Gutti Mendonça, autor de “A diferença que fiz”, no Recorte Entrevista
O escritor Gutti Mendonça, que possui três livros publicados, concedeu uma entrevista ao Recorte Lírico, falando sobre sua vida, suas obras e o mercado literário. Se você não conhece suas obras e este escritor, continue por aqui e aproveite para acrescentar algumas boas obras à lista de leitura.
Recorte: Falando um pouco sobre o Rogério Mendonça – ou Gutti, como preferir – até mesmo para o público conhecê-lo melhor, gostaria que falasse um pouco sobre sua vida pessoal, formação profissional, etc.
Gutti: Sou um cara comum, trabalho bastante, pratico esportes, namoro e tento me divertir sempre que possível. Sou formado em Tecnologia da Informação (Nada a ver com literatura, não é mesmo?). Ser escritor acabou surgindo como um hobby, o meu primeiro livre teve uma aceitação muito boa do público e decidi continuar escrevendo. Trabalho como consultor de negócios, sou paulista e moro em São Paulo, já morei no Rio e em Curitiba. Viciado em games, séries, livros, cinema. Eu seria o estereótipo perfeito do geek se não fosse vidrado também em todos os tipos de esportes e um tanto quanto baladeiro.
Recorte: Poderia nos contar sobre o seu livro “A diferença que fiz”? O que levou você a escrever essa história?
Gutti: Na verdade a ideia veio meio que pronta na minha cabeça… Eu pensei na situação do Arthur. Uma pessoa internada em um hospital, sem estar doente. Sou meio louco, (rs). Então me perguntei, “Mas porque alguém estaria internado em um hospital sem estar doente?” Então a ideia fluiu naturalmente e os personagens simplesmente surgiram, foi como se eles tivessem vida própria.
Recorte: Ainda sobre o livro, seus personagens, no hospital, apesar das dificuldades, estão sempre ajudando uns aos outros, superando-se e sempre sorridentes, como eles surgiram?
Gutti: Bom, os personagens no livro são crianças pequenas e alguns adolescentes. Eu cheguei a ver documentários, videos na internet e cheguei até a visitar uma instituição, fazendo uma pesquisa de campo para ter mais conhecimento e passar mais verdade possível no livro. E na verdade essa é uma característica das crianças e dos jovens, a grande maioria não tem uma noção completa do que significa estar ali, isso abre uma brecha para que eles não se deixem abater tanto quanto os adultos.
Recorte: Os livros “O preço de uma lição” e “Mais uma chance” foram escritos em parceria com Federico Devito, como surgiu essa parceria e como se deu a criação das histórias?
Gutti: Já éramos amigos, tínhamos algumas historias prontas. Escritas sem nenhum objetivo. O Federico na época estava em evidência, ele teve a ideia de lançar as histórias em forma de livro. Eu abracei a ideia e fomos atrás.
Recorte: Sobre a publicação de seus livros, até para as pessoas que têm interesse em publicar-se, como foi o processo e quais foram as maiores dificuldades enfrentadas no mercado editorial?
Gutti: Sou um caso acho que completamente atípico. Conheci diversos autores depois de entrar nesse meio e ouvi varias historias e desabafos de como é difícil conseguir um espaço nesse mercado. Mas eu tive muita “sorte” logo a primeira editora que mandei o livro, me chamou para conversar em pouco tempo e acabamos assinando o contrato. Desde então fiz bons contatos com as editoras e os editores tem gostado do meu trabalho. Mas sei que fui uma agulha no palheiro, todos os autores que conheci, inclusive autores que hoje já tem um espaço considerável, como a Babi Dewet, por exemplo, travaram uma batalha para entrar no mercado.
Recorte: Na sua visão, qual é o papel da escola e da família na formação de um leitor?
Gutti: Claro que é bom ter o incentivo da família e da escola. Mas sendo sincero, o que me salvou a ser um leitor foi o famoso bruxinho Harry Potter. Eu odiava ler os livros que a escola impunha, aqueles livros de vestibular. Entendo a importância, mas eu simplesmente era moleque demais. A linguagem era difícil, as histórias com desenvolvimento lento. Eu acredito que no colégio, com 14, 15, 16 anos… Ainda não estamos preparados para ler os livros que lemos no colégio (pelo menos eu não estava) Se não tivesse lido Harry Potter e visto o quão prazeroso pode ser a literatura e os universos que elas nos proporcionam, talvez a escola tivesse me traumatizado. Depois cheguei até a reler alguns livros da época de colégio e gostei! Quanto a família, não há duvidas, quanto maior o apoio e o acervo que eles disponibilizam, maiores são as chances de formar um leitor!
Recorte: Como vê a crítica ao seu trabalho?
Gutti: O primeiro livro foi oito ou oitenta. Muita gente elogiou muito, mas teve gente que criticou bastante. Eu entendo, por exemplo no primeiro livro, vi blogueira de 34 anos descendo a lenha no livro, (rs). Não adianta, não era o público daquele livro. Meu terceiro livro certamente seria uma leitura que a atingiria como público. Ao mesmo tempo que algumas adolescentes falavam que era o melhor livro que tinham lido na vida, ou exagero ou não leram muitos livros. Mas tem criticas válidas sim, tem que ter a serenidade de saber separar o que é construtivo, o que não cabe e o que é meramente odioso, os famosos haters. Já no segundo livro e no terceiro, recebi criticas muito boas e excelentes avaliações no skoob. Não tem como reagir mal a isso. Criticas são sempre bem vindas.
Recorte: Quais os autores que são referências para suas obras?
Gutti: Olha, eu tenho muitos autores, muitos mesmo, favoritos. Com certeza eu devo ter influência de vários deles, mas não consigo apontar dedos, tento na verdade seguir o meu estilo, escrever da forma que mais me sinto confortável e transmitir minha mensagem. Escrever para mim sempre foi um hobby, não almejo me parecer com nenhum outro autor ou ter uma obra comparada a algum grande sucesso.
Gutti revelou, ao final da entrevista, que está trabalhando na continuação do seu primeiro livro, “O preço de Uma Lição”.
Da Redação
oi boa noite li o livro ” o preço de uma lição ” e gostaria muito de saber se o rapaz ficou com juliana pois ele foi capaz de fazer um livro pra ela então queria saber o final dessa historia estou agustiada de não saber.