Todos Menos Você e o Renascimento do Romance na Comédia Moderna
Nos últimos anos, a indústria cinematográfica tem testemunhado uma escassez de filmes de médio orçamento, particularmente no gênero de comédias românticas. No entanto, Todos Menos Você (Anyone But You), dirigido por Will Gluck e co-escrito por Ilana Wolpert, surge como um potencial salvador do gênero. O filme, estrelado por Glen Powell e Sydney Sweeney, é uma adaptação livre de “Much Ado About Nothing” de Shakespeare, e promete reavivar o interesse pelas comédias românticas com seu charme, humor, romance arrebatador e, acima de tudo, a química inegável entre os protagonistas.
A narrativa do filme gira em torno de Ben, interpretado por Powell, um homem do setor financeiro que esconde suas profundas feridas emocionais com uma postura niilista. Ele conhece Bea, uma estudante de direito interpretada por Sweeney, que está incerta sobre sua carreira jurídica.
Após um encontro inicial carregado de paixão, um mal-entendido leva a uma separação abrupta, apenas para reencontrarem-se em um casamento na Austrália. Lá, eles fingem ser um casal para apaziguar suas famílias e causar ciúmes em outros interesses amorosos. A história, embora previsível, é cativante e termina com uma declaração de amor que desvia dos clichês tradicionais do gênero.
“Todos Menos Você” traz uma estrutura clássica à vida com personagens e temas contemporâneos. Ben constrói uma muralha emocional ao redor de sua vida, enquanto Bea luta contra o medo de ir além da vida confortável planejada por seus pais superprotetores. O filme se destaca pelo trabalho de personagem, especialmente por Powell e Sweeney, cuja química é um dos principais atrativos do filme.
A direção de Gluck é elogiada por subverter as expectativas em uma comédia classificada como R, equilibrando momentos cômicos com cenas românticas significativas. A cinematografia habilmente utiliza planos médios e close-ups para realçar a química entre os personagens e suas emoções complexas.
Lançado nos cinemas em 22 de dezembro de 2023, “Todos Menos Você” teve um desempenho moderado nas bilheterias, arrecadando $8.1 milhões nos Estados Unidos, com uma duração de 1 hora e 43 minutos. O filme foi distribuído pela Columbia Pictures e produzido por Roth/Kirschenbaum Films, Olive Bridge Entertainment e Fifty-Fifty Films.
Apesar das qualidades do filme, as críticas são mistas. Alguns críticos elogiam a modernização de “Much Ado About Nothing” e a química entre Powell e Sweeney, destacando a doçura e o humor do filme. No entanto, outros apontam que a atuação de Sweeney é pouco convincente, afetando a química entre os protagonistas e tornando o humor físico menos eficaz.
A narrativa é vista como previsível e, por vezes, sem valor, humor, romance ou humanidade. Apesar dessas críticas, o filme é considerado um agradável desvio de fim de ano, com locais deslumbrantes na Austrália, oferecendo um vislumbre de esperança para o renascimento das comédias românticas.
Em suma, “Todos Menos Você” se destaca como uma tentativa de reavivar o gênero de comédia romântica, trazendo uma adaptação contemporânea de Shakespeare com uma abordagem refrescante. Embora tenha recebido críticas mistas, a química entre os protagonistas e a direção criativa de Gluck são pontos altos do filme, fazendo dele um exemplo notável do estado atual das comédias românticas no cinema.