Cidade Em Chamas: Análise da Série da Apple TV+
A série “Cidade Em Chamas” (City on Fire) da Apple TV+, criada pelos renomados produtores Josh Schwartz e Stephanie Savage, prometia trazer uma narrativa envolvente e abordar temas sérios como investigações de assassinato, gentrificação, vício e a América pós-11 de setembro. No entanto, ao longo de sua temporada de oito horas, a série falha em cumprir sua promessa e se torna uma decepção para os espectadores. Ao invés de desenvolver adequadamente a trama e explorar os temas propostos, “Cidade Em Chamas” se perde em narrativas confusas, personagens unidimensionais e uma falta de profundidade que compromete seu potencial impacto.
Neste artigo, iremos examinar as principais falhas da série, desde a falta de interesse na investigação central até a abordagem genérica dos temas, culminando em uma conclusão que deixa os espectadores indiferentes aos destinos dos personagens.

A série “Cidade Em Chamas” falha em cumprir seu objetivo de abordar temas sérios de forma significativa. Situada em 2003, a história gira em torno de um grupo de pessoas impactadas por uma tragédia: uma garota que é baleada no Central Park. No entanto, a série não se preocupa em desenvolver a investigação sobre o caso, tornando-a desinteressante. Os amigos da vítima não demonstram preocupação com sua situação, o que afeta o envolvimento do público.
Além disso, a série apresenta problemas em conduzir a trama. Por vários episódios, o principal suspeito é muito óbvio, e os detetives gastam tempo investigando personagens inocentes. Quando um novo suspeito é introduzido, ele é exageradamente malvado, o que não se encaixa bem na narrativa. Os dois detetives também não têm uma caracterização consistente, tornando difícil se conectar ou se importar com eles.
Embora haja tempo suficiente para explorar os temas centrais da série, como gentrificação, vício e a América pós-11 de setembro, eles são tratados de forma genérica e sem nuances. A série não aprofunda as consequências do vício e sugere que é fácil superá-lo com força de vontade. A abordagem da gentrificação é questionável, pois é mostrada pelos olhos de personagens ricos, sem destacar os danos causados e as vítimas reais dessa prática. A falta de desenvolvimento dos personagens e suas motivações também prejudica a credibilidade da narrativa.
Outro problema é a dependência excessiva de coincidências para impulsionar a trama, o que diminui o envolvimento e a inteligência dos personagens. A única personagem que se destaca é Regan, interpretada por Jemima Kirke, devido ao talento da atriz e às interações com o elenco. No entanto, até mesmo a história de Regan é mal desenvolvida, revelando informações cruciais sobre seu passado no final sem resolução adequada.
“Cidade Em Chamas” falha em aprofundar os temas abordados e não consegue transmitir a gravidade dos eventos trágicos. A série parece saber o que quer dizer, mas não sabe como fazê-lo. Mesmo em seu nível mais básico, não consegue gerar preocupação genuína pelos destinos dos personagens. No final, a falta de cuidado na execução resulta em uma série que não consegue fazer uma declaração significativa sobre os assuntos que tenta abordar.
Veja o trailer da série Cidade Em Chamas:
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