7th arte, pouco caso de qualquer forma de arte não clássica… conheci um “leitor assíduo” como você, um imundo, que teve a audácia de xingar de “lixo barato infantil” obras que nunca se quer pensou em consumir, pelo simples fato de serem “mangás” e “jogos eletrônicos”, formas de arte que são de fato, recém-nascidas. a mesma pessoa, logo em seguida mencionou a superioridade” de romances como “Hamlet” e, adivinha!? “Dom Casmurro”! assumindo de forma ESCROTA que todas as pessoas “maduras” necessariamente possuem gosto por “romance”, “realismo”, “drama” e “tragédia”, generos indescritivelmente INSUPORTÁVEIS para os que apreciam dos sons de espadas e armas de fogo como eu!
eu li uma versão diminuída de Dom Casmurro a mais de 10 anos atrás, quando eu tinha não mais do que 14 anos, e obviamente, não notei nada de profundo nas entrelinhas da obra, afinal, eu não era um rapaz milagrosamente prodígio capaz de perceber e compreender o conteúdo profundo e filosófico nas obras de Machado de Assis, sem experiência de leitura nenhuma e com ridículos 14 anos de idade… mas xingar Berserk (Kentaru Miura) de “lixo barato infantil” só por não ser alguma porcaria clássica, ou só por ter gore, é implorar pelo ódio eterno de qualquer pessoa que tenha sido, advinha!? MADURA o suficiente pra consumir Berserk antes cegamente o xingar de “lixo barato infantil”! (e xingo o clássico de “porcaria” por mera revolta, não por falta de reverência! afinal, Shakespeare e Machado de Assis não tinham culpa de hoje existirem uns fanboys qualqueres de arte clássica que arrogantemente menosprezam tudo oque é moderno!)
No livro ” admirável mundo novo” existe uma experiência com crianças de uma determinada classe que em contato com os livros levam choques elétricos fazendo com que, na idade adulta, não se aproximem dos livros mantendo os em suas castas inferiores..
Não apenas Machado de Assis, mas a literatura em si deve obedecer uma idade não apenas cronológica e sim de intelectualidade.
Perfeito, a sua analogia, pois um professor deve descer ao nível dos alunos, e não o contrário!!