Ilustres desconhecidos da poesia brasileira: Sérgio Rubens Sossélla

Lucas Silos

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O Paraná, apesar do modesto investimento em cultura por parte de seu Governo, é solo fértil de artistas, sobretudo na poesia. De Júlia da Costa a Paulo Leminski, a poesia paranaense – em âmbito nacional – ainda carece de reconhecimento. Nomes como Colombo de Sousa, Dario Vellozo e Walmor Marcelino perderam-se no tempo. Ademais, cabe citar a poesia marginal do movimento “Sala 17” – fundado na década de 1970 por Antonio Thadeu Wojciechowski, L. Scherner e Roberto Bittencourt – em pleno exercício dos militares no poder do país. Os ilustres anônimos são muitos. O que houve com o trabalho do ex-juiz e poeta Sérgio Rubens Sossélla não foi diferente.  

Magistrado, poeta e crítico literário, Sossélla nasceu em Curitiba no dia 27 de fevereiro de 1942. Graduado em Direito na Universidade Federal do Paraná, atuou como juiz em alguns municípios do Estado, vindo a aposentar-se, a pedido, em 1986. Após o desligamento das atividades jurídicas, dedicou-se única e exclusivamente à literatura.

Majoritariamente, seus versos são curtos. Passam pelo etéreo (“não me reconheço fora do sonho”),  refletem, em muitos deles,  a sua fixação por cinema  (“a sessão de cinema vai começar./ releio os créditos./ este filme não irá arrebentar”) e caminham, finalmente (mas não apenas) para o mórbido  (“gosto de conversar com os mortos/ (de preferência os suicidas)/ crianças loucos e vagabundos / nenhum deles arrasta grilhões”) . O poeta faleceu no dia 18 de novembro de 2003. Deixou um legado de aproximadamente 300 obras, muitas delas, inéditas. 
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Poema retirado de seu livro “A linguagem prometida”, publicado, no ano 2000, pela Imprensa Oficial do Estado do Paraná.

Em vida, contou com a amizade de dois grandes nomes da poesia curitibana: Paulo Leminski e Helena Kolody.

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Helena Kolody e S.R. Sossélla.
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Dedicatória do amigo e poeta Paulo Leminski.
 

Agradecimentos: Sérgio Augusto Sossélla e Rosa Maria.

*As fotos pertencem ao acervo pessoal da família de Sossélla.

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