Jovem cuiabana publica primeiro livro por meio de edital de incentivo à cultura
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A jovem escritora Rafaella Elika lançou seu primeiro livro, o Me Literatura, com apenas 21 anos. Vencedora de um edital de incentivo à cultura da Prefeitura de Cuiabá, a jovem conversou com o Blog Recorte Lírico e nos confidenciou suas motivações literárias, defendeu os editais culturais e cobrou maior divulgação, e ainda falou sobre os principais temas de sua coletânea de contos.
Rafaella estreia no mercado editorial. (Foto: Gilberto Leite/Reprodução) |
RL – Poderia fazer uma breve síntese dos temas presentes em seus contos?
Rafaella – O livro expõe de modo cru inúmeros fatores que podem eventualmente acontecer dentro de um relacionamento interpessoal, como flertes, paixão, desentendimentos, expectativas sufocadas, rancor, assassinato, indiferença, interesse superficial e desinteresse.
Tudo pode acontecer entre duas ou mais pessoas, somos seres humanos diferentes, ímpares, logo o livro expõe algumas das incontáveis possibilidades de histórias que podem acontecer entre duas ou mais de duas pessoas, algumas fictícias ou não, quase sempre muito reais para falar a verdade.
RL – Você fala, sobretudo, de relacionamentos interpessoais. A falta dessa aproximação nos dias atuais foi uma motivação para a construção das narrativas?
Rafaella – Através de minhas observações creio totalmente que sim, o ser humano, não só hoje como antigamente, nunca conseguiu e não consegue se expressar de uma forma íntegra e clara. Somos repletos de jogos, rancor, orgulho e desconfiança, esses comportamentos são uma obstrução dentro da relação, independente de qual seja ela, logo nos desaproximamos cada vez mais, tendo entre nós cada vez mais uma indiferença crescente, uma frieza, uma mágoa inflamada que a qualquer momento explode e põe tudo a perder, deixando as pessoas machucadas e exaustas emocionalmente. É um vício comportamental que nossa humanidade tem.
RL – Acredita que o atual mundo líquido, como teorizou Zygmunt Bauman, onde nada funciona para “durar”, é motivado principalmente pelas redes sociais? Fala sobre isso em algum dos seus contos?
Rafaella – Não concordo totalmente que a motivação principal seja as redes sociais, pelo contrário, acredito que essa ascensão tecnológica tende a melhorar nossos relacionamentos nos aproximando cada vez mais de quem não está próximo fisicamente e até de quem mora conosco, pois podemos estar interligados 24 horas por dia somente ligando o wifi ou um 3G no celular, mas claro que uma moeda tem dois lados, acredito que depende exclusivamente de nós mesmos não tornarmos nossos relacionamentos obsoletos e líquidos. Usarmos as redes sociais de forma consciente é uma tremenda arma que deve ser usada corretamente para revertermos esse jogo da obsolescência emocional.
RL – Você publicou o seu livro através da contemplação de um edital de incentivo à cultura. Para você, qual o tamanho da importância desses editais e a interferência do poder público para a movimentação cultural no país?
Rafaella – Toda. Definitivamente toda a importância! O poder público tem na mão inúmeras oportunidades que devem ser distribuídas para a população, pois no meio dela existem artistas com talentos imensuráveis que só precisam de uma oportunidade. Na minha opinião, os concursos culturais devem continuar acontecendo com regularidade anual ou semestral e devida divulgação para que todos tenham ciência.
RL – Por fim, quais influências, literárias ou não, você recebeu como leitora, e agora como escritora?
Rafaella – De início como leitora foi e são até hoje minhas principais influências Machado de Assis e Edgar Allan Poe, não desconsiderando outros escritores como Friedrich Nietzsche, Cruz e Sousa, Álvares de Azevedo e Olavo Bilac.
A música também sempre foi um fluxo de inspiração muito forte em minha vida, mas são tantos os músicos que só de lista daria um romance. Mas os principais são The White Stripes, minha banda preferida, Amy Winehouse, Lana Del Rey, Chopin e Queens of the Stone Age, fora toda a irreverência com que Eminem rima e as ideologias esperançosas de Tupac que também sempre me deram força e sagacidade.
O cinema também é fortemente presente em meu estilo de escrita e absolutamente apreciado por meu lado de leitora e observadora, gosto muito de filmes mindblowin, clássicos, atuais, estrangeiros, animações, animes, absolutamente tudo que tenha uma boa história e acorde minha escritora interior.
Não só literatura, música e cinema, como as outras artes também me influenciam indiretamente, a dança, o teatro, a pintura. Sou uma artista, logo, toda manifestação artística mantem minha chama acesa.
Contatos da escritora Rafaella Elika Borges:
E-mail: [email protected]
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Instagram: rafaelikab
Facebook: Rafaella Elika Borges
Da Redação