Fome de Modernidade
Vi na geada o branco sideral queimar o verde pasto
Campos inteiros antes férteis não deram uma semente
Trabalhadores da terra apesar seguiram em frente
Fazendo jus – e com muito carinho – ao tempo gasto
Lavoura linda enfeitada com chapéu foi extinta
O que antes estava confirmado a milhares de sacas
Pelas paisagens agora só se vê tristes queimadas matas
Que nos cálculos a porcentagem que sobrou não passa de trinta
Para o gado cadê o feno?
Natureza imprevista pode ser um veneno
Tratores desolados voltam para o fogão a lenha
(Que mentira o socialismo!)
Da cidade não vem ajuda
Quando muito um alerta monetário
(Lamentações do noticiário)
Que solicita do colono uma tecnologia que alimentará também o capitalismo