Anna Karenina e Emma Bovary: traições, suicídios e outras virtudes

Princesas russas, czares, trenós, palácios sumptuosos, intriga e amor são ingredientes para empacotar qualquer coisa e vender bem, mas, Anna Karenina consegue sempre escapar à vertigem de ser reduzida a mais uma carinha bonita de Hollywood e continua a ser um romance cósmico que perpetua Tolstoi. Numa época cheia de ateliers de escrita criativa e […]
Les Plaisirs et les Jours

« Les Plaisirs et les Jours » est le premier livre publié par Marcel Proust. Il est publié aux éditions Calmann-Lévy le 13 juin 1896 – Proust avait alors vingt-cinq ans. À première vue et d’un point de vue formel, il s’agit d’un recueil de poèmes en prose et de courts romans. Le ton et […]
Bergson e o Tempo (1)

Heloísa nos presenteia com Henri Bergson e suas contestações sobre o modo tradicional de pensar. E o tempo.
A alegria triste de Herta Müller

Escrito por Carlos Heinig É relativamente fácil ser triste na literatura. Os fins trágicos, inclusive, exaltam uma obra literária desde o período Romântico. Morte em Veneza, Lolita, Anna Karienina, Pedro Páramo, Werther, isso apenas para ilustrar um exemplo de cada língua ocidental em que se escreveu romances. Mesmo o Brasil, com uma literatura mais tardia […]
Como fica um autor perante o ‘local de fala’ alheio?

Um autor, muitos locais de fala Atualmente, acompanhamos atentos ao debate sobre o conceito de local de fala. Sem dúvida, o ponto positivo dessa discussão é a conquista da voz, da expressão sem intermediários, em alto e bom som. Entretanto, alguns posicionamentos, mais arraigados (talvez em excesso) estabelecem um lado negativo, ao recusarem opiniões que […]
Breve diálogo com Hans Gumbrecht

Por Verônica Daniel Kobs (Com a gentil colaboração de Hans Ulrich Gumbrecht*) Já há algum tempo, a literatura vem ganhando um espaço novo, virtual, que lhe garante mais liberdade em relação ao formato do livro impresso. Em plena era cibernética, os processos de escrita, leitura e interpretação são bastante específicos e exigem um perfil diferenciado […]
Julian Barnes e a recriação do mundo

A História do mundo em 10 ½ Capítulos (History of the world in 10 ½ Chapters) de Julian Barnes é um exercício literário de fragmentação do narrador: há uma mistura heterogénea de realidade e ficção, de estilos de escrita, de perspetiva, de temáticas. Uma leitura atenta e simultânea dos contos faz aparecer em cada um […]
Os índios na literatura clássica e contemporânea brasileira

Participei de uma consulta pública em Brasília com líderes do movimento indígena e, durante o coffee-break, um índio Baniwa comentava o ridículo de um homem branco ter perguntado a ele se haviam homossexuais entre os Baniwa. Como antropóloga, não achei a pergunta tão ridícula assim, afinal, cada cultura reserva suas particularidades, então, busquei entender sua […]
O Cangaço a partir do Crossover Lampião & Lancelote

Não me canso de ler e pensar sobre o cangaço, movimento que até hoje provoca discussões acirradas. Em dezembro, fui ao Nordeste pela primeira vez e, em Natal, reencontrei os mitos de Lampião e Maria Bonita. Como ocorre em qualquer lugar do Brasil, as representações divergiam: enquanto as principais lojas e os restaurantes típicos destacavam […]
A estranha felicidade em Katherine Mansfield

Tolstói inicia um de seus romances mais dignos de nota, Annna Karienina, com a frase de que “Todas as famílias felizes são iguais.” Mas, até que ponto vai a felicidade? Não seria ela um disfarce ou ela – nem sequer – existe? Para a maioria dos literati, a felicidade é apenas um conceito, algo inserido […]
