Cavaleiros do Céu

Um menino que do alto de uma goiabeira que havia em frente à casa de tia Luzia, cantava uma música. Eu a ouvi mais tarde numa gravação do Milton Nascimento, com o título em português de “Cavaleiros do céu”. Agora, só consigo lembrar-me do menino repetindo o refrão: Y-pi-a-ê, Y-pi-a-ô…  As primeiras lembranças motivam as … Ler mais

O Poderoso Grão de Mostarda

Já houve quem designasse a adolescência como o campo de provas necessário a toda a vida humana. Ao sair da infância, eu cruzei a rua e adentrei o campo de eucaliptos em frente ao orfanato, rumo a um destino que à época me parecia nebuloso, embora pleno de esperanças. Senti às vésperas da adolescência a … Ler mais

Considerações Sobre a Lírica Poética de Sônia Elisabeth

Tendo em mente um conselho do crítico paranaense Temístocles Linhares, e depois de ler (e reler) várias vezes os versos do premiado livro da goiana Sônia Elisabeth, sigo refletindo sobre os versos de “A Lírica Poética da Manhã que chega[1]” – porque, de fato, aqui o benévolo leitor encontrar-se-á diante de Poesia que exige reflexão … Ler mais

Jorge Luis Borges: Em busca de secretas modalidades do Ser

André Maurois afirmou em seu último livro que, tendo sido leitor toda uma vida, quando “velho tirava das leituras as mesmas alegrias que na adolescência, e essa felicidade se torna mais viva se posso, no espaço de um artigo, dizer aos leitores, jovens e velhos, que me distinguem com sua amizade, os motivos de minhas … Ler mais

Diário do extremo oriente: O começo da jornada

Tóquio, 22 de dezembro de 2022 – Viajo só e calado em respeito ao notável silêncio e à quietude dos outros viajantes nipônicos dentro do trem da JR (o que é um hábito bem japonês), sigo o percurso da estação de Ryoguku-Sumida, onde estou morando, para a de Ueno, para uma visita ao Museu Nacional … Ler mais

Natal antigo em Portugal

Lembranças de um Natal antigo me transportam a uma crônica das “Farpas escolhidas[i]”, do velho lusitano Ramalho Ortigão (1836-1915), que se autointitulava pai-avô. Eis-me, pois, diante de “O Natal Minhoto”. Começo tentando estabelecer comparações entre o espírito natalino da Lisboa do início do século XX com o da minha amada Goiânia nesta segunda década do … Ler mais

Exaustão literária (1)

A esta altura do ano, quando eu era mais jovem, tinha quase fechada minha lista de livros lidos e aqueles que permaneciam em processo de leitura. Eu me sentia pronto a emitir juízo de valor sobre todos. Hoje, apesar de continuar amando a leitura e, talvez, até mesmo lendo com mais atenção e cuidado que … Ler mais

Japão à vista

“Como é complicado redigir — é mais árduo do que jejuar por três dias” – afirma o narrador de “Botchan”, romance de Natsume Soseki. E sempre penso isso quando desejo me manter ativo neste meu ofício de cronista da Recorte Lírico, a revista digital mais lida no Sul do país. Penso que não é porque … Ler mais

Marra Signoreli: um poeta do “underground estético”

            (A iluminação das dançarinas de Leucoteia) Tomemos o título para compreender que Signoreli conhece o enredo que está musicando. Falamos do canto V, da Odisseia, de Homero, por sinal texto de uma das epígrafes do livro: “Leucoteia, afamada pelos pés sedutores […] recebia agora honras de deusa marinha.” – transcrito pelo autor conforme à … Ler mais

Rondando as fronteiras do Sagrado

Íntegra da comunicação feita no II Colóquio de Poesia Goiana (UFG), no dia 20 de agosto passado. É possível traçar um paralelo entre a poesia de Sônia Maria Santos e a de Dora Ferreira da Silva. Sem correr muito risco de errar, pode-se aplicar à poesia da goiana o que Gustavo Bernardo considerou relevante destacar … Ler mais