O mercado de trabalho e a Língua Portuguesa : uma relação de amor e ódio
Basta participar de um processo seletivo qualquer para se perceber que o conhecimento da linguagem culta é um dos fatores de maior eliminação de candidatos a uma vaga de emprego. Em uma época que as mídias digitais são de fácil acesso e a linguagem escrita é utilizada a todo o momento, a atenção dada à língua portuguesa formal é quase nula. O vício criado na utilização do internetês e as contrações de palavras em busca de uma comunicação mais rápida favorecem para que os usuários das redes sociais se desliguem de uma linguagem mais privilegiada.
É nesse aspecto que as empresas sentem dificuldades em encontrar profissionais qualificados. O uso de jargões corporativos que outros funcionários não entendem e até erros gramaticais básicos, como a grafia incorreta das palavras e a falta de coesão entre as frases, comprometem a comunicação e expõem profissionais desde o nível operacional até os cargos de gestão.
De uma maneira geral os funcionários ou candidatos a uma nova vaga apresentam bom conhecimento técnico ou específico para o cargo pretendido, mas percebe-se que em avaliações de redação ou uma simples elaboração de e-mail ainda existe uma grande dificuldade da população brasileira com a própria língua. Obviamente essas características têm relação direta com o nível do ensino, a qualidade e importância dada ao português e literatura no Brasil. Para não entrarmos na mesma questão de sempre, do baixo investimento e dificuldades na educação nacional, vamos voltar nosso foco para a preparação desses profissionais que buscam um lugar no mercado.
Uma breve pesquisa pode demonstrar que na Academia a maior dificuldade dos alunos ainda é na produção textual. E esse dado nos leva a uma questão que sempre está em pauta na área das letras, o baixo nível de leitura dos brasileiros. A falta de leitura causa danos ao cérebro, principalmente ao cérebro que precisa se comunicar diariamente, seja na escrita ou mesmo oralmente. Existem milhares de pesquisas que comprovam que a capacidade cognitiva e de improviso verbal de pessoas que leem regularmente é maior do que as que não leem, e não se trata de apenas um conhecimento vocabular maior, o conhecimento de mundo e capacidade de adaptação contextuar de leitores também é maior.
Por fim, só nos resta analisar esse déficit de concorrentes aptos para exercer a língua portuguesa com qualidade, como mais um dos reflexos da nossa condição sociocultural. Enquanto os brasileiros não se importarem com pequenos detalhes em sua carreira como, regras gramaticais e leitura regular restam aos empresários procurar profissionais mais graduados nesse sentido, seja aqui no Brasil ou até mesmo no exterior.
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O texto defende é a importância da linguagem do brasileiro no mercado de trabalho pois muitos não sabem ainda fazer uma simples redação para entrega, muita deficuldade para ler a outras coisas.
A linguagem é tudo…principalmente na hora de uma entrevista de emprego…nenhum empregador vai querer contratar um funcionário que não sabe conversar, ou que não saiba expressar…tudo vai bem quando empregado tem uma boa linguagem.