Por que a reviravolta de ‘Mazey Day’ do Black Mirror não funciona
O episódio “Mazey Day” da sexta temporada de Black Mirror apresenta uma reviravolta surpreendente, mas controversa. Neste artigo, examinaremos em detalhes essa reviravolta e discutiremos suas implicações narrativas. Apesar de Black Mirror ser conhecido por suas tramas envolventes e reviravoltas impactantes, “Mazey Day” falha em entregar uma reviravolta coesa e coerente com o restante do episódio. Vamos explorar os motivos pelos quais essa reviravolta não atendeu às expectativas e como isso afetou a experiência do espectador.
O contexto do episódio “Mazey Day”:
O episódio se passa em um mundo não futurista e gira em torno de Bo, uma fotógrafa de celebridades, que segue a pista de Mazey Day, uma atriz que desapareceu misteriosamente do set de filmagens. Bo descobre que há uma recompensa de $30.000 pela captura de imagens de Mazey, que supostamente está lidando com abuso de substâncias. Ele e outros paparazzi localizam Mazey em uma clínica de reabilitação isolada. Porém, a reviravolta ocorre quando é revelado que Mazey foi recentemente mordida por um lobisomem e está tentando se proteger e evitar prejudicar outras pessoas. Essa reviravolta sobrenatural muda completamente a dinâmica do episódio.
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Por que a reviravolta em “Mazey Day” falha:
A reviravolta em “Mazey Day” é problemática por várias razões. Primeiro, não se encaixa bem com os temas explorados em Black Mirror, que geralmente estão relacionados à tecnologia e suas implicações na sociedade. Embora haja uma tentativa de relacionar a mídia e o comportamento dos paparazzi à transformação de Mazey em lobisomem, essa conexão não é convincente e confunde a mensagem do episódio. A falta de consistência com o estilo e a temática geral de Black Mirror prejudica a coesão narrativa.
Além disso, a reviravolta em “Mazey Day” não é apoiada pela narrativa construída ao longo do episódio. As melhores reviravoltas em Black Mirror são cuidadosamente preparadas e fazem sentido dentro do universo estabelecido. No entanto, a revelação de Mazey como lobisomem parece forçada e desconectada do resto da história. Isso cria uma quebra na imersão do espectador e diminui o impacto emocional da reviravolta.
A reviravolta também não proporciona uma mensagem clara. Enquanto Black Mirror muitas vezes busca criticar a mídia e explorar os perigos da tecnologia, a presença de um lobisomem como elemento sobrenatural desvia o foco dos temas mais relevantes. Embora haja uma tentativa vaga de fazer uma metáfora entre a transformação de Mazey e os efeitos da fama e do abuso de substâncias, essa abordagem não é explorada de forma satisfatória. A reviravolta não contribui significativamente para a mensagem geral do episódio e parece ser uma adição desnecessária.
Impacto na experiência do espectador:
A reviravolta em “Mazey Day” afeta negativamente a experiência do espectador. Ela causa confusão e frustração, uma vez que não se encaixa no tom e na direção estabelecidos anteriormente no episódio. Os espectadores podem se sentir desconectados da história e desapontados com a falta de coerência narrativa. A reviravolta também diminui o impacto emocional que poderia ter sido alcançado se a história tivesse seguido um caminho mais consistente.
A reviravolta em “Mazey Day” da sexta temporada de Black Mirror falha em cumprir as expectativas estabelecidas pela série. Sua desconexão com os temas e o estilo geral de Black Mirror, a falta de suporte narrativo e a ausência de uma mensagem clara são os principais problemas que afetam a qualidade da reviravolta. Embora Black Mirror ainda tenha momentos brilhantes, a sexta temporada não conseguiu manter o padrão de qualidade consistente das temporadas anteriores. A reviravolta em “Mazey Day” é um exemplo de como uma reviravolta mal executada pode prejudicar a experiência do espectador em uma série aclamada.
Respeito seu comentário e opinião, mas talvez o lobisomem entre na história não como um personagem e sim como uma metáfora ao sensacionalismo, algo curioso e que chama a atenção do público. Os temas dentro do Black mirror giram em torno da ” tela preta” que seriam celular, tv, midia, tecnologia… Acho que esse problema de Paparazzi, perda da privacidade, etc tem tudo a ver com a tv. Acho que é uma crítica social ácida sobre o que na realidade alimenta esse nicho: não são os Paparazzi, e sim a curiosidade da audiência pela vida alheia, de querer saber da vida do outro pela “tela preta” Achei muito bom esse episódio!
concordo com vc
Li seu comentário. Gostei do episódio.
Não é à toa que se trata de um dos episódios mais odiados de Black Mirror. A fantasia e o terror estão se sobrepondo à crítica aos malefícios da tecnologia. Quase um Contos da Cripta. Péssimo episódio.