Nunca seremos primeiro mundo
Continua após a publicidade..
Ao contrário do que muitos pensam, não são só as questões econômicas que qualificam um país como primeiro mundo, certamente a economia estável e crescente é um forte ponto para a qualificação no ranking, mas não é só isso. O Brasil sempre foi um forte candidato à promoção, do terceiro para primeiro mundo, devido a características geográficas e econômicas potenciais. Porém algumas questões sociais, culturais e educacionais assolam nossa nação, dificultando a cada ano esse acontecimento, que mais parece um sonho distante.
Imagem: IstoÉ |
Alguns países que integram a cúpula do primeiro mundo cultivam ações e costumes intrínsecos. A própria população cresceu com as respectivas ideologias que os diferenciam principalmente dos chamados países de terceiro mundo, como o Brasil. Um exemplo é a Alemanha, que é a quarta maior economia do mundo atualmente, e está em 13ª posição lugar no ranking de melhor educação, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Entretanto, o que mais chama a atenção nesse país é exatamente o comportamento geral dos cidadãos, os valores que carregam e como são expostos em situações cotidianas. Em uma grande fábrica automotiva alemã, valoriza-se uma bonita ação de gentileza. No início do expediente, os funcionários que chegam mais cedo, estacionam seus carros nas vagas que estão fisicamente mais longe do saguão da fábrica, pois acreditam que ao fazer isso contribuirão para que seus colegas que sofrerem uma eventualidade não cheguem atrasados para cumprir seu horário. É quase impossível visualizar essa cultura inserida em nosso país, de modo geral o povo brasileiro não é muito solícito, transborda egoísmo e falta de educação em diversas situações do dia a dia. E o famoso jeitinho brasileiro? Essa “técnica” utilizada para resolver problemas pode refletir em nosso futuro, não podemos esquecer que os nossos políticos são cidadãos brasileiros, ou seja, são fruto da nossa sociedade e nossos costumes.
Voltando o foco para a educação, o Brasil ocupa o 60º lugar no ranking da OCDE. Ficando apenas a frente de alguns países Africanos, como Gana (na última colocação) e África do Sul (penúltima), na pesquisa entraram 76 países. Um grande exemplo de sucesso na área educacional é a Suíça, que ocupa a 8° posição e apresenta um grande potencial de crescimento. Os suecos estão em busca de resultados e estão alcançando os países que seguem no topo da lista, como os cinco primeiros: Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Taiwan.
Os resultados de uma educação adequada estão diretamente ligados aos benefícios econômicos que produzem. A pesquisa da OCDE revela que havendo aumento de estudantes escolarizados com o nível básico de conhecimento, há também um aumento significativo no PIB dos países. Se o Brasil conseguir escolarizar com qualidade todos os estudantes de 15 anos até 2030, acarretará um aumento de 16,1 % do PIB anual pelos próximos 80 anos.
A situação política e econômica atual do Brasil não é favorável para que consigamos atingir os respectivos números. Logo, a junção da imaturidade sociocultural com a impossibilidade do avanço efetivo no nível da educação nacional, nos remete à dificuldade da evolução brasileira. A chegada ao primeiro mundo é apenas mais um dos diversos mitos criados para encobrir a real situação estrutural do país. Nunca serão!