Máfia da Dor: Uma Crítica ao Filme de Fraude Farmacêutica com Emily Blunt e Chris Evans
No cenário atual, a indústria farmacêutica está no centro das atenções, e o filme “Máfia da Dor” não hesita em explorar esse tema. No entanto, a obra dirigida por David Yates e escrita por Wells Tower deixa muito a desejar em termos de originalidade e comentários significativos. Vamos mergulhar nessa análise crítica do filme e explorar como ele se encaixa no cenário de produções que abordam a fraude farmacêutica.
A Trama de “Máfia da Dor”
O enredo do filme segue a história de Liza Drake e Pete Brenner. Liza é uma stripper que, devido a problemas financeiros e um incêndio criminoso causado por sua filha Phoebe, é forçada a se mudar com sua filha. Durante um dos seus shows, ela conhece Pete, um representante de vendas da empresa farmacêutica Zanna. Pete oferece a Liza a oportunidade de trabalhar com ele, vendendo o medicamento analgésico Lonafen. A trama se desenrola à medida que enfrentam concorrência feroz e o risco de comercializar um medicamento viciante como não viciante. A reviravolta acontece quando o Dr. Lydell dá sinal verde para a promoção do medicamento.
RELACIONADO: Máfia da Dor: Final Explicado | Por que Liza Drake Expõe a Zanna Pharma?
Comparação a “O Lobo de Wall Street”
“Máfia da Dor” é frequentemente comparado a “O Lobo de Wall Street” de Martin Scorsese, mas as semelhanças param por aí. O filme de Scorsese gerou debates sobre se ele estava endossando as ações de seu protagonista, Jordan Belfort. No entanto, a ambiguidade presente no filme de Scorsese não é vista em “Máfia da Dor”. O filme não deixa espaço para interpretação e, de certa forma, “alimenta” a mensagem diretamente aos espectadores.
Falta de Comentário Significativo em “Máfia da Dor”
“Máfia da Dor” falha em fornecer um comentário significativo, especialmente para aqueles que já assistiram a muitos filmes e programas sobre fraudes na indústria farmacêutica. O filme retrata a exploração de brechas que personagens como Liza e Pete tentam aproveitar para enriquecer rapidamente. No entanto, ao invés de gerar raiva contra esses personagens, o filme tenta humanizá-los, dedicando tempo a histórias pessoais, como a saúde de Phoebe e a luta de Liza como mãe solteira. Isso diminui a intensidade da crítica que deveria ser direcionada a esses personagens, que de fato contribuíram para a morte de milhões de pessoas.
Estilo Visual e Atuações em “Máfia da Dor”
A primeira hora de “Máfia da Dor” demonstra um estilo visual interessante, com uso de zooms abruptos, quadros congelados, narração em off, intercalação entre a narrativa fictícia e entrevistas fictícias, além de uma cinematografia dinâmica. No entanto, o filme falha em manter a intensidade e a aversão necessárias para retratar personagens tão controversos. Além disso, as performances de Emily Blunt e Chris Evans são inconsistentes, e a falta de domínio do sotaque prejudica a credibilidade do filme.
Conclusão – Uma Produção Previsível e Desinteressante
Em resumo, “Máfia da Dor” se encaixa no gênero de filmes que exploram a fraude farmacêutica, mas deixa a desejar em termos de originalidade e comentários significativos. Enquanto Scorsese conseguiu transmitir a repulsa que seu personagem merecia em “O Lobo de Wall Street”, “Máfia da Dor” opta por humanizar personagens que, na realidade, causaram danos irreparáveis. Além disso, o estilo visual e as atuações não conseguem elevar o filme acima do nível de previsibilidade. Como espectadores, esperamos que os cineastas nos ofereçam perspectivas originais, mesmo em histórias que já foram contadas muitas vezes. Infelizmente, “Máfia da Dor” falha nessa tarefa e se torna uma produção que provavelmente será esquecida rapidamente.
4 thoughts on “Máfia da Dor: Uma Crítica ao Filme de Fraude Farmacêutica com Emily Blunt e Chris Evans”