How to Have Sex: Mais do Que o Título Sugere
O filme britânico “How to Have Sex”, dirigido por Molly Manning Walker, é uma obra que vai além do que o título sugere. Vencedor do prêmio Un Certain Regard em Cannes, o longa aborda temas sensíveis como consentimento, sexualidade e as pressões sociais que afetam os jovens. Com uma abordagem única e cheia de nuances, a estreia de Walker no cinema entrega uma experiência emocionante e reflexiva, capturando as complexidades da juventude contemporânea.
Enredo: Mais do que um verão de festas
A trama segue Tara (Mia McKenna-Bruce), Skye (Lara Peake) e Em (Enva Lewis), três jovens britânicas que viajam para Mália, na Grécia, para comemorar o fim do ensino médio. Enquanto se entregam a festas e aventuras típicas da idade, Tara enfrenta a pressão social de perder a virgindade.
O que inicialmente parece um rito de passagem esperado transforma-se em um pesadelo emocional, forçando Tara a confrontar limites ultrapassados e lidar com o impacto profundo de suas experiências.
Crítica: Sensibilidade e impacto emocional
“How to Have Sex” surpreende pela sua abordagem realista e profundamente emocional. Em vez de tratar a juventude com clichês, o filme opta por explorar a autenticidade das relações, os traumas e as expectativas irreais que cercam a liberdade sexual.
Pontos de Destaque
- Direção magistral:
Molly Manning Walker utiliza câmeras de mão e iluminação natural para criar uma sensação de imersão, transportando o público diretamente para o universo das personagens. Sua escolha de retratar o trauma de Tara de forma sutil, focando nos efeitos psicológicos ao invés do ato em si, adiciona uma camada de humanidade à narrativa. - Atuação brilhante:
Mia McKenna-Bruce entrega uma performance poderosa, comunicando a luta interna de Tara com olhares, silêncios e gestos. Seu crescimento emocional ao longo do filme é uma das grandes forças da obra. - Trilha sonora e estética:
A trilha sonora transita entre o frenético e o introspectivo, refletindo o estado emocional das personagens. Os cenários vibrantes, típicos de um verão paradisíaco, contrastam com o tom sombrio da narrativa, destacando a dualidade das experiências juvenis.
Críticas e Observações
Embora o filme seja amplamente elogiado, alguns personagens secundários poderiam ser mais explorados, especialmente Skye e Em, cuja relação com Tara merecia maior profundidade. Além disso, o ritmo lento em algumas cenas pode testar a paciência de espectadores menos acostumados com dramas introspectivos.
Reflexão e relevância
“How to Have Sex” é um filme necessário, especialmente em um mundo onde questões de gênero e consentimento continuam sendo debatidas. A obra não apenas aborda as dificuldades do amadurecimento, mas também questiona as pressões sociais impostas sobre os jovens em relação à sexualidade.
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Veja o trailer do filme ‘How to Have Sex’: