A segunda temporada de The Last of Us continua a provocar o público com camadas de emoção, mistério e reviravoltas silenciosas. No terceiro episódio, intitulado “The Path”, Ellie (interpretada por Bella Ramsey) compartilha com Gail (Catherine O’Hara) uma informação que deixou muitos fãs em dúvida: sua última interação com Joel (Pedro Pascal) teria sido uma discussão desagradável durante o baile de Ano Novo. Mas será que Ellie Mentiu Sobre Sua Última Interação Com Joel em The Last of Us?
Essa dúvida tem ganhado força entre os espectadores, especialmente considerando a complexidade emocional dos personagens e o histórico da própria Ellie com omissões e mentiras. A série, que tem seguido de perto e reinterpretado elementos do game original, pode estar preparando o terreno para um flashback devastador – e necessário – que mude completamente o peso da narrativa.
O que Ellie contou a Gail: uma versão truncada da verdade?
Durante o episódio, ambientado três meses após os eventos trágicos que resultaram na morte de Joel, vemos Ellie ainda em recuperação no hospital de Jackson. A conversa com Gail é exigida antes de sua alta, e é nesse momento que a jovem revela que sua última conversa com Joel teria ocorrido durante o baile de Ano Novo – mais precisamente, no instante em que ela o confronta após ele intervir em um momento de tensão.
Na ocasião, Ellie havia sido ofendida por Seth, que reagiu com um insulto homofóbico ao vê-la beijando Dina. Joel, em um impulso protetor, empurra Seth e tenta defender Ellie, mas sua atitude não é recebida como ele esperava. Ellie se sente sufocada pela sombra protetora de Joel e, ao invés de agradecer, o confronta com raiva. Naquela mesma noite, ela passa por ele no alpendre, mas o ignora completamente.
No entanto, no episódio inicial da temporada, Ellie dá a entender a Jesse que ela e Joel haviam resolvido suas diferenças. Essa pequena contradição começa a fazer com que os fãs levantem uma questão perturbadora: Ellie está mentindo para Gail?
A ausência da cena no alpendre: coincidência ou construção narrativa?
Uma das cenas mais emblemáticas do jogo The Last of Us Part II acontece justamente no alpendre da casa de Joel. É um momento silencioso, tenso e profundamente humano em que Ellie e Joel, mesmo após tantas mágoas, encontram uma trégua, ainda que breve. A adaptação da série parecia sugerir a aproximação dessa cena, ao mostrar Ellie passando por Joel no alpendre. Contudo, a interação entre os dois simplesmente não acontece.
Essa omissão deliberada acendeu o alerta: estaria a série guardando esse momento para um ponto mais estratégico da temporada? Afinal, se Ellie está mentindo para proteger seus sentimentos, ou para evitar confrontar uma verdade dolorosa, o público pode ser brindado com esse flashback mais adiante – tal como acontece no jogo, onde a conversa é revelada apenas no desfecho da trama.
Ellie já mentiu antes: padrão ou autoproteção?
A própria Gail, ao conversar com Tommy, diz com todas as letras: Ellie é uma mentirosa. Ela não acredita em nada do que a garota disse ao conselho da cidade, e enxerga sua jornada de vingança como algo pessoal, não como uma missão nobre. Essa afirmação reforça ainda mais a suspeita de que Ellie pode não ter contado toda a verdade sobre Joel.
Ao longo da série, Ellie já demonstrou que usa a mentira como um mecanismo de defesa. Seja omitindo detalhes sobre seu passado, sobre seu relacionamento com Joel ou sobre seus próprios sentimentos, ela frequentemente se protege por trás de palavras cuidadosamente escolhidas – ou simplesmente falsas.
Esse comportamento, somado à insistência da série em reter determinadas cenas-chave do jogo, alimenta a teoria de que a reconciliação entre Ellie e Joel ainda será mostrada. E, quando vier, poderá recontextualizar toda a dor que Ellie carrega consigo.
A narrativa da série segue a lógica emocional do game
A série da HBO tem se mostrado bastante fiel ao espírito do game original, mesmo quando toma liberdades narrativas. As decisões criativas são guiadas por uma lógica emocional, não apenas por cronologias. No jogo, a revelação da conversa entre Ellie e Joel no alpendre só acontece no final, e muda completamente a percepção da história: o jogador descobre que os dois estavam no caminho da reconciliação, e que Ellie, apesar de tudo, ainda queria perdoá-lo.
É esse mesmo sentimento que a série parece estar construindo – aos poucos, com delicadeza. Mostrar agora essa conversa traria catarse cedo demais. Manter esse momento em suspense, escondido atrás de uma possível mentira, potencializa o impacto emocional futuro.
A dor do luto é moldada pelas palavras não ditas
O luto de Ellie é palpável. Mesmo após três meses, ela ainda se encontra hospitalizada, tanto por conta das lesões físicas quanto do trauma psicológico. A maneira como ela se recusa a tocar diretamente na dor de perder Joel é reveladora. Mencionar que a última interação com ele foi uma discussão ríspida pode ser uma forma de punir a si mesma, de manter viva a culpa e a raiva – sentimentos que alimentam sua busca por vingança.
No entanto, se a conversa no alpendre realmente aconteceu, como no jogo, isso significa que Ellie teve a chance de perdoar, ainda que parcialmente. Isso significa que ela não perdeu Joel em meio ao ódio, mas sim em um momento de tentativa de reaproximação. E isso, ironicamente, pode tornar a dor ainda maior.
A importância da verdade para o futuro de Ellie
A construção emocional de Ellie depende, em grande parte, de sua capacidade de aceitar a verdade. Mentir para Gail, esconder dos outros e até de si mesma que ela e Joel se entenderam, é uma maneira de manter a narrativa do ódio viva. Mas a verdade, quando revelada, pode ser o catalisador para sua redenção.
A série pode, portanto, estar apostando nessa dualidade para desenvolver ainda mais sua protagonista. A revelação tardia de que ela mentiu – não por maldade, mas por desespero – pode ser um dos momentos mais poderosos da temporada.
A expectativa dos fãs por um flashback impactante
A ausência da cena do alpendre não passou despercebida pelos fãs mais atentos. As redes sociais estão cheias de comentários, teorias e desabafos emocionados. Muitos esperam que a HBO esteja apenas esperando o momento certo para entregar essa cena. Afinal, trata-se de um dos momentos mais marcantes da relação entre Joel e Ellie.
A possibilidade de que essa memória surja no final da temporada – ou mesmo em um episódio especial – é grande. E, se for executada com a mesma sensibilidade que vimos até aqui, pode ser um dos ápices da adaptação.
A série tem espaço para explorar mais memórias entre Joel e Ellie
Embora Joel esteja morto na linha temporal atual da série, sua presença ainda ecoa de forma poderosa. Flashbacks, lembranças e até sonhos podem continuar trazendo o personagem de volta. Isso não apenas é possível como é esperado. O público quer mais de Pedro Pascal no papel, e a narrativa emocional da série se beneficia desses retornos pontuais.
Além da possível cena do alpendre, outras memórias entre Joel e Ellie podem ser exploradas. Há espaço para mostrar como era a rotina dos dois em Jackson, seus momentos de silêncio, pequenas brigas, reconciliações e ensinamentos. Cada fragmento pode acrescentar profundidade à dor de Ellie – e ao entendimento do público sobre a complexidade dessa relação.
Ellie e a linha tênue entre verdade e negação
Mentir para si mesma pode ser mais fácil do que encarar a perda real. Ao dizer que terminou mal com Joel, Ellie se exime da dor de ter perdido uma relação em reconstrução. Ela se protege com uma narrativa mais simples: ele morreu bravo com ela, e ela com ele. Isso é mais fácil de sustentar do que lidar com o fato de que ainda havia amor e perdão entre eles.
A série tem sido cuidadosa ao trabalhar esses temas. Nada é entregue de forma gratuita. Cada emoção é construída em camadas, cada silêncio tem peso. E essa é justamente a força de The Last of Us: não se trata apenas de sobrevivência física, mas emocional.
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Uma mentira que pode transformar o desfecho
Se for confirmado que Ellie mentiu sobre sua última conversa com Joel, isso poderá reconfigurar toda a trajetória da personagem até aqui. A vingança, a culpa, a dor – tudo ganha novos contornos. E, mais do que isso, o público será convidado a revisitar episódios anteriores sob uma nova ótica.
Essa é uma estratégia narrativa poderosa, usada com maestria no jogo e que a série parece disposta a replicar. Aguardemos, então, por esse possível flashback. Ele não apenas responderá a uma pergunta que atormenta os fãs, mas pode se tornar o momento mais emocionante de toda a temporada.
