O Rogério de cada um

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A sociedade busca sempre um culpado para tudo de ruim que acontece no mundo. Um dos culpados seria o diabo, pois ele é o pai de todo o mal que existe. Porém o que a sociedade não enxerga é que o mal está para todos assim como o bem e vai de as pessoas escolherem aquilo que elas querem seguir e praticar. Por este motivo, Deus deu a humanidade o poder de escolha, por meio do livre arbítrio. Pensando nisso, analisei a música da banda “Supercombo” chamada Rogério, que carrega o mesmo nome do álbum, lançado no final de 2016. A banda, com esse projeto, retoma o conceito “Rogério” em todas as faixas do álbum, com intuito de mostrar que “Rogério” (o lado negativo) é parte de todos nós.

Já leu o livro Dr. Jekyl e Mr. Hyde do escritor escocês Robert Luis Steverson? Se não, aqui fica minha indicação. Esse livro também traz a ideia de que todo ser humano tem seu lado bom e seu lado ruim, e aquilo que for mais forte dentro de si irá prevalecer. E com base nisso, fazendo uma análise da música, percebi que Rogério poderia ser todos nós ou o próprio diabo cantando sua “versão” da história e, mais do que isso, criticando a sociedade que o julga. No trecho em que o eu lírico afirma “e todo mundo te odiar como garoto propaganda, pra todo mal que existe nesse mundo”, pode-se notar um ar de desabafo por ele ser usado como exemplo das maldades que as pessoas praticam. As afirmações “Camundongo” e “Espantalho” reforçam a ideia de que, nós, ou no caso o diabo, seria um ser estranho em um ambiente do qual não foi convidado. A “Serpente” seria as pessoas falsas e hipócritas e “creche” representa um ambiente de pessoas que não sabem o que fazem, pessoas imaturas.

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A frase que me causou grande impacto e que explica o início deste texto é: “Eu quero subir e já chegar chegando, na festa dos que já acham que vão subir ao céu, só pra ver geral caindo, de tobogã”, ao meu entendimento a noção de que as pessoas que acham que vão subir ao céu, são pessoas devotas a religiões e que, de certa maneira, pensam ser santas e bondosas, mas que na realidade não são. Tal ideia pode ser confirmada no mundo atual, com gays que sofrem preconceitos ou pessoas que não aceitam crenças diferentes da sua. O “tobogã” é uma sacada alegórica, pois quem cairá, não cairá em uma piscina com água fresca, mas sim em um local quente, infernal, ou seja, um objeto de diversão usado como alegoria de sofrimento. Outra ideia apresentada ao longo da música é “odeio em nome do amor”, o eu lírico é sarcástico ao afirmar que nada justifica o ódio, ou seja, nada do que ele faz ou fez justifica o ódio que as pessoas sentem por ele, afinal, quem ama Deus não deve carregar ódio em seu coração.

Tais observações e análises que fiz foram pessoais, foi meu modo de ouvir e compreender a letra. Acrescento que a banda não disse que a música é uma crítica a sociedade, mas em minha visão, Rogério cabe perfeitamente como crítica a todos nós, que odiamos em nome de um amor que não o verdadeiro, julgamos sem conhecer e acreditamos que nossa crença é a única verdadeira. Todos nós temos um Rogério dentro de nós, basta saber se ele é quem vai comandar seus passos e suas decisões.

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