Bird Box Barcelona: Se ver para crer, o filme não tem muito a mostrar
Bird Box Barcelona é a nova sequência do filme de terror e ficção científica Bird Box, da Netflix. Ambientado na Espanha, o longa acompanha Sebastián e sua filha Anna lutando para sobreviver em um mundo pós-apocalíptico assolado por criaturas que levam as pessoas ao suicídio.
Ao encontrarem outros sobreviventes, Sebastián precisa decidir em quem confiar enquanto guia o grupo pelas ruas de Barcelona em busca de segurança. Porém, essa continuação não consegue elevar o nível como o original de 2018 com Sandra Bullock.
RELACIONADO: Bird Box, com Sandra Bullock
O enredo começa de forma previsível, com Sebastián e Anna sendo atacados por seguidores cegos das tais criaturas durante uma comemoração de aniversário. Depois, eles encontram catadores que imploram por ajuda. Sebastián se oferece para conseguir um gerador em troca de abrigo.
À noite, porém, o ônibus em que dormiam é roubado, expondo todos ao ar livre. Assim como no primeiro Bird Box, essas criaturas fazem as pessoas cometarem suicídio ao sussurrar seus desejos mais profundos. A princípio, não sabemos se Sebastián é ou não confiável.
Aos poucos, descobrimos que ele tem uma visão quase religiosa dessas criaturas, acreditando serem serafins. Ele até se diverte ao ver a “alma” das pessoas ascendendo aos céus quando morrem. Sete meses atrás, Sebastián teve um confronto com um clã em Barcelona que venera os seres.
Em pouco tempo, ele encontra outro grupo liderado pela inglesa Claire. Entre eles estão a jovem Sofia, procurando pela mãe, e o casal idoso Isabel e Roberto. Quase todos perderam alguém e são vulneráveis aos sussurros sedutores das criaturas.
O roteiro dos irmãos Pastor tenta abordar temas como luto e trauma. Porém, a superficialidade dos personagens impede que essas questões sejam sentidas profundamente pelo público. Não nos importamos o suficiente com eles.
Também falta o clima de mistério e tensão psicológica que havia no primeiro filme. A trama principal é simplesmente o grupo atravessando Barcelona em busca de segurança no Castelo de Montjuic. Nos momentos finais, enfrentam o líder do clã, um vilão mal desenvolvido.
A produção é competente, com boa fotografia, edição e elenco. Porém, não há nada que se destaque o suficiente para justificar essa continuação desnecessária. Nenhum ator carisma como Sandra Bullock, nem enredo intrigante quanto o original.
Portanto, Bird Box Barcelona acaba sendo apenas uma cópia pálida que não contribui em nada para expandir o universo do primeiro filme. Tenta recriar a mesma fórmula, mas sem acréscimo de originalidade. Resta a sensação de algo produzido mais por obrigação contratual que por real inspiração.
Para fãs da história, pode valer conferir para matar a curiosidade. Mas como uma produção autônoma, essa sequência não empolga, surpreende ou prende como deveria. A Netflix e os produtores poderiam ter investido mais tempo no roteiro e conceito antes de partir para a realização.
Bird Box Barcelona estreia na Netflix em 14 de julho. Apesar de assistível, não espere a mesma qualidade que tornou o primeiro filme um fenômeno mundial. Esta continuação não contribui muito para expandir o universo, focando-se em reproduzir a fórmula já conhecida sem nenhum risco maior. Um produto mediano para passar o tempo, mas esquecível como obra individual.
Foi o que eu pensei. Nada a mostrar mesmo. Netflix está deixando a desejar.