Crítica de “O Silo”: Rebecca Ferguson lidera habilmente uma série distópica
“O Silo”, nova série da Apple TV+ adaptada dos livros de Hugh Howey, apresenta uma distopia futurista nas profundezas do subsolo, onde milhares de pessoas são informadas de que o mundo acima é inabitável e ir para lá significa morte. A história é vista pela primeira vez pelos olhos de um casal, Allison (Rashida Jones), que trabalha em TI, e Holston (David Oyelowo), o xerife de todo o silo. Quando descobrem informações que não deveriam, começam a duvidar de tudo o que lhes foi dito.
A engenheira Juliette, interpretada por Rebecca Ferguson, é a personagem que assume a liderança da série para descobrir a verdade quando ninguém mais o fará. “O Silo” é construída em um mundo subterrâneo mal iluminado, onde assassinatos e corpos começam a se acumular, criando uma justaposição com a beleza do mundo que supostamente espera do lado de fora. A intensidade da performance de Ferguson é bem sensata e os quartos que os personagens habitam não são apertados em si, mas há uma sensação de que tudo está começando a se contrair em torno deles.
Embora certos episódios possam parecer que estão andando em círculos, “O Silo” ainda nos atrai para este mundo com os pequenos momentos tanto quanto os grandes. A sociedade subterrânea tornou-se estratificada com Juliette e todos os níveis inferiores sendo vistos como inferiores, apesar de manterem todo o silo funcionando, colocando suas vidas em risco para consertar a fonte de toda a sua energia em uma das sequências mais emocionantes da série.
O design de produção de “O Silo” é praticamente minimalista, mas ainda eficaz, da escada em espiral que governa suas vidas ao pequeno portal que eles têm para o mundo exterior. A série é menos sobre o mistério em si e mais sobre como esses personagens esculpiram uma vida para si mesmos após a suposta destruição do mundo como o conhecemos.
O desempenho de Rebecca Ferguson é impactante e cativante. Embora haja outros atores poderosos na série, ela lidera o caminho com sua interpretação estóica. Os pequenos momentos da série, como observar os personagens enquanto eles olham para as estrelas que não conseguem entender ou compartilham uma refeição final juntos antes do fim que eles sabem que está chegando, trazem um tom sombrio que combina bem com a série.
Em resumo, “O Silo” é uma série intrigante, embora possa se tornar repetitiva em alguns momentos. A intensidade sensata da performance de Rebecca Ferguson e o design minimalista, mas eficaz, do mundo subterrâneo, fazem com que a série seja uma jornada emocionante para assistir.
A idéia dos níveis inferiores gerando energia e mantendo tudo funcionando não é original: está presente em Mad Max Além da Cúpula do trovão. Aliás, o vizu “noir” também é bastante parecido. Só falta um Mel Gibson para salvar a cena.