Baco Exu do Blues e as suas influências literárias

(…) Componho pra não me decomporPoeta maldito perito na arte de Arthur RimbaudGarçom, traz outra dose, por favorQue eu tôEntre o Machado de Assis e de XangôSoneto de boêmia, poesia, melancoliaEu sou do tempo onde poetas ainda faziam poesiaSaravá!…. “Esú”, do álbum homônimo de Baco Exu do Blues (2017) Com essa estrofe melancólica, linguagem densa, … Ler mais

Exaustão literária (1)

A esta altura do ano, quando eu era mais jovem, tinha quase fechada minha lista de livros lidos e aqueles que permaneciam em processo de leitura. Eu me sentia pronto a emitir juízo de valor sobre todos. Hoje, apesar de continuar amando a leitura e, talvez, até mesmo lendo com mais atenção e cuidado que … Ler mais

O Dragão Adormecido – Comentários finais sobre “O Romance dos Três Reinos” – parte 3

O lamento de Walt Whitman em “O Captain! My Captain!” jamais perde a força de comover nosso coração, é o lamento pela perda de um líder verdadeiro do povo, a expressão pura do sentimento de orfandade de uma nação. Semelhante ao lamento de Whitman foi o choro de Doi Bansui, poeta japonês moderno, mas que … Ler mais

A paz, a ficção e a guerra

A Literatura, sempre que possível, e desde os tempos homéricos, tem procurado imitar a realidade. O leitor, por mais que se espelhe nos miroirs magiques borgeanos, vez por outra, prefere ver sua vida (ou pedaço dela…) dentro de um romance ou de uma novela. Guerra e Paz é um exemplo interminável. Embora, felizmente, a maioria … Ler mais

O Romance dos Três Reinos – Parte 2 – Educação e Imitação

Leia, antes, o primeiro ensaio sobre O Romance dos Três Reinos, por William Passarini O Império Han está prestes a desabar. Desastres ambientais, terremotos e enchentes assolam toda a China. Epidemias, fome, miséria aumentam ainda mais o sofrimento do povo chinês. Fenômenos celestes, eclipses, a aparição de uma serpente no assento imperial pressagiam a queda … Ler mais

O Romance dos Três Reinos

“O Império abaixo do Céu, após um longo período de divisão, deve ser unido; após um longo período de união, deve ser dividido. Assim tem sido desde sempre”. Essas são as palavras iniciais de O Romance dos Três Reinos, que compõe os quatro grandes clássicos da literatura chinesa, junto com Margem d’Água, Jornada ao Oeste … Ler mais

Ilustres desconhecidos da poesia brasileira: Lucila Nogueira

Lucila Nogueira, nascida no Rio de Janeiro em 1950, foi uma das vozes mais fortes e originais da poesia brasileira contemporânea. Passou a maior parte da sua vida em Recife, onde, além de ter trabalhado como tradutora, lecionou diversas disciplinas de literatura e de crítica literária. Ademais, publicou seu primeiro livro, Almenara, em 1978 – … Ler mais

Bergson e o tempo (3)

Heloísa Gusmãogusmao.helo@gmail.com Parte III – O PARADOXO DA MEDUSA Quando o Cardeal Del Monte contratou Caravaggio para pintar, num escudo cerimonial, a célebre “Cabeça da Medusa” (e estamos falando do sec. XVI), a Górgona era então um símbolo do triunfo da Razão sobre os sentidos. No mito grego, de fato Perseu usara a cabeça decepada … Ler mais

Bergson e o Tempo (2)

Heloísa Gusmãogusmao.helo@gmail.com Parte II- O TEMPO SEM A INTELIGÊNCIA Negada a concepção vulgar de tempo, Bergson terá que elaborar, então, uma filosofia que, abandonando o instrumental da filosofia conceitual, seja capaz de espelhar o que é a apreensão de sucessão que um indivíduo tem ao ser posto na realidade do tempo. “Saltemos por cima dessa … Ler mais

Anna Karenina e Emma Bovary: traições, suicídios e outras virtudes

Princesas russas, czares, trenós, palácios sumptuosos, intriga e amor são ingredientes para empacotar qualquer coisa e vender bem, mas, Anna Karenina consegue sempre escapar à vertigem de ser reduzida a mais uma carinha bonita de Hollywood e continua a ser um romance cósmico que perpetua Tolstoi. Numa época cheia de ateliers de escrita criativa e … Ler mais