O Diabo no Tribunal: A Controversa História de David Glatzel e Arne Johnson
A Netflix, conhecida por seus documentários de crimes reais envolventes, às vezes erra a mão ao explorar o sobrenatural. “O Diabo no Tribunal” é um exemplo disso, apresentando eventos que poderiam ser explicados sem recorrer ao sobrenatural. O documentário começa com a suposta possessão demoníaca de um garoto de onze anos, David Glatzel, e desenrola um caso de assassinato em que o réu, Arne Johnson, alega ter sido possuído durante o crime. Embora seja cativante para aqueles que acreditam no paranormal (e fãs dos filmes “Invocação do Mal”), “O Diabo no Tribunal” deixa muito a desejar para os céticos.
Quem é David Glatzel e o que aconteceu com ele?
A história de O Diabo no Tribunal começa nos anos 80 em Brookfield, Connecticut, com David Glatzel, um garoto de onze anos, e sua família. A família Glatzel era composta por quatro filhos: Debbie, Carl, David e Alan. As coisas mudaram quando Debbie, a filha mais velha, decidiu se mudar para uma casa em Newtown com seu namorado, Arne Cheyenne Johnson. A mudança parecia comum, até que David experimentou algo aterrorizante durante uma visita à nova casa de Debbie. Ele alegou ter sido atacado por uma entidade demoníaca que se assemelhava ao Diabo. Esse encontro o deixou aterrorizado, e ele insistiu em voltar para casa para contar à sua família.
No início, a família relutou em acreditar na história de David, considerando-a um pesadelo. No entanto, eventos perturbadores continuaram a acontecer. A casa da família Glatzel tremia e todos sentiam que algo maligno estava os observando. Decidindo buscar ajuda, a família procurou os serviços de Ed e Lorraine Warren, casal famoso por investigar o paranormal.
A Intervenção dos Warren e o Diagnóstico
Os Warren se apresentaram como especialistas em atividades paranormais, afirmando que Ed era um demonologista nato e Lorraine possuía habilidades psíquicas. No entanto, já havia suspeitas sobre sua honestidade, uma vez que discutiam a possibilidade de possessão demoníaca na frente de David. Durante uma visita, eles diagnosticaram David como alvo de uma entidade demoníaca. Lorraine alegou ver uma figura sombria ao lado do garoto, e Ed discutiu os sintomas de possessão demoníaca, enquanto David estava presente.
Em seguida, a família começou a documentar as supostas possessões de David, como sugerido pelos Warren. No entanto, as gravações de áudio e vídeo não forneceram evidências conclusivas, levantando dúvidas sobre a veracidade das alegações de possessão. Além disso, a forma como os Warren conduziram a situação suscitou suspeitas de que estavam buscando fama e lucro. No final de O Diabo no Tribunal, os Warren lucraram consideravelmente com o caso, enquanto os Glatzel receberam uma quantia mínima.
O Caso de Assassinato de Arne Johnson
Durante o exorcismo de David, seu cunhado, Arne Johnson, desafiou o suposto demônio, desafiando-o a possuí-lo em vez de David. Isso se tornaria um ponto crucial em um futuro sombrio. Poucos meses depois, Arne estava envolvido em um evento trágico. Enquanto trabalhava para um homem chamado Alan Bono, um desentendimento levou a uma briga, resultando na morte de Bono. Arne alegou que estava possuído pelo mesmo demônio que afetara David no momento do assassinato.
A família Glatzel e Arne decidiram usar a alegação de possessão demoníaca como defesa no tribunal. No entanto, o tribunal dos Estados Unidos não reconheceu essa defesa, levando ao julgamento de Arne e sua condenação por homicídio culposo em primeiro grau. Essa alegação de possessão demoníaca não convenceu o tribunal, que considerou o caso um homicídio comum.
Conclusão: Dúvidas Sobre o Sobrenatural
A história de David Glatzel e Arne Johnson é uma trama complexa que envolve o sobrenatural e o real, em O Diabo no Tribunal. No entanto, as alegações de possessão demoníaca são questionáveis e carecem de evidências sólidas. As ações dos Warren suscitam suspeitas de exploração e buscam ganhos financeiros. O caso de Arne Johnson, embora repleto de elementos sobrenaturais, não convenceu o tribunal, que o considerou um homicídio comum.
No final, “O Diabo no Tribunal” deixa muitas perguntas sem resposta e destaca a necessidade de uma análise crítica das alegações de atividades paranormais. A busca pela verdade continua, mas este documentário deixa claro que o sobrenatural e o inexplicável ainda são temas controversos e desafiadores. É importante abordar essas histórias com ceticismo e considerar todas as evidências antes de tirar conclusões definitivas sobre o paranormal.