Palmeiras e Flamengo mostram que futebol é arte
Palmeiras e Flamengo fizeram a final da Supecopa do Brasil, hoje, em Brasília. E provaram que o futebol é arte. Os jogadores desfilaram em um 4-3 épico no magnífico Mané Garrincha, abarrotado e com uma platéia que saiu abismada com o que o futebol ainda pode nos proporcionar.
Sim, o desfile de Palmeiras e Flamengo aconteceu no Mané Garrincha, aquele mesmo, o lendário, o craque das pernas tortas, o mágico jogador dos anos 1950/60 que provou muitas vezes para o Brasil e o mundo o que é bailar em campo. O que é “jogar como arte”. Mané Garrincha era pintura pura. Era obra de arte, da ponta-direira para todos os cantos.
E hoje, mais uma vez, ficou provado. Palmeiras e Flamengo, não atoa, são os melhores clubes. Cada um ao seu modo, entregam o futebol e os títulos. O duopólio do futebol artístico mostra que os clubes são os remanescentes nesse quesito, em um futebol brasileiro que cada vez mais se distancia de Garrincha, que se distancia do Rei.
Por falar no Rei Pelé, em Palmeiras e Flamengo vimos a justa homenagem ao lendário Pelé. Vimos as Jules Rimet’s serem erguidas, mais uma vez, agora pelas filhas do rei, como uma demonstração de agradecimento àquele que provou, inúmeras vezes, que o futebol é arte. E aquela abertura parecia um presságio.
Quando surgiu o Alviverde imponente e o Mais Querido em campo, vimos um desfile. Vimos já de cara um Zé falhar. Pisou na bola… e em Arrascaeta. Penal para o Flamengo. Gabriel, aquele que já usou a 10 do Pelé, e agora a do Zico, marcou. Depois Zé Rafael faria o primeiro tento para o Palmeiras e depois só arte. Gabriel Menino vira o jogo com uma patada atômica, daquelas que só Riva faria, e o Gabriel cavar, como Ronaldo, magicamente.
Ainda veríamos Pedro em uma pintura, sim, com os pés se pode pintar. E o Gabriel Menino, que se criou demais para cima dos rubro-negros, como costuma fazer nos jogos grandes, definir o show. 4 a 3 para o futebol!
É muito óbvio que não vemos arte o tempo inteiro por aí em campo, gols de letra, foguetes indefensáveis e placares elásticos. É fato. Mas o que todo mundo sabe é que de Palmeiras e Flamengo tudo se espera, até o enfadonho 0-0 ano passado, no Maracanã, ao Brasileiro.
Só que hoje a coisa foi outra. O brilho aconteceu lá no Mané, e a mística conta. Palmeiras e Flamengo, e Mané, e Pelé. O futebol, artístico, agradece. A platéia agradece. E fecham-se as cortinas com o Alviverde campeão!