Dualidade
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Em meus lábios surge um triste sorriso
Que exala agonia e solidão apenas…
Dormem no silêncio de minha alma as cenas
Que outrora eram parte de um paraíso.
Às vezes lembranças belas e serenas
Tornam-se suspiros negros, e é preciso
Olvidá-las pra não verter sobre o riso
Do passado lágrimas de eternas penas.
Meu coração pálido chora na treva
Por não deslembrar o Amor que me leva
Para o mais profundo inferno interior.
Eis a dualidade atroz da existência:
O encanto sublime que traz decadência,
E a paz decadente que faz o Amor.