O Exorcista: O Devoto | Uma Análise Crítica

Guilherme Saraiva

“O Exorcista: O Devoto”, dirigido por David Gordon Green, tem sido aguardado com grande expectativa por fãs do clássico do terror “O Exorcista”, de William Friedkin. No entanto, este filme, que se posiciona como uma sequela de legado, deixa a desejar em diversos aspectos, resultando em uma experiência que deixa o público ansioso por futuras continuações, mas não de uma forma positiva.

Uma História Promissora, mas Incompleta

O Exorcista: O Devoto | Uma Análise Crítica
O Exorcista: O Devoto | Uma Análise Crítica. (Imagem: Blumhouse Productions/Divulgação)

O filme começa de maneira promissora, estabelecendo o relacionamento entre Victor e sua filha Angela após um terrível evento no Haiti. No entanto, assim que novos personagens são introduzidos, a trama começa a perder consistência. Personagens como Katherine, Miranda e Tony são subdesenvolvidos e genéricos, deixando uma sensação de que não importam tanto quanto Angela e Victor.

Além disso, o filme deixa claro que está planejando futuras sequências desde o início, o que prejudica a narrativa principal. Em comparação com os filmes anteriores da franquia “O Exorcista”, que contam histórias completas, “Believer” parece mais interessado em preparar o terreno para futuros capítulos do que em oferecer uma experiência completa e satisfatória.

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O Problema com o Exorcismo

Um dos pontos cruciais em qualquer filme de “O Exorcista” é a cena do exorcismo. No entanto, neste filme, a cena de exorcismo deixa muito a desejar. Em comparação com os exorcismos memoráveis dos filmes anteriores da franquia, “O Devoto” parece não oferecer a mesma intensidade e suspense. Os truques usados pelos demônios são simplistas e pouco impactantes, deixando o público com a sensação de que falta algo.

Controvérsia Desnecessária

Um dos aspectos mais discutidos antes do lançamento de “O Exorcista: O Devoto” foi a suposta posição anti-aborto do filme. No entanto, é importante esclarecer que o filme não retrata personagens pró-escolha como fracos ou apáticos. Os demônios que trazem à tona o tema do aborto para provocar os personagens não representam necessariamente a mensagem do filme. O problema surge quando o filme parece recompensar um personagem por uma escolha, enquanto pune outro por fazer a mesma escolha, criando uma sensação de falta de coerência.

É importante notar que a franquia “O Exorcista” sempre explorou questões de dogma e crença, e uma abordagem que pareça promover uma agenda específica pode ser vista como contraproducente.

O Destaque do Elenco

Apesar das críticas ao filme, o elenco de “O Exorcista: O Devoto” oferece atuações sólidas. Leslie Odom Jr. se destaca ao retratar o personagem de Victor, transmitindo a angústia e a determinação de um pai desesperado. Ann Dowd também oferece uma performance memorável, como de costume. Lidya Jewett e Olivia O’Neill impressionam com sua expressividade e habilidade de transmitir o medo e a paranoia de suas personagens.

Conclusão

“O Exorcista: O Devoto” começa bem, mas acaba deixando o público insatisfeito devido à falta de desenvolvimento de personagens secundários, à narrativa incompleta e à cena de exorcismo decepcionante. A controvérsia em torno do tema do aborto também deixa uma sensação de ambiguidade na mensagem do filme. No entanto, as atuações do elenco principal são um ponto alto e oferecem alguma redenção ao filme.

No geral, “O Exorcista: O Devoto” deixa os fãs da franquia “O Exorcista” ansiosos por futuras continuações, mas com a esperança de que elas tragam uma narrativa mais sólida e um desenvolvimento mais cuidadoso dos personagens.

Veja o trailer do filme O Exorcista: O Devoto:

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