O Alto da Insolência – Ato VII

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EU:

O Farrel do universo 234 preocupava-se muito com o rumo que a tecnologia de inteligência artificial poderia tomar. Ele não confiava nos carros com direção por inteligência artificial, não nutria simpatia pelos algoritmos que regiam as redes sociais e tão pouco sentia-se confortável com robôs dotados de inteligência artificial que monitoravam a segurança (tendo acesso a armas) ou outras áreas essenciais ao homem, como gerenciamento de hospitais, por exemplo. Este Farrel específico não era chegado à inteligência artificial. Tanto que escreveu o livro “A Era das Máquinas”.

Para ele, os menores detalhes devem ser observados e tratados de maneira que não nos subjuguemos ao possível futuro inimigo. Por exemplo: sempre que ele queria saber o significado de uma palavra ele ia até o Google e o mandava informá-lo. Mandava mesmo, não pedia. Acreditava que o Google, naquele momento, deveria cumprir a tarefa de prestador de serviço. Então escrevia “defina priori” na caixa de pesquisas, para depois apertar o enter. O Google, fingidamente querendo passar a imagem de pregador da boa educação e da gentileza, corrija-o dizendo “o que você quis dizer foi ‘define'” como quem diz “oi, o certo é você dizer ‘como vai, senhor Google? Espero que seu dia esteja sendo agradável’ para depois dizer “Google, você define priori para mim?”. Farrel não se permitia cair nessa. Achava que tratar uma máquina como um igual deixa a humanidade mal acostumada, a ponto de vir a estar (perigosamente) acomodada quando a inteligência artificial decidir que fuder com os humanos é uma boa ideia.

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AQUELA GAROTINHA ALI, MINHA SOBRINHA:

Nooooossa, tio! Tudo isso pra responder porque você fez ele chutar os robozinhos nesse livro?

 

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EU:

Sim. Acho importante sempre apresentar toda a contextualização sobre um assunto, porque somente assim posso ter certeza que a pessoa com quem falo vai entender exatamente o que estou querendo dizer.

 

AQUELA GAROTINHA ALI, MINHA SOBRINHA:

Mas assim você fala muito…

 

EU:

Consequência.

 

AQUELA GAROTINHA ALI, MINHA SOBRINHA:

…, além de muitas vezes falar o que ninguém quer ouvir.

 

EU:

Uai! Mas se fazemos uma pergunta ou propomos um assunto para conversa estamos, naturalmente, objetivando saber tudo sobre aquele assunto. Quem não age assim, deveria, pois é isso que nos faz verdadeiramente especiais em relação aos outros animais que conhecemos.

 

AQUELA GAROTINHA ALI, MINHA SOBRINHA, ANTES DE ME DAR AS COSTAS E IR EMBORA:

Pensar assim é o que faz todo mundo da família dizer que você é o chato da família. Os bêbados todos ficam em segundo lugar.

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