Picas da Galáxia

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Hoje a humanidade explora e coloniza cerca de três por cento de toda a Via Láctea, e avança rápido sobre o restante. Sou otimista e acredito que teremos o controle de toda nossa galáxia em menos de vinte e três milhões de anos.

Não temos a pretensão de ocupar todo o universo. Afinal, se os aglomerados de galáxias afastam-se um dos outros em velocidades altíssimas devido a expansão do universo e não temos estimativa de quando e se poderemos construir veículos que ultrapassem essa velocidade, lançar alguém em direção a outra galáxia é condená-lo a não chegar a lugar algum. Pelo menos daqui a alguns bilhões de anos nossa galáxia vai unir-se às outras do seu grupo local e teremos um pouco mais de lugares para conhecer.

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Ainda assim é lindo, não? Uma especiezinha de macaquinhos capaz de conhecer e compreender cada aspecto das coisas ao seu redor e usá-las com eficiência.

Não foi sempre assim. Quando, por acaso, alguém decide ler livros escritos a cerda de dois milhões e meio de anos atrás, acaba se dando conta que os humanos daquela época eram pessimistas acerca do futuro da humanidade. De forma cômica, foi a busca por algo ridículo que garantiu a sobrevivência da espécie humana para além da existência da Terra (que felizmente ainda está lá como uma espécie de museu que visitamos nos feriados do planeta em que vivemos, com o auxílio dos buracos de minhoca artificiais que criamos para viagens interestelares).

Os humanos daquela época ocasionalmente enviavam um ou outro para o espaço. Nada muito pretensioso. Chegaram a tomar conhecimento da rápida mudança de altura de um astronauta chamado Scott Kelly depois de passar cerca de um ano orbitando a Terra. O astronauta estava algo como cinco centímetros mais alto. Acabou voltando ao tamanho anterior depois de algum tempo, mas poucos se interessaram por isso.

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Anos depois, no entanto, quando um relatório sobre as mudanças corporais de Gregório Ludovico (outro astronauta) foi publicado após esse passar sete anos e meio numa missão de ida e volta a Marte, os machos da espécie enlouqueceram de euforia. Foi constatado um aumento de três centímetros no pênis do astronauta, aumento que não retraiu depois de algum tempo de observação. Daí iniciou-se um grande esforço para tornar as viagens espaciais mais eficazes e hoje estamos aqui, indecisos por ter de escolher entre um planeta de clima mais agradável e um planeta onde podemos montar em elefarontes, um bicho esquisito que só tem esse nome porque lembra, ao mesmo tempo, um elefante marrom e um rinoceronte cinzento.

Ah, sim, claro! Hoje a média do tamanho do pênis aumentou quatro centímetros e meio. Ainda assim tem quem compre pílulas clicando em GIFs pela internet. Afinal, não é toda a galáxia que está disposta a viajar pelo espaço durante cinquenta anos para ter um pênis de trinta e cinco centímetros, como fez o atual recordista.

 

 

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