A quarta temporada de Succession: podemos finalmente parar de torcer pelos Roys?
Depois de cinco anos e quatro temporadas, a série “Succession” pode finalmente ter atingido o ponto em que é difícil encontrar algo agradável ou redentor sobre a família Roy. Ao longo dos episódios, eles têm sido egoístas, manipuladores e cínicos, mas ainda assim, muitos de nós, espectadores, torcíamos por eles, na esperança de que houvesse algum tipo de justificativa ou salvação para suas ações. Porém, o episódio oito da quarta temporada parece ter tirado essa esperança.
A trama é centrada na noite da eleição presidencial e, em particular, na determinação de Roman em garantir a vitória de Jeryd Mencken, o candidato que Waystar Royco apoiou. Mas as ações de Roman, que incluem convocar a eleição prematuramente, causam sérios danos à reputação de Tom, presidente do Global Broadcast News da ATN, e podem ter um impacto negativo sobre o bem-estar dos EUA, já que Mencken é um candidato problemático.
Kendall, por sua vez, fica preocupado com o impacto da eleição sobre seus filhos, mas acaba renunciando a esses sentimentos quando descobre que sua irmã, Shiv, mentiu para ele. Em essência, tanto Roman quanto Kendall renunciam a qualquer senso de responsabilidade social ou nacional para perseguir seu próprio poder e desejos.
A questão aqui não é que “Succession” nos apresenta personagens ruins. A questão é que, durante as primeiras três temporadas, a série conseguia fazer com que torcêssemos por eles de alguma forma. Mas agora, as coisas mudaram. Os Roys estão no seu pior, e é difícil encontrar qualquer tipo de justificativa para as ações deles.
Isso não quer dizer que a série seja menos convincente ou emocionante. De fato, a quarta temporada é incrivelmente bem escrita, com diálogos afiados e situações intrigantes. O que mudou é a nossa percepção dos personagens. Eles são menos cativantes, menos interessantes e, finalmente, menos humanos.
Talvez seja isso o que “Succession” está tentando nos mostrar desde o início. Que, quando você vive em um estado perpétuo de visão estreita, os verdadeiros desejos e necessidades daqueles que estão fora de sua órbita deixam de existir. A única coisa que resta é você mesmo, que está rapidamente se precipitando em direção a um buraco negro de egocentrismo e gula financeira.
Em última análise, “Succession” é uma série sobre poder e dinheiro, e como essas duas coisas podem corromper as pessoas mais próximas e queridas. É uma história sobre a busca pelo poder e pelo controle, e sobre como isso pode destruir o que há de mais importante em nossas vidas. E, no final, pode ser isso que fazemos com as pessoas que amamos que nos torna verdadeiramente ruins. Não é a maldade inerente em nós, mas a maneira como nos permitimos ser corrompidos pelo desejo de poder e riqueza.
“Succession” continua a ser uma das melhores séries da televisão atualmente. Ela nos cativa com sua trama intrigante e seus personagens complexos. Mas agora, na reta final da quarta temporada, não precisamos mais torcer pelos Roys. Podemos apenas sentar e observar, sem a necessidade de encontrar algo de bom em suas ações. Afinal, talvez a série esteja nos mostrando que, às vezes, não há nada de bom para se ver por baixo da fachada. E está tudo bem assim.
Poder e não dinheiro, dinheiro é restrito ao poder que ele trás, passa ao fundo como sempre esteve a disposição do propósito maior.