William Borden Em Oppenheimer: Ele Propôs A Ideia De Mísseis Nucleares?
William L. Borden, um ex-membro do Comitê Conjunto de Energia Atômica (JCAE), tinha convicção de que a tecnologia avançaria implacavelmente, levando todas as nações a adotarem armamentos nucleares para sua defesa. Sua divergência com Robert Oppenheimer era evidente, pois ambos possuíam experiências e ideologias distintas, sendo também notáveis por suas personalidades fortes e intransigentes.
Borden, formado pela prestigiosa Universidade Yale e ex-piloto da Força Aérea, teve sua vida transformada ao testemunhar um foguete V-2 alemão em plena ação, o que o levou a refletir sobre a necessidade de mudanças nas estratégias de guerra dos Estados Unidos.
RELACIONADO: Oppenheimer: O Homem por Trás da Bomba Atômica
Em 1946, Borden publicou um livro destacando a urgência de preparações para uma guerra iminente e a importância de os EUA desenvolverem um arsenal nuclear completo. Ele temia que a hegemonia americana em relação às armas nucleares fosse ameaçada pela União Soviética e outras nações em breve. Borden defendia uma postura incisiva em relação aos inimigos do país e acreditava que o governo deveria alertar diretamente Stalin sobre as consequências de suas ações. Essa abordagem rígida gerou atritos com Oppenheimer, que ainda defendia a cooperação internacional e era veementemente contra a criação de bombas de hidrogênio.
As tensões aumentaram quando, em 1953, Borden escreveu uma carta acusando Oppenheimer de ser um espião soviético, embora não houvesse evidências conclusivas para sustentar suas alegações. Oppenheimer estava sob vigilância devido a suas ligações com comunistas e suas contribuições para a causa dos refugiados espanhóis. Apesar disso, Oppenheimer foi inocentado das acusações de Borden. O cientista acreditava que sua posição era em prol do bem-estar do país, embora suas ações tenham sido controversas e gerado polêmica.
Em meio à corrida armamentista, Borden defendia o rápido desenvolvimento da bomba de hidrogênio, enquanto Oppenheimer mantinha sua postura contra a criação dessa arma devastadora. O teste da primeira bomba atômica pela União Soviética em 1949 apenas reforçou as preocupações de Borden sobre o panorama perigoso que se avizinhava. Embora o presidente Harry Trueman tenha autorizado a construção da bomba de hidrogênio em 1950, muitos cientistas se opunham à sua criação.
O filme de Christopher Nolan retrata Borden como o antagonista, mas é inegável que ele possuía clareza em suas convicções e anseios pelo bem de sua nação. Sua visão era movida pelo temor do futuro incerto e a determinação de que os EUA deveriam ser inclementes com seus inimigos. Por outro lado, Oppenheimer seguia uma abordagem mais diplomática, buscando evitar a proliferação de armas nucleares por meio da cooperação internacional.
Em resumo, William L. Borden foi um homem com ideais fortes e perspicácia intelectual. Sua trajetória demonstra os desafios enfrentados por líderes e cientistas em um mundo marcado pela ameaça nuclear e rivalidades políticas. Embora suas ações tenham sido controversas e gerado conflitos com outras figuras proeminentes, não se pode negar a paixão que ele nutria por seu país e a crença de que suas escolhas eram essenciais para garantir a segurança e a soberania dos Estados Unidos em meio aos desafios do cenário geopolítico mundial.