O leão e o bicho-homem – por Moisés António
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O Leão rodeou o mundo inteiro, desafiando os animais da selva, espancando-os todos saiu vitorioso e foi declarado Rei.
Mas, enquanto isso, mediante a essa declaração do respeito e honra que recebera depois que conquistou a vitória sentiu-se orgulhoso e envaideceu-se. Os fatos narravam que além dos animais que existiam na selva, cujos Leão havia derrotado a todos, existia ainda um de quem os animais davam testemunho ao Leão dizendo: “Tu podes até ser o rei da floresta, mas há um em que nele reina a sabedoria, inteligência e poder de transformações na Natureza e no mundo, em que a este tu não podes vencer nem dominar”. Dizia a Raposa ousada.
–E quem é este, de quem tu me falas assim e atribui-lhe tudo isso? Perguntou o Leão curioso e convencido.
– É o Bicho-homem, que não vive na selva, mas vive em grandes cidades e edifícios ora em casas de pau-a-pique, que o mesmo constrói com sabedoria e inteligência. Respondeu a Raposa. Convencido de que era capaz de desafiar o Bicho-homem, disse o Leão:
– Eu vou à procura desse tal Bicho-homem para provar-vos de que eu sou o rei, até capaz de dominar o Bicho-homem e reinar entre eles. Lá foi o Leão a procura do Homem.
Depois de uma longa caminhada de quilómetros, o Leão deparou-se com um rapaz e perguntou-lhe logo: – Será que você é o Bicho-homem? Receado e com medo, o menino respondeu: – Não Senhor. Ainda não sou mas estou quase a ser. Respondeu o garoto.
Receoso o Leão disse consigo mesmo: – Não é este que quero, preciso daquele que diga; “Sim, sou eu”, e lá continuou com a sua marcha.
Depois de mais dezenas de quilómetros o Leão, cruzou-se com um senhor já idoso e perguntou-lhe: – És tu, o famoso Bicho-homem, de quem ouço dizer cujo todos os animais da selva de quem eu sou o rei, mas a ti se lhe atribui honra, glória e poder enquanto eu reino entre eles? Perguntou o Leão furioso e altivo.
Ainda tranquilo, respondeu o velho calmamente: – Não senhor Leão, a verdade é que eu era, mas já o não sou. Ouvindo isso, retirou-se o Leão dizendo consigo mesmo: “ Não é este que quero, quero aquele que simplesmente diga: SIM, eu o Sou!”
Mais adiante se encontra com um jovem caçador que estava bebendo água no rio. Disse o Leão consigo mesmo “este deve ser o tal de quem eu estou a procura”; Aproximando-se saudou o Leão: – boa tarde parceiro! – Bom tarde amigo Leão, respondeu o homem; em que posso lhe ajudar colega? Perguntou o caçador:
Bravoe convencido de que haveria de ganhar a competição, perguntou: –ah! És tu, o tal Bicho-homem de quem todos os animais da selva falam perante mim, atribuindo-lhe honra, glória e poder enquanto eu reino entre todos eles?
– Cheio de ousadia o homem respondeu: –Sim, eu o Sou! Portanto que queres de mim?
– Ahaha, ainda bem! Era mesmo você de quem eu estava a procura; visto que eu reino entre todos os animais, a minha honra, glória e o poder não devem ser atribuídos a outrem. – E o que tenho eu a ver com isso Senhor rei da selva? Perguntou o caçador ousado e já bem agachado com o seu rifle na mão e o dedinho no gatilho.
– Não é outra coisa que aqui me trouxe parceiro… eu rodeei o mundo inteiro desafiando todos os animais da selva e venci-os todos! No entanto fui declarado rei, agora quando me falaram de um outro dominador, eu fiquei pasmado, razão do qual vim desafiar-te e concluir a minha tarefa!
–Ai é?! Exclamou o homem. Já que assim queres então vamos a isso!
O Leão enraivecido saltou a uma arvorezinha preparando-se para atacar o homem, enquanto já o dedo da mão do homem estava bem no gatilho da sua arma, num ápice em que o Leão tenta saltar pronto ao ataque, um disparo alarido saiu fazendo fugir as aves e macacos na mata “ PAMMMMMM!”
Aterrorizado deu um pulo com o braço sangrando, fugiu para a floresta gritando:
– De hoje em diante, já não posso desafiar o Bicho-homem, pois graças a sua inteligência conseguiu livrar-se das garras do animal mais poderoso que existe, assim livrou-se e ganhou esta batalha. Digno és tu, de honra, poder e glória porque afinal nem sempre aquele que mais forte é, é o melhor porque a inteligência até o certo ponto é mais forte do que a própria força; mas ficas, a saber, és por agora meu inimigo, e ai de ti se eu te encontrar indefeso!
Fim…
Eis a razão do qual o Leão ataca o homem, quando o encontra indefeso.
Por Moisés António
Eu preciso do manual do ensino colonial que trata desse texto