O homem que só quer brilhar
Um homem sem destino, indo por um caminho tranquilo, procurando e chamando por ele,
enveredando uma busca por ilusões, farto de suas dúvidas, respirando ar puro, com seus olhos em chamas…dançantes, querendo ver sempre os pássaros que, como jardins, enchem a sua esperança.
Um homem que cuida de sua alma, regando as flores de seu passado, dando ração aos cães do seu futuro.
Outros que nele leem os anos novos de seu fôlego deixam-lhe em paz. Um homem a mil, com o rosto pingando sabedoria e emoção, um homem que se desespera, inchado de Luz, fazendo carinho na Natureza, com um pé atrás a respeito de sua esperteza, tentando ser criança todos os dias.
Derrapar nos castelos de sua paixão e em filosofias, sentar nos cantos, imitar os santos, cavalgar nos meio-fios, sorrir com o rosto sério.
Assim é o homem que só quer brilhar. Aquele homem, distante homem, que adora brilhar na janela, ouvindo o vento, que lhe carrega para Si, para longe, para outros. O homem brilha nas letras da felicidade, mesmo com roupas velhas, pois sabe que dez maravilhas não há. Somente uma há: sua vida, seus animaizinhos, que pinta com os olhos e escreve com o coração.
Esse homem, beija-flor, fulgurante.
Esse bobo, talvez louco, que faz perguntas ao espelho, que vive cegando quem ele vê, um
homem cuja cabeça esvazia-se às vezes, se é que contém algo, pois suas ideias sabem que ele precisa descansar.
Que não quer estar, que não sabe ser, de tanto Ser.
O homem metamorfoseando seu peito, onde há um castelo, branco…o homem do rock, do reggae, por não querer gastar-se em lágrimas. Mas nas lágrimas o homem vê a si próprio, com ou
sem choro…
Homem-Ópera onde há Dor opera.
Ah, o que mais dizer sobre aquele homem, pra quem as pessoas não costumavam olhar, por parecer não existir!?