Barbie: Uma Desconstrução Cintilante e Profunda do Feminismo e Crítica ao Patriarcado
Desde o anúncio do filme ‘Barbie‘, opiniões diversas o cercaram. Inicialmente, Amy Schumer era cotada para o papel principal, mas Margot Robbie assumiu o papel. O mundo digital criticou a escolha de Ryan Gosling para viver Ken. Além disso, revisitou-se a história problemática da icônica boneca e sua fabricante, Mattel. Pessoalmente, os trailers me deixaram receoso, imaginando que a maior parte da história aconteceria no Mundo Real para economizar nos efeitos visuais.
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Críticas misóginas surgiram após as primeiras exibições, mas a equipe de marketing manteve-se confiante na qualidade do filme. Felizmente, ‘Barbie’, co-escrito por Greta Gerwig e Noah Baumbach, prova-se uma obra-prima.
O enredo do filme gira em torno da boneca titular, que vive no Mundo Barbie. Sua rotina é monótona, até que, um dia, ela começa a refletir sobre a vida e a feminilidade. Aconselhada a visitar o Mundo Real com Ken, ela percebe que o véu que separa os dois mundos é mais do que uma barreira sobrenatural. A viagem revela a falta de impacto do feminismo propagado pelas Barbies no Mundo Real, enquanto Ken tem suas próprias descobertas sombrias.
O roteiro de Gerwig e Baumbach aborda questões profundas. Explora a história e o impacto cultural da linha de brinquedos, apontando para sua liderança predominantemente masculina. Além disso, discute a complexidade da feminilidade e suas várias facetas, rejeitando rótulos de perfeição ou imperfeição. Aborda também temas como imagem corporal, ansiedade, depressão e as expectativas impostas às mulheres.
Mesmo sendo um filme produzido pela Mattel, o longa não se esquiva de discutir o capitalismo e a objetificação sexual. Também retrata a difícil interação com homens, expondo suas atitudes insensíveis e, ao mesmo tempo, oferece uma mensagem positiva sobre o papel masculino, convidando os homens a rejeitarem o patriarcado e buscar igualdade e empoderamento.
Em termos técnicos, o filme é impecável. A maior parte do filme acontece no Mundo Barbie, com produção, figurinos, CGI, efeitos visuais e sonoros de alto nível. O tom exagerado e caricato combina perfeitamente com a narrativa. A cinematografia de Rodrigo Prieto e a edição de Nick Houy criam cenas memoráveis, como a dança dos Kens. Além disso, Gerwig encontra espaço para momentos mais sutis, equilibrando brilho e profundidade.
O elenco é excepcional, com Margot Robbie cativando na transição de uma Barbie descompromissada para alguém que questiona a própria existência. America Ferrera surpreende com um monólogo significativo, e a química com Ariana Greenblatt é palpável. Todos os atores que interpretam Barbies e Kens entregam performances brilhantes. No entanto, a estrela indiscutível é Ryan Gosling, que incorpora Ken com entusiasmo e carisma, entregando uma das melhores performances do ano.
A experiência de assistir ‘Barbie’ foi enriquecida pela atmosfera calorosa no cinema, com os espectadores vestindo rosa e celebrando a representação feminina na tela. Embora o filme seja um blockbuster produzido por uma empresa capitalista, as pessoas transformaram-no em uma celebração das mulheres no cinema e na vida real. Isso é um marco importante.
Em suma, ‘Barbie’, dirigido por Greta Gerwig, é uma desconstrução cintilante e profunda do feminismo e uma crítica contundente ao patriarcado. Com roteiro inteligente e abordagem direta, o filme aborda questões complexas de forma acessível e cativante. Técnica e artisticamente, ‘Barbie’ é impressionante, com uma performance marcante de Ryan Gosling e um elenco excepcional. A experiência cinematográfica foi alegre e significativa, destacando a celebração da mulher na sétima arte. Não perca a oportunidade de assistir a ‘Barbie’ no cinema e formar sua própria opinião sobre essa obra-prima.
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