Sabe aquela história de que “quem quer dá um jeito”? Pois bem.
Superboys de Malegaon, disponível no Prime Video, é exatamente isso — um filme que mostra como a paixão pelo cinema pode ser mais forte que a falta de grana, de equipamento, de técnica… e até de noção, às vezes.
Inspirado no documentário cult Supermen of Malegaon (2008), essa nova adaptação dirigida por Reema Kagti é como aquele amigo que você sabe que vai aprontar algo genial — mesmo tropeçando nas próprias ideias.
Sinopse rapidinha

Lá em 1997, em Malegaon (uma cidade da Índia onde o calor é absurdo e o tédio é ainda pior), Nasir Shaikh (vivido pelo ótimo Adarsh Gourav) decide que não quer mais só assistir filmes de Bollywood e Hollywood — ele quer fazer os próprios filmes.
Com uma câmera velha, amigos malucos e criatividade no modo hardcore, ele começa a gravar versões “piratas” dos grandes sucessos… tudo sem verba, sem apoio, e com MUITO coração.
Entre uma carroça improvisada de dolly e efeitos especiais dignos de PowerPoint 95, o grupo vai mostrando que fazer cinema é, acima de tudo, uma questão de querer.
Crítica de verdade: menos glamour, mais alma
Superboys de Malegaon é aquele tipo de filme que ganha a gente pela sinceridade.
Aqui ninguém tenta ser mais do que é — e justamente por isso, emociona.
A diretora Reema Kagti e o roteirista Varun Grover entendem que a graça dessa história não tá em transformar os personagens em heróis épicos, mas em mostrar o quanto o ato de tentar já é, por si só, uma vitória.
Sim, o filme às vezes exagera na mão tentando deixar tudo “fofinho” demais. Tem hora que parece que esqueceram que a vida real não é comercial de margarina. Mas a alma continua ali, firme.
Ponto alto: atuações que salvam qualquer furo

Adarsh Gourav entrega mais uma atuação monstruosa (sem trocadilho, hein).
Seu Nasir é teimoso, sonhador, meio sem noção — mas é impossível não torcer por ele.
O resto do elenco também segura muito bem a onda: Shashank Arora, Vineet Kumar Singh e Manjiri Pupala (que é uma descoberta maravilhosa) enchem a tela de vida.
Aliás, a química entre o grupo é tão boa que às vezes você esquece que tá vendo ficção. Parece um documentário de novo.
O cinema como resistência (e diversão)
No fundo, Superboys de Malegaon fala sobre algo muito maior do que fazer filmes toscos:
É sobre encontrar um motivo pra continuar acreditando — mesmo quando o mundo inteiro diz que não vale a pena.
Em tempos onde tudo é algoritmo, filtro e expectativa de retorno financeiro, ver uma galera filmando com vontade pura é quase um ato de rebeldia.
E cá entre nós: às vezes é justamente essa rebeldia que a gente precisa pra lembrar porque a gente ama cinema.
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Conclusão
Superboys de Malegaon não é perfeito — e ainda bem que não é.
Ele tem alma, suor e muito improviso. Tem umas derrapadas? Tem. Mas também tem momentos tão honestos que é impossível não se emocionar.
Se você gosta de cinema, de histórias sobre resistência ou simplesmente quer ver um filme que é feito de gente para gente, dá o play sem medo.
Nota: ★★★★☆ (4/5) – pela coragem de sonhar onde muita gente só veria desculpas.