Ragnarok: Análise da 3ª Temporada 3 | A Conclusão de uma Jornada Mitológica
Quando se decide criar uma série de várias temporadas baseada em uma figura divina amada, como Thor da Marvel, a expectativa é que ela seja envolvente e inovadora. A inevitável comparação surge, embora os universos de Thor e Ragnarok não tenham vínculos. A escolha do nome “Ragnarok” é, sem dúvida, um golpe de marketing inteligente, despertando curiosidade.
LEIA TAMBÉM: Cangaço Novo: 2ª Temporada | A Série Será Renovada ou Cancelada?
Porém, enquanto o marketing funciona, o conteúdo nem sempre acompanha. É lamentável que a primeira temporada se concentre na introdução de personagens, e a segunda na forja de um martelo, uma trama que carece de profundidade.
Agora, com a terceira e última temporada de Ragnarok, questionamos por que os padrões da série permanecem baixos. Não é que a série seja intragável, mas também não se destaca. Em uma trama centrada em deuses e gigantes, a ausência de mitologia é surpreendente. Por que as questões humanas dominam a narrativa quando poderíamos obtê-las de fontes mais acessíveis? A falta de equilíbrio entre a mitologia e os assuntos humanos foi um erro inicial. Outro foi a eliminação de personagens-chave, como Vidar, e a falta de evolução do protagonista, Magne, também conhecido como Thor. São necessárias três temporadas para que ele revele traços de personalidade, mas mesmo assim, não é satisfatório.
O próprio Thor da Marvel não era particularmente intrigante, mas tinha o contexto dos Vingadores para compensar. Ragnarok não compartilha dessa vantagem, mesmo sendo a terceira temporada. Isso destaca a incapacidade dos roteiristas de explorar bem personagens como Loki, ou Laurits, que poderia ser o aspecto mais cativante da narrativa. No entanto, a escrita apresenta falhas desde o início, e uma pergunta constante é por que os deuses e gigantes não estão em igualdade na narrativa. Por que eles não se eliminam? Se Magne hesita em tirar vidas humanas, o que dizer dos gigantes? A falta de coerência enfraquece as cenas de luta entre demônios e deuses.
Apesar disso, a Temporada 3 de Ragnarok é visualmente impressionante, embora as mudanças de visual de Magne e Laurits não sejam apreciadas por todos. Magne, como a reencarnação de Thor, é um adolescente, mas a série negligencia o desenvolvimento de seus personagens jovens. A falta de profundidade em seus comportamentos é uma desvantagem em uma trama centrada em adolescentes.
A questão central é que Ragnarok não é inovador. Existem outras séries que exploram seres sobrenaturais e sua relação com humanos de maneira mais envolvente, como “Bons Presságios” e “The Umbrella Academy”. Se o objetivo era trazer questões humanas à tona, isso não justifica relegar a mitologia a segundo plano. As pessoas se interessaram por Ragnarok por sua promessa de explorar mitos, não por sua abordagem de questões industriais. O equilíbrio entre mitologia e trama contemporânea foi mal executado.
Apesar das críticas, Ragnarok é assistível, embora esteja abaixo do potencial. A série poderia ter se beneficiado de um orçamento maior e de uma escrita mais criativa. No entanto, a motivação para assistir à terceira temporada é alimentada pela curiosidade sobre o desfecho, especialmente para quem acompanhou as temporadas anteriores. Com expectativas controladas, a temporada 3 pode ser considerada envolvente. Não espere um mergulho profundo na mitologia ou uma trama envolvente sobre deuses. A série mantém uma qualidade “aceitável” e vale a pena assistir se você estiver em busca de entretenimento online.
Para mais análises e reviews sobre filmes e séries, continue nos acompanhando no Site Recorte Lírico e siga-nos em nossas redes sociais.
One thought on “Ragnarok: Análise da 3ª Temporada 3 | A Conclusão de uma Jornada Mitológica”