‘La Casa de Papel’ e a quebra da monotonia no Netflix

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“La casa de papel” provoca um “boom” no streaming Netlfix e na web.

Sempre fui um entusiasta do cinema espanhol. Vi a maioria dos filmes do Pedro Almodóvar, tenho um carinho especial por “A pele que habito”, e me surpreendi com a qualidade do enredo e a condução da direção do filme “Um contratempo”, do diretor e roteirista Oriol Paulo. Eu resenhei inclusive sobre ele aqui no blog (leia clicando aqui). Cito esses títulos para exemplificar, lógico, até porque, só em 2017, eu devo ter visto algumas dezenas de “películas” espanholas.

Resolvi, por esses motivos já mencionados e pelo “boom” da série nas redes sociais (um pouco de ócio “criativo” provocado pelas férias e pela falta de boas opções de séries para assistir no streaming) assistir a “famosinha” “La casa de papel”, e, olha, gostei bastante.

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Gostei por muitos motivos que irei discorrer ao longo da análise, mas antes preciso contar um pouco (sem spoiler) sobre a história. Um grupo de criminosos (em sua maioria assaltantes) resolvem roubar a casa da moeda espanhola, liderados por uma mente brilhante alcunhado por “professor”. O grande segredo do professor é orquestrar o roubo do lado de fora, para sempre antecipar-se à polícia. Porém a intenção do professor não é simplesmente roubar e sair (como eles vão deixar parecendo para a polícia), e sim ficar alguns dias dentro do local para ganhar tempo, e tempo é dinheiro, meus amigos. Nesses dias de sequestro (pois teremos reféns), o plano é fabricar o máximo de cédulas possíveis.

Bom, eu acho que a série possui elementos de gêneros distintos, e isso a faz especial. Ação, logicamente, mas, por vezes, nos vemos estarrecidos, sensação comum ao ver um filme de terror ou suspense. E os elementos do romance. Uma bela sacada no roteiro. Várias conexões amorosas entre as personagens acende o perigo e a puxa a torcida do telespectador.

Outro fator interessante é a série trabalhar com a Síndrome de Estocolmo, por dois quesitos em especial: O primeiro é a questão óbvia de se estar numa trama com um sequestro em curso. Escolheram o personagem/sequestrador correto (no caso o Denver), um dos mais “à flor da pele” dos criminosos, tanto nas ações do crime quanto no tratar com os sequestrados e os demais companheiros. Outro motivo é a questão dos sequestradores utilizarem codinomes com grandes cidades pelo mundo, o que acabou vindo a calhar no fim da série, com um plot twist bem interessante (aguardem).

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Afirmei no título da matéria que ‘La casa de papel’ quebra uma certa monotonia nas séries da Netflix, e isso é uma grande verdade. Surpreendeu-me positivamente, com atuações interessantíssimas, destaque para Pedro Alonso, o Berlín. Personagem excêntrico, narcisista, Pedro atua de forma extremamente convincente, misturando sempre muito humor, questões filosóficas e nos brindando com um desfecho especialíssimo.

A série está disponível na Netflix, no caso a primeira parte, sendo que a segunda parte (últimos 6 episódios) estará disponível no dia 6 de abril.

Eu recomendo e muito que assista a série e tire as suas próprias conclusões, lógico. Mas eu acredito que dificilmente reprovará. É interessante, às vezes, sair da americanização das produções de séries, principalmente no Netflix, trazendo para um contexto europeu, embora latino, que te envolverá não só com os pormenores da língua espanhola, mas também com a essência da sétima arte na Espanha.

 

Nota: 9

Recomenda: Sim

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