O Poder e a Lei: Mickey Haller luta uma batalha perdida no drama jurídico da Netflix
A segunda temporada de “O Poder e a Lei“, da Netflix, continua enfrentando desafios para justificar sua existência. Embora Manuel Garcia-Rulfo ofereça uma performance elogiável como protagonista (Mickey Haller), a série ainda não consegue encontrar um ritmo narrativo convincente. Mesmo com melhorias e alguns momentos interessantes, os problemas da primeira temporada persistem.
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A trama retoma após o caso de destaque da primeira temporada, baseada no quarto livro da série de Michael Connelly, “The Fifth Witness”. Mickey Haller (Garcia-Rulfo), um advogado combativo, está aproveitando a fama conquistada com o julgamento, concedendo várias entrevistas e desfrutando de sua nova vida. No entanto, nem tudo são flores. Mickey tenta manter uma boa relação com sua ex-esposa, Maggie McPherson (interpretada por Neve Campbell), enquanto eles co-parentam e trabalham em lados opostos da lei.
A situação se complica ainda mais quando Mickey inicia um relacionamento com Lisa Trammell, uma chef local interpretada por Lana Parrilla, que mais tarde se torna sua cliente quando enfrenta problemas legais relacionados a protestos contra a gentrificação. Além disso, há uma cena de suspense em que Mickey é agredido em um estacionamento, sugerindo um futuro tumultuado para o personagem. No entanto, a falta de envolvimento emocional do espectador dificulta o interesse em como essas peças se encaixam para levar o advogado talentoso a essa situação.
Embora haja alguns aspectos positivos na segunda temporada, como o novo relacionamento entre Mickey e Lisa, interpretada por Parrilla, que adiciona um toque interessante à trama, a série ainda deixa a desejar. As cenas do escritório de Mickey, onde discutem as estratégias para o caso, se alternam com as cenas do tribunal, mas todas parecem mecânicas e pouco envolventes.
Ao contrário de outros dramas jurídicos recentes que desafiam as convenções do gênero, “O Poder e a Lei” se contenta em seguir uma abordagem convencional. Embora essa abordagem não seja necessariamente negativa, pois a série pode servir como uma opção para uma tarde preguiçosa de sábado, a segunda temporada continua girando em círculos, sem se preocupar em construir uma narrativa sólida. A forma como as cenas são filmadas e o diálogo é escrito também contribuem para a falta de impacto emocional, dificultando o envolvimento do público com a trama.
Um dos pontos altos da temporada é a química entre Garcia-Rulfo e Parrilla, evidenciada em uma cena em que Lisa prepara uma sobremesa para Mickey. No entanto, momentos como esse são raros e acabam ofuscados pela falta de substância da trama. Além disso, o elenco de apoio é subutilizado, com suas histórias sendo tratadas como preenchimento narrativo. Os atores desempenham bem seus papéis, mas os personagens secundários não recebem o desenvolvimento emocional necessário para que o público se importe com suas jornadas. Isso é especialmente perceptível na história de Lisa, que envolve um podcaster que criaconflitos artificiais entre ela e Mickey, em vez de oferecer uma dinâmica verdadeiramente interessante.
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O maior problema de “O Poder e a Lei” é a falta de originalidade. A série parece derivada de obras superiores, mas não consegue alcançar o mesmo nível de qualidade. Comparada, por exemplo, com a última temporada de “Better Call Saul”, é evidente a diferença na apresentação das duas séries. Enquanto “Better Call Saul” tem uma visão clara e uma execução excepcional, “The Lincoln Lawyer” parece uma imitação inferior.
Embora seja compreensível que “O Poder e a Lei” não alcance a mesma profundidade de dramas jurídicos de destaque, sua falta de originalidade e execução falha impedem que a série se torne verdadeiramente envolvente, exceto pela performance de Garcia-Rulfo. Após assistir à primeira parte da segunda temporada, é difícil não desejar estar assistindo a uma série diferente, com uma abordagem mais cativante.
A segunda parte da segunda temporada de “O Poder e a Lei” estreia na Netflix em 6 de julho.