El Camino é um bálsamo para os fãs de Breaking Bad
Os fãs de uma das séries mais aclamadas de todos os tempos enfim podem morrer em paz. Brincadeiras mórbidas a parte, El Camino veio para fechar com chave de ouro a história “inacabada” de Breaking Bad.
Por razões óbvias, todos sabem que o (anti) herói da série que se passa em Albuquerque, no Novo México, é o Walter White, entretanto qual telespectador não tinha curiosidade em saber o que acontecia com Jesse Pinkman após sua fuga dos neonazistas, não é mesmo?
Informo que a partir deste momento o texto contém spoiler de El Camino.
El Camino é um bálsamo para os fãs de Breaking Bad, mas não por contem fan service a torta e a direita, mas por respeitar as histórias dos personagens e tratá-los com o devido valor de aprofundamento psicológico e nas tomadas de decisões.
Não era muito difícil fazê-lo, visto que o showrunner era o mesmo da série, o aclamado Vince Gilligan, que se utilizou dos personagens e cenários certos (e poucas cenas iniciais) para nos transportar para os momentos áureos de tensão vivenciados por White e Pinkman.
Por falar em tensão, o filme é certeiro: três pontos altos e excelentes do filme trazem Jesse em perigo iminente, como quase sempre lhe era peculiar:
Primeiro momento o fugitivo invade a casa de Todd Alquist atrás de grana, claro, e é surpreendido com policiais (?) que certamente buscam evidências. Misturado com flash backs muito reveladores, Pinkman fica encurralado e resolve da maneira mais Breaking Bad possível.
Num segundo momento alto de tensão no filme, Jesse vai atrás do cara que supostamente conserta aspirador de pó, mas que foi indicado pelo Saul Goodman em casos de apuros (lembra? ele que deu um sumiço no White na série), interpretado pelo Robert Forster que, ironicamente, faleceu no lançamento do longa, na últiam sexta-feira. Lá na loja os dois têm um diálogo excelente, digno de Breaking Bad e a cena termina até com polícia, em mais uma encrenca que o Jesse se mete. No terceiro momento ele protagoniza uma verdadeira cena de cinema antigo, em um embate faroeste, com o Jesse se desvencilhando mais uma vez.
O longa é um fechamento especial para todos que aguardavam mais um pouco de conteúdo para essa brilhante história. E o mais interessante é que há um final distinto para o Jesse Pinkman, que acaba trilhando o seu próprio caminho, como já era de se imaginar…
Gosto muito do personagem (e do desempenho do ator) Mike Ehrmantraut, principalmente em “Better call Saul”.
Idem, Beto. Além do Mike, que dá um show nas duas séries, destaco os momentos de tensão entre White e Hank e o Fring. É espetacular a forma como as cenas se desenvolvem. O Vince Gilligan compôs uma verdadeira obra de arte moderna.