Crônica sobre a angústia
Dona Sebastiana estava preocupada. Procurava por todo canto, mas não o encontrava.
— Você viu ele? — perguntou ao marido.
— Não faço a menor ideia de onde ele está — ele respondeu.
Ela continuou procurando, aflita.
Indagou sua própria mãe, seu irmão e um sobrinho.
Ninguém sabia.
Triste, cabisbaixa, prostrou-se na varandinha e ficou observando a rua, à espera de um sinal, um mínimo indício de sua localização.
Sentia o peito apertado. Estava preocupada, ansiosa e receosa.
O peso sobre o coração era demais. O desespero irrompeu de dentro para fora e ela gritou para a noite a plenos pulmões, chamando, na esperança de que ele aparecesse:
— QUEIROOOOOOOOOOOZ!!!!!
Na rua, ali perto, um garoto teve um piripaque.