A aclamada série ‘Barry’ chegou ao fim e foi uma jornada emocionante, engraçada, angustiante e poética. Antes de discutirmos o que aconteceu no episódio final, como ele conclui todos os arcos da história e o que esse final provavelmente significa, é importante reconhecer o brilhantismo da equipe por trás do programa. Desde Alec Berg e Elizabeth Sarnoff, os roteiristas, diretores de fotografia, editores, cenógrafos, até o elenco incrivelmente talentoso e, é claro, Bill Hader, todos fizeram um trabalho genuinamente brilhante.
Eles pegaram uma premissa aparentemente improvável (um assassino que quer ser ator) e a transformaram em um retrato comovente sobre luto, culpa, religião, violência e a tentativa de recontextualizar tudo isso por meio da arte. Assim como todo grande show, o final de ‘Barry’ deixará um vazio insaciável no mundo da narrativa episódica, mas devemos ser gratos pelo fato de que os showrunners conseguiram encerrar a história em seus próprios termos e abrir caminho para um futuro brilhante para o elenco e a equipe.
O desenvolvimento de Barry ao longo das temporadas
A primeira temporada tratou de Barry Berkman encontrando seu propósito na vida após viver uma vida de violência, apenas para ser arrastado cada vez mais para o lamaçal. A segunda temporada mostrou Berkman tentando manter a nova realidade que ele havia criado com sangue, mas falhando porque o desejo de vingança de Fuches superou seu desejo de seguir em frente. A terceira temporada encontrou Berkman completamente quebrado, incapaz de lidar com as consequências de seus atos e em busca de uma redenção confusa. Embora na quarta temporada Berkman mencione novamente a redenção, seu arco final é sobre pagar por seus pecados, metafórica e literalmente.

Apesar de ser a escória da sociedade, Fuches deu a Barry a oportunidade de sair da prisão como um homem livre, que pagou por seus crimes. Embora Hank também tivesse intenções semelhantes, querendo dar a Barry a verdadeira liberdade, a ideia de Fuches foi mais eficaz. No entanto, a obsessão de Barry em ter uma família convencional e uma vida comum, algo com o qual ele sonhava desde a primeira temporada, levou-o e a todos ao seu redor a um caminho de sofrimento.
Foi frustrante e triste ver Sally passar pelo que passou por causa de Barry. Não havia amor entre eles no final. Ela nunca processou seu trauma e se agarrou à única pessoa que ela achava que poderia entendê-la. Em vez de seguir um caminho semelhante, Berkman transformou Sally em uma figura materna para seu filho, John.
Razões Pelas Quais John Está Feliz Com O Martírio De Barry
Enquanto a quarta temporada de “Barry” chega ao seu final, um dos aspectos mais intrigantes é a atitude de John em relação ao martírio de Barry. John, filho de Barry e Sally, parece encontrar uma certa satisfação na imagem idealizada de seu pai como um mártir, enquanto sua mãe o ignora e busca sua própria fama e aprovação. Essa dinâmica complexa entre os personagens levanta várias questões sobre as motivações de John e o impacto do legado de Barry em sua vida.
Uma das razões pelas quais John está feliz com o martírio de Barry é a maneira como seu pai é retratado na cinebiografia “The Mask Collector”. Nessa narrativa distorcida, Barry é pintado como um indivíduo justo e corajoso, enquanto Gene Cousineau é retratado como um mentor do crime. Para John, que é impressionável e busca figuras paternas, ver seu pai ser imortalizado como um herói é emocionalmente satisfatório. Ele pode encontrar conforto e inspiração nessa versão romantizada de seu pai, especialmente considerando as circunstâncias difíceis em que ele cresceu.

Por outro lado, a atitude de Sally, mãe de John, contribui para a satisfação de John com o martírio de Barry. Sally parece ter se distanciado emocionalmente de John e não demonstra interesse genuíno em seu filho. Ela está mais preocupada com sua própria fama e busca por aprovação externa. Essa falta de envolvimento emocional leva John a buscar uma conexão com Barry e idolatrá-lo como uma figura paterna. A ausência de cuidado maternal e o desejo de Sally por fama criam um vazio emocional na vida de John, que ele preenche ao idealizar seu pai como um herói trágico.
Além disso, a influência do legado de Barry também desempenha um papel importante na atitude de John. Como filho de um assassino e de uma atriz frustrada, John cresceu em um ambiente instável e problemático. A ausência de uma figura paterna adequada e a falta de orientação emocional deixaram marcas profundas nele. No entanto, o martírio de Barry e a narrativa de redenção que o cerca oferecem a John um senso de propósito e uma justificativa para suas próprias experiências traumáticas. Ver seu pai como um mártir permite que John recontextualize sua própria história e encontre algum tipo de significado em sua existência.
Em última análise, a satisfação de John com o martírio de Barry é uma resposta complexa a uma série de fatores emocionais e psicológicos. A idealização de seu pai como um herói, a falta de envolvimento emocional de sua mãe e a busca por significado em sua própria vida contribuem para essa atitude. A quarta temporada de “Barry” nos apresenta um retrato multifacetado das dinâmicas familiares e do impacto do legado em uma criança impressionável. Essa narrativa desafiadora deixa espaço para reflexão sobre as complexidades das relações parentais e o poder das narrativas idealizadas na formação de identidades individuais.
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