Desconstruindo a imagem de Machado de Assis como um autor elitista

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Machado de Assis é considerado um dos maiores escritores da literatura brasileira, mas sua obra muitas vezes é vista como elitista, inacessível para aqueles que não têm educação formal ou conhecimento sobre a sociedade brasileira do século XIX e início do século XX. No entanto, essa imagem de Machado de Assis como um autor elitista é enganosa e injusta. Nesta postagem, vamos explorar como a sua obra é cheia de humor, ironia e sátira, tornando-a acessível a todos.

Humor e ironia

A obra de Machado de Assis é cheia de humor e ironia. Em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, por exemplo, o narrador morto-vivo Brás Cubas faz piadas sobre sua própria morte e sobre a sociedade em que vive. Essas piadas e brincadeiras tornam a obra de Machado acessível a todos, independentemente de classe social ou nível de educação.

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Outro exemplo de humor na obra de Machado de Assis é “O alienista”, uma história sobre um médico que tenta diagnosticar a loucura em uma pequena cidade do Brasil colonial. A história é repleta de situações absurdas e personagens cômicos, tornando-a uma leitura agradável para qualquer pessoa que goste de uma boa comédia.

Desconstruindo a imagem de Machado de Assis como um autor elitista

Sátira e crítica social

Além do humor e da ironia, a obra de Machado de Assis também é rica em sátira e crítica social. Em “Quincas Borba”, por exemplo, Machado critica a sociedade brasileira da época, retratando personagens corruptos e moralmente falidos. Essa sátira é uma crítica social que ainda é relevante nos dias de hoje.

Outro exemplo de crítica social na obra de Machado de Assis é “Dom Casmurro”, uma história sobre ciúme e traição. A história é narrada por Bento Santiago, que suspeita que sua esposa o traiu com seu melhor amigo. A história é uma crítica às instituições patriarcais e à ideia de que as mulheres são inferiores e devem ser controladas pelos homens.

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LEIA TAMBÉM: 5 lições para a vida em Dom Casmurro, de Machado de Assis

Universalidade

Embora a obra de Machado de Assis seja baseada em uma sociedade específica – a sociedade brasileira do século XIX e início do século XX – ela é universal. As questões abordadas em suas histórias – amor, traição, morte, loucura – são universais e atemporais. É por isso que a obra de Machado de Assis ainda é lida e apreciada em todo o mundo, mesmo depois de mais de um século desde sua morte.

Além disso, a escrita de Machado de Assis é acessível a todos, independentemente de classe social ou nível de educação. Embora sua escrita seja sofisticada e complexa, ela é clara e direta, sem excesso de floreios ou palavras difíceis. Isso torna a obra de Machado de Assis uma leitura agradável para todos os gostos e idades.

Desconstruir a imagem de Machado de Assis como um autor elitista é importante para tornar sua obra acessível a todos os leitores. Embora muitas vezes sejam abordados temas complexos e importantes na obra de Machado, a forma como ele escreve com humor, ironia e sátira torna sua obra muito mais acessível e universal.

Ao considerar a riqueza e a complexidade da obra de Machado de Assis, é possível ver que sua escrita é para todos os gostos e idades. É importante lembrar que, como escritor, Machado de Assis sempre buscou retratar a sociedade brasileira de forma crítica e precisa, sem deixar de lado o humor e a ironia.

A obra de Machado de Assis é uma leitura que pode ser aproveitada por todos os leitores, independentemente de sua formação educacional ou classe social. É por isso que a sua obra é uma das mais importantes da literatura brasileira e continua a ser estudada e apreciada em todo o mundo.

10 thoughts on “Desconstruindo a imagem de Machado de Assis como um autor elitista

  1. Muito boa a matéria, Sabrina. Machado de Assis, afrodescendente, epilépitico, gago, pobre, órfão de mãe/auxiliava a madrasta na venda de balas, nunca frequentou Universidades, falava e traduzia francês, aos 68 anos estudava grego, fundou a ABL…um fenômeno. Conhecia, sobremaneira, a alma humana (vide o conto O Espelho). Valia por dois: romântico e realista. Escritor que mereceria ser estudado desde o fundo de sua alma. Apaixonante.

  2. Matéria péssima, desconsidera toda a crítica literária escrita sobre Machado desde Helen Caldwell passando por Roberto Schwarz e chegando em projetos que tornam nítido o fato de Machado ser negro. Machado não é considerado “elitista” há muito tempo. Triste o artigo ter aparecido nas indicações do Google de leitura.

    1. É cômico você ter ignorado o fato de que a premissa do artigo ser justamente essa, ratificar a ideia de que o Machado de Assis era nada elitista, pelo contrário. Você pode criticar outros processos: insuficiência acadêmica, poucas referências, artigo elementar, entre outros, mas não criticá-lo por não defender a ideia que de fato ele defende e ecoa.

  3. “A obra de Machado de Assis é uma leitura que pode ser aproveitada por todos os leitores, independentemente de sua formação educacional ou classe social”.

    Aí forçou a barra. Jamais leria Machado de Assis pra um 6o ano, por exemplo, a não ser que fosse adaptado. Não dá pra deixar de fora o fato de a linguagem machadiana ser antiga e um pouco complexa, ainda que genial.

    Certamente, a possibilidade de leitores menos maduros e pouco instruídos de entenderem 100% do texto não é grande. Para isso, é necessária certa insistência e pesquisa, e num espectro mais geral, investimento em educação e leitura.

    Ler Machado pela primeira vez não é fácil. Ainda mais os romances. Por isso, se indico o Bruxo pra alguém que nunca o leu, digo: comece pelos contos.

    1. “A não ser que fosse adaptado” abrange justamente a premissa de que a obra do Machado de Assis, icônico, pode ser aproveitado por qualquer leitor.

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