Hamlet em Versão Coreana: Uma Produção Fluida de Gênero em Seul
A adaptação coreana de Hamlet estreou recentemente no Teatro Myeongdong, no distrito de Jung, em Seul. Essa nova versão do clássico de Shakespeare apresenta uma abordagem inovadora ao transformar Hamlet em uma princesa e ex-oficial naval, interpretada pela atriz Lee Bong-ryeon. O personagem Ophelia também foi alterado, tornando-se um homem.
Essa adaptação visa remover elementos misóginos da obra original, oferecendo uma visão moderna que ultrapassa a dicotomia entre os sexos e entre o bem e o mal. A produção busca justificar as ações de cada personagem, destacando como eles agem conforme seus próprios interesses, convidando a plateia a refletir sobre a natureza humana.
A peça não teve muitas mudanças desde sua apresentação online em 2020, inicialmente planejada para comemorar o 70º aniversário da Companhia Nacional de Teatro da Coreia. Lee Bong-ryeon, que ganhou o prêmio de Melhor Atriz no 57º Baeksang Arts Awards por seu papel, retorna ao palco com uma atuação ainda mais comovente.
Além das mudanças de gênero nos personagens, a produção se destaca pelo uso intenso de água no palco, simbolizando a fluidez e a transformação dos papéis e identidades. A decisão de eliminar o intervalo durante a apresentação de 135 minutos foi tomada para manter o ritmo e a imersão do público na narrativa.
A peça é apresentada diariamente, exceto às terças-feiras, até 29 de julho, com legendas em inglês disponíveis às quintas e domingos, exceto em 21 de julho. Os ingressos estão esgotados, indicando o grande interesse e a aceitação do público para esta ousada reinterpretação de um clássico atemporal.
A Nova Perspectiva de Hamlet
A escolha de transformar Hamlet em uma mulher e outros personagens em papéis de gênero alternados não surgiu de uma intenção de revolução radical, mas sim de uma necessidade de adaptar a obra às sensibilidades contemporâneas. O diretor Bu Sae-rom e o dramaturgo Jeong Jin-sae optaram por essa abordagem para eliminar aspectos desconfortáveis e sexistas da obra original, criando uma narrativa mais inclusiva e atual.
Bu mencionou que, ao alterar Ophelia para um personagem masculino, a complexidade da história foi mantida sem adicionar camadas de complexidade desnecessárias. A intenção era criar uma produção sem restrições de gênero, permitindo uma interpretação mais livre e fluida dos personagens.
Essa produção também se afasta da tradicional luta entre o bem e o mal, optando por explorar as motivações pessoais de cada personagem. Em vez de julgar as ações como moralmente corretas ou erradas, a peça convida o público a considerar as circunstâncias e os interesses que impulsionam os personagens a agirem de determinadas maneiras.
Impacto e Recepção
Desde sua estreia, a adaptação de “Hamlet” recebeu aclamação crítica, especialmente pela performance de Lee Bong-ryeon. Sua interpretação da princesa Hamlet trouxe uma nova dimensão ao personagem, destacando a vulnerabilidade e a força em igual medida. A produção também foi elogiada por seu design de palco inovador, que utiliza a água de forma simbólica e visualmente impactante.
Os ingressos esgotados refletem o sucesso da produção e a curiosidade do público por essa abordagem moderna e inclusiva. A Companhia Nacional de Teatro da Coreia conseguiu não apenas honrar a obra original de Shakespeare, mas também revitalizá-la para uma nova geração de espectadores.
A adaptação de “Hamlet” continua a ser uma prova do poder transformador do teatro, mostrando que até mesmo as obras mais clássicas podem ser reinventadas e reinterpretadas para refletir as mudanças sociais e culturais. Esta produção em Seul serve como um lembrete de que as histórias universais de Shakespeare ainda têm muito a oferecer, desde que contadas através de lentes contemporâneas e inclusivas.
Reflexão Final
A inovação e a ousadia da Companhia Nacional de Teatro da Coreia ao apresentar um “Hamlet” fluido de gênero não apenas desafiam as normas tradicionais, mas também abrem caminho para futuras produções que possam explorar e celebrar a diversidade em todas as suas formas. Esta adaptação é um testemunho de que o teatro pode ser tanto um espelho da sociedade quanto um agente de mudança, refletindo e influenciando as perspectivas culturais e sociais.
[Resenha feita pelo recortelirico.com.br]
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