Lula e Israel: Ecos de um Tempo Sombrio

Cássio de Miranda

Num mundo onde as palavras têm o poder de ressuscitar fantasmas do passado, eis que surge uma opinião que se opõe, com fervor, às comparações feitas pelo presidente Lula sobre a guerra em Israel. Comparar o Holocausto com os conflitos atuais entre Israel e Palestina é, por si só, uma viagem perigosa pelas areias movediças da memória e da história.

O Holocausto, essa mancha indelével na alma da humanidade, não pode ser equiparado a nada. Foi um genocídio sistemático, uma máquina de morte que operava com a frieza dos números e a precisão dos relógios suíços. Mais de seis milhões de judeus foram apagados da existência, vítimas de um ódio que transcende a compreensão.

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E agora, no calor dos nossos dias, quando os mísseis cortam o céu e as vidas são ceifadas na terra prometida, surge a tentação de fazer comparações. Mas devemos resistir. Não por falta de empatia pelos que sofrem hoje, mas por respeito aos que pereceram ontem.

Israel e Palestina, dois povos condenados a viver lado a lado, estão imersos em um ciclo de violência que parece não ter fim. Cada lado com suas dores, suas perdas, e suas razões. Mas comparar isso ao Holocausto é ignorar a singularidade do sofrimento que ele representou.

Lula e Israel: Ecos de um Tempo Sombrio
Lula e Israel: Ecos de um Tempo Sombrio (Foto: RICARDO STUCKERT/Divulgação)

Falar sobre esses temas exige de nós uma delicadeza e um respeito que vão além das paixões políticas. Precisamos de pontes, não de abismos. De diálogo, não de discursos que apenas inflamam mais o fogo.

Que o presidente Lula, com a sabedoria que os anos de vida pública deveriam lhe conferir, possa refletir sobre suas palavras. Que ele entenda que, ao fazer tais comparações, não apenas distorce a história, mas também joga sal nas feridas ainda abertas de muitos.

Neste momento de tensão, é nosso dever buscar a paz, a compreensão e o respeito mútuo. Que possamos aprender com o passado para construir um futuro onde tais comparações não sejam mais necessárias. E que, acima de tudo, possamos honrar a memória daqueles que se foram, garantindo que “nunca mais” seja uma promessa cumprida.

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