The Great Escaper: O Filme Inspirado na Coragem e Amor de Bernard Jordan
O filme “The Great Escaper”, dirigido por Oliver Parker e estrelado por Michael Caine e Glenda Jackson, é uma emocionante homenagem a Bernard Jordan, um veterano da Royal Navy que, aos 89 anos, escapou de sua casa de repouso em Sussex e viajou para a Normandia para participar das comemorações do 70º aniversário do Dia D. A performance de Glenda Jackson em seu último filme é comovente e marcante. O filme também marca a aposentadoria de Michael Caine, tornando-se uma despedida memorável de sua carreira. Baseado na história real de Bernard Jordan, “The Great Escaper” aborda uma geração esquecida, que viveu horrores da guerra, mas que agora luta para ser lembrada.
A Fuga de Bernie da Casa de Repouso
Bernard Jordan era um homem de rotina. Toda manhã, ele saía da casa de repouso para caminhar à beira-mar e tomar uma xícara de chá em sua cafeteria favorita. O restante de seus dias era dedicado a cuidar de sua esposa, Rene, que precisava de atenção constante. Quando Rene foi admitida na casa de repouso, Bernie decidiu se mudar com ela, pois não conseguia suportar a ideia de ficarem separados.
No entanto, a nova geração que o cercava parecia ignorá-lo, deixando-o se sentir invisível. Mesmo diante da falta de respeito e regras não seguidas, Bernie mantinha sua compostura e continha sua decepção. Sua rotina matinal incluía trazer chocolates para Rene, e ele fazia questão de reclamar dos chocolates alemães vendidos na loja.
Bernie tinha esperanças de conseguir um ingresso para a comemoração do Dia D, contando com a ajuda de Judith, a gerente da casa de repouso. No entanto, sua esperança foi frustrada quando Judith não conseguiu o ingresso. Surpreendentemente, Bernie não compartilhou seu plano de viajar para a Normandia com Rene. Na noite anterior à sua partida, Rene o incentivou a seguir em frente, mesmo que fosse sozinho. Ela assegurou a ele que ficaria bem, pois havia enfermeiras para ajudá-la. Embora hesitante, Bernie sabia que seu desejo de participar da cerimônia era inabalável.
Na manhã seguinte, Bernie escapou da casa de repouso sem ser notado, pois sabia que as enfermeiras o impediriam se descobrissem seu plano. No entanto, encontrou Adele, uma das cuidadoras, no caminho. Sua hesitação chamou a atenção de Adele, mas ela não deu importância ao fato. As enfermeiras logo ficaram preocupadas quando Bernie não retornou à casa de repouso no horário habitual. Sua ausência era incomum, uma vez que ele era conhecido por sua pontualidade. Com a saúde de Rene debilitada, as enfermeiras optaram por esconder a verdade dela.
No entanto, logo descobriram que Rene estava ciente do plano de Bernie, tornando-a sua cúmplice. O alívio veio quando souberam do paradeiro de Bernie, e a busca foi interrompida pela polícia assim que descobriram o que ele estava fazendo. Bernie se tornou instantaneamente uma lenda, um homem de 89 anos que teve a coragem de viajar sozinho para a França em respeito aos veteranos do Dia D.
O Propósito de Bernie na Normandia
Bernie se sentiu em casa enquanto embarcava na balsa para a Normandia. Ali, a geração esquecida se reuniu para lembrar a luta compartilhada durante um dos capítulos mais sombrios da história da humanidade. No entanto, Bernie carregava um fardo de culpa enquanto tomava uma bebida durante a viagem. As memórias assombradoras do passado o atormentavam, pois o cenário lembrava os homens que perdera na guerra. Embora ele tenha retornado para sua amada Rene, Bernie sabia que nem todos tiveram a mesma sorte. A jornada dele e de Rene juntos era um lembrete constante das dificuldades que enfrentaram enquanto esperavam seu retorno durante a guerra.
Na balsa, Bernie conheceu Arthur Howard Johnson, um comandante da RAF Bomber Command. Ambos compartilhavam o dever de prestar homenagem aos que perderam na guerra. Arthur usava o álcool como refúgio para superar as feridas deixadas pela guerra, uma estratégia que Bernie também tentava adotar ao desembarcar na Normandia. A determinação de Bernie em visitar o Cemitério de Guerra Britânico em Bayeux o impulsionou, e ele garantiu que Arthur o acompanhasse.
A visita trouxe à tona lembranças dolorosas para Arthur, especialmente quando testemunhou Bernie sonâmbulo. Arthur lembrava de seu irmão, também um comandante da RAF, que se envolveu com a Resistência e perdeu a vida em Caen, na França. Acreditava-se que Arthur havia causado os danos à cidade, incluindo o bombardeio que custou a vida de seu irmão. Essa culpa o atormentou ao longo dos anos. Arthur sempre desejou visitar o túmulo de seu irmão, mas nunca encontrou coragem para fazê-lo.
Na manhã seguinte, ao invés de participar do evento principal, Bernie optou por levar Arthur ao cemitério em Bayeux. Ambos haviam evitado confrontar o passado, mas decidiram que era hora de fazê-lo. Bernie carregava consigo uma caixa de lata que Douglas Bennett, um jovem da Marinha Real, lhe havia entregue antes de morrer. O pedido de Douglas era simples: entregar uma carta à sua amada e expressar seu amor por ela.
Bernie havia prometido a Douglas que tudo ficaria bem, mas presenciou sua morte na praia. Durante anos, Bernie adiou a visita à Normandia para cumprir sua promessa a Douglas. No cemitério, cercado pelos túmulos de cinco mil soldados britânicos que perderam a vida na Segunda Guerra Mundial, Bernie refletiu sobre a tragédia e o sacrifício desses jovens. Ele sentiu que tudo havia sido uma terrível perda.
Bernie e Arthur se despediram, prometendo se encontrar do outro lado. Apesar de serem estranhos, a experiência compartilhada da guerra os uniu e ajudou a superar um capítulo sombrio de suas vidas. Bernie também demonstrou empatia ao pedir a Scott que buscasse ajuda para superar o trauma que estava vivenciando. Ele esperava que Scott pudesse encontrar a ajuda necessária, evitando o uso do álcool como fuga, como havia ocorrido com Arthur.
O Papel de Rene em Ajudar Bernie a Superar a Culpa
Ao retornar à casa de repouso, Bernie foi recebido com entusiasmo. As pessoas agitavam bandeiras e o aplaudiam quando ele cruzava a porta. Ele carregava uma sacola repleta de lembranças e, é claro, chocolates que trouxera para sua querida esposa. Somente quando retornou à casa é que Bernie percebeu a magnitude da atenção que havia recebido na mídia. Ele fez o possível para retribuir o carinho, mas estava visivelmente cansado. A caixa de lata que ele carregava era um símbolo de sua promessa não cumprida a Douglas Bennett, e Bernie esperava devolvê-la à família de Douglas. Porém, ele não esperava que isso se tornasse um evento de grande proporção.
No desfecho de “The Great Escaper”, Bernie expressa sua visão sobre a atenção que recebeu. Enquanto o público celebra um final feliz, Bernie compreende que a realidade é bem diferente. Ele é chamado de “o grande escapista,” mas sabe que não há escapatória da velhice e da inevitabilidade da morte. Sua maior culpa reside na falsa esperança que deu a Douglas quando ele partiu para a guerra. Bernie havia prometido a Douglas que tudo ficaria bem, mas testemunhou sua morte na praia. Rene, sua esposa, relembra como a guerra afetou profundamente Bernie e como ela tentou protegê-lo das memórias perturbadoras.
No entanto, agora que Bernie expressou seus sentimentos, Rene o lembra de que ele sobreviveu à guerra devido à sorte, e que não deve mais se culpar por algo que não estava sob seu controle. Ela enfatiza como ambos valorizaram cada momento de suas vidas, vivendo em nome dos amantes que não tiveram a mesma oportunidade. O filme encerra revelando que, seis meses após a comemoração do Dia D, Bernard Jordan faleceu, e sete dias depois, Rene se juntou a ele do outro lado. Os namorados de infância não puderam ficar separados por muito tempo.
A História Real que Inspirou o Filme
“The Great Escaper” é baseado na vida real de Bernard Jordan, um veterano da Royal Navy que, em 2014, fugiu de sua casa de repouso e viajou para a Normandia para participar das comemorações do Dia D. A história de sua fuga chamou a atenção da mídia e inspirou o filme. Jordan foi recebido com carinho e cuidado durante sua breve jornada, e seu retorno foi saudado com aplausos.
A história de amor entre Bernard e Rene também desempenhou um papel significativo no filme, mostrando como duas pessoas amaram e respeitaram uma à outra por setenta anos. “The Great Escaper” não é apenas uma história de coragem e futilidade da guerra, mas também um tributo ao amor e à resiliência. Aos 90 anos, Bernard Jordan foi nomeado vereador honorário da cidade, um reconhecimento de sua notável jornada.
Este filme emocionante, inspirado na vida de Bernard Jordan, celebra a coragem, a determinação e o amor duradouro. A história de Bernie é um lembrete de que, mesmo diante dos horrores da guerra e da passagem do tempo, o amor verdadeiro é capaz de superar todas as adversidades. “The Great Escaper” é uma homenagem a uma geração esquecida e um tributo à resiliência humana.
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