Geração V: Análise do Spin-Off de ‘The Boys’

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O gênero de super-heróis vive um momento delicado. Apesar de ainda render dinheiro, não possui mais o mesmo brilho de antes. Os filmes da Marvel já não acumulam bilhões como antes e a crítica não os elogia tanto. Nos bastidores, denúncias de condições desumanas de trabalho para escritores, diretores, atores e artistas de efeitos visuais têm emergido.

Geração V: Análise do Spin-Off de 'The Boys'
Geração V: Análise do Spin-Off de ‘The Boys’. (Imagem: Prime Video/Reprodução)

Um dos principais motivos para essa decadência é a superexposição causada pela ganância. Em meio a essa paisagem, ‘The Boys’ destacou-se ao expor a natureza insidiosa das franquias de super-heróis, conectando nacionalismo, capitalismo, fascismo e a falta de educação. Agora, ‘Geração V’ entra em cena, com uma mistura de comentários sociais e violência ao estilo ‘The Boys’. Mas será que ‘Geração V’ mantém o mesmo nível de acidez? Vamos descobrir.

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‘Geração V’, criada por Craig Rosenberg, Evan Goldberg e Eric Kripke, é baseada nos quadrinhos de Garth Ennis e Darick Robertson. A trama segue Marie Moreau, uma jovem que descobre seus poderes de controle sanguíneo durante sua primeira menstruação, resultando na morte de seus pais. Agora, ela busca entrar na Godolkin University of Crime Fighting para provar que não é um monstro.

A série foca em um grupo de estudantes com habilidades sobrenaturais, incluindo Andre, que pode dobrar metal, Emma, com poderes de alterar tamanho, Cate, que controla mentes através do toque, Jordan, que pode mudar de gênero com diferentes poderes, e Luke, que controla o fogo. A diretora da escola, Indira Shetty, molda esses jovens como futuros membros dos ‘Sete’. Entretanto, dois incidentes públicos ameaçam o futuro de todos, levando Moreau e seus colegas a tomar medidas desesperadas para se proteger.

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É importante destacar que esta análise é baseada nos seis primeiros episódios disponibilizados para a imprensa.

‘Geração V’ se assemelha a uma série jovem-adulta, repleta de grupos sociais, dramas adolescentes, ciúmes e intrigas. Os roteiristas não poupam esforços para criar um enredo que mistura elementos de ‘Student of the Year’ e ‘X-Men’. A forma como os personagens interagem, os traumas de seus passados e suas ambições imediatas são cativantes e facilmente relacionáveis. A série não deixa espaço para sutilezas, explicitando temas como automutilação, bulimia e manipulação através dos próprios personagens. No entanto, a execução das ideias não é perfeita, com alternâncias bruscas entre o mistério do assassinato e as tramas pessoais, tornando-se ainda mais evidentes devido à limitação de cenário.

A série também aborda um sistema de classificação que avalia a popularidade e a comercialização dos estudantes com habilidades especiais. Isso ecoa a teoria, muitas vezes debatida online, de que os jovens não precisam mais aprender ciência, matemática ou história, mas devem se concentrar em se tornar populares e ganhar dinheiro. ‘Geração V’ exagera essa ideia, mostrando por que ela é problemática. É irônico que a série, transmitida na plataforma Prime Video, critique essa mentalidade enquanto depende da marca reconhecida.

Um ponto negativo de ‘Geração V’ é a qualidade das cenas de ação. Apesar dos esforços notáveis dos atores, dublês, artistas de efeitos visuais e designers de som, as escolhas de planos e a edição prejudicam a experiência. Além disso, a série introduz personagens bissexuais e bigêneros, mas se concentra predominantemente em relacionamentos heterossexuais, falhando em abordar adequadamente a diversidade que apresenta.

Embora ‘Geração V’ não conte com rostos familiares como ‘The Boys’, o elenco se destaca. Jaz Sinclair, no papel de Marie, lidera com entusiasmo, equilibrando a sensação de ser um peixe fora d’água e a adaptação a um novo mundo. Chance Perdomo interpreta Andre com destreza, transmitindo sua responsabilidade e choque diante das revelações. Lizze Broadway brilha como Emma, que busca agradar enquanto lida com o peso de seus poderes. Maddie Phillips se destaca em seu papel como a “garota do momento”. A série também conta com outras performances sólidas e algumas participações especiais notáveis.

No entanto, a existência de ‘Geração V’ pode ser vista como um tanto hipócrita. ‘The Boys’ pretendia satirizar as franquias de super-heróis que tratam personagens e atores como commodities descartáveis. Com ‘Geração V’, os criadores parecem cair na mesma armadilha, com enredos pouco envolventes e uma abordagem excessivamente comercial. A série pode ganhar popularidade devido à marca, mas corre o risco de se tornar exatamente o que buscava criticar.

Em resumo, ‘Geração V’ oferece uma abordagem semelhante à de ‘The Boys’, misturando comentários sociais com violência, mas com algumas falhas na execução. O elenco se destaca, mas a série corre o risco de cair na mesma armadilha que pretendia satirizar. Vale a pena assistir para formar sua própria opinião, mas não espere que seja uma revolução no gênero de super-heróis.

Veja o trailer da série Geração V:

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