Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida | Como o Dr. Waziri Encontrou o Livro da Morte?

Sabrina Santos

Em 2022, Dr. Zahi Hawass, conhecido como o Indiana Jones do Egito, e seu pupilo, Dr. Mostafa Waziri, realizaram escavações em dois locais diferentes em Saqqara, em busca de descobertas importantes. “Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida” é um documentário da Netflix que acompanha a jornada desses dois egiptólogos que, apesar de competidores, ainda compartilham suas descobertas e respeitam a sabedoria de Hawass. O documentário explora o esforço físico e a convicção necessários para realizar um projeto de escavação, oferecendo uma experiência fascinante para os entusiastas da história egípcia.

O enredo de “Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida” gira em torno da determinação do Dr. Zahi Hawass em fazer uma descoberta impactante e ser lembrado por encontrar a pirâmide de Huni. Esse faraó do Antigo Egito, último da Terceira Dinastia, é uma figura crucial para a compreensão da história egípcia. O Dr. Hawass sempre se sentiu motivado pela emoção de encontrar relíquias dos tempos antigos.

Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida | Como o Dr. Waziri Encontrou o Livro da Morte?
Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida | Como o Dr. Waziri Encontrou o Livro da Morte? (Imagem: Netflix/Reprodução)

Ele não tinha interesse inicial em se tornar arqueólogo, principalmente porque a maioria dos estudiosos de história egípcia eram estrangeiros. Para ele, era fundamental que os egípcios contribuíssem para desvendar sua própria história, uma vez que muitos artefatos descobertos por estrangeiros eram levados para seus países de origem. Assim, ele acreditava na importância da preservação do passado local através do trabalho conjunto da população.

Enquanto a equipe do Dr. Hawass explorava a região de Gisr-el-Mudir, eles descobriram uma pedreira de calcário, reforçando a teoria de que a pirâmide de Huni estava localizada lá. Nove estátuas foram encontradas, sugerindo que pertenciam a membros da elite do Antigo Reino. Normalmente, os corpos dos membros da corte e altos funcionários eram enterrados próximos aos túmulos dos faraós.

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As estátuas indicavam que o cemitério pertencia à elite, o que aumentava as expectativas de encontrar uma pirâmide próxima. Encontrar um monumento intacto era extremamente significativo, considerando que a maioria deles foi destruída por ladrões ao longo dos séculos. Ao encontrar as estátuas, a equipe de Hawass se sentiu aliviada ao saber que o cemitério não havia sido saqueado e que valia a pena a escavação. A expectativa de descobrir a pirâmide de Huni e entrar para a história o impulsionava.

O Dr. Hawass se inspira no arqueólogo inglês Howard Carter, que levou cinco anos para encontrar o túmulo de Tutancâmon. Essa experiência ensinou a Hawass a importância da paciência e de nunca desistir de sua visão. Pouco tempo depois, sua equipe confirmou que o túmulo permanecera selado e intocado por mais de quatro mil anos, e encontraram um sarcófago contendo um esqueleto. Devido ao estágio pouco avançado do processo de mumificação durante o Antigo Reino, o esqueleto estava deformado.

Hawass decidiu deixar o caixão como estava, pois o corpo já estava danificado. O último mês de escavação foi desafiador para a equipe, mas a esperança de desvendar um fragmento importante da história os impulsionava. Outro sarcófago foi encontrado, selado e de tamanho enorme. O caixão pertencia a uma mulher chamada Nebet Hut, cujo corpo foi armazenado há mais de 4.300 anos. O corpo estava bem preservado e suas joias ainda mantinham suas cores verde-azuladas, mesmo após tantos séculos.

Hawass acredita que essa seja a múmia mais antiga e bem preservada já descoberta no Egito. Ele concluiu que essa pessoa deve ter sido uma figura importante, já que teve acesso ao processo de mumificação, o que era bastante raro no Antigo Reino. A descoberta do cajado dourado indicava que ela poderia pertencer ao palácio real. Hawass deduziu que a descoberta de uma figura real sugeria que a pirâmide de um faraó estivesse por perto.

Na última semana de escavação, um muro de calcário foi descoberto, e Hawass acreditava que aquele era o local que tanto procurava. Ainda não se sabe se ele descobrirá a pirâmide de Huni, mas sua contribuição para a formação de vários arqueólogos egípcios será sempre lembrada. Ele se sente satisfeito ao saber que seu legado perdurará mesmo depois de sua partida.

Enquanto isso, a equipe do Dr. Waziri descobriu a entrada de uma tumba intacta contendo vários caixões. Após remover as estátuas que os antigos egípcios utilizavam como proteção mágica, o trabalho dos conservadores foi dedicado à restauração dessas peças frágeis, o que levou mais de dez dias. Além das estátuas elegantes, a equipe também encontrou artefatos desconhecidos até então. O significado desses artefatos permanece um mistério até que sejam encontrados escritos que falem sobre eles. Após a remoção das estátuas, chegou a hora de desvendar o caixão de madeira na tumba.

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O caixão pertencia a um indivíduo chamado Ahmose, e ao remover a tampa, foi encontrada uma estátua protetora de bronze em forma de gato. No peito do corpo mumificado havia um amuleto de ouro representando um pássaro com cabeça humana. Um objeto cilíndrico branco chamou a atenção do Dr. Waziri, que se revelou um papiro muito bem preservado. O papiro, chamado de Papiro Waziri, é um dos raros documentos escritos em formato de rolo já descobertos.

Após três semanas de restauração, por meio dos processos de esterilização e umidificação, o papiro foi finalmente desenrolado. Com nove metros de comprimento, o papiro continha 113 capítulos pertencentes ao “Livro da Morte”. O Papiro Waziri é uma descoberta revolucionária, pois, além de ser a primeira vez que um papiro tão extenso foi encontrado em uma tumba, também revela detalhes sobre a crença no pós-vida dos antigos egípcios.

A descoberta do Papiro Waziri adicionou um novo capítulo à história da egiptologia. A equipe do Dr. Waziri agora está focada em traduzir e estudar o conteúdo do papiro para entender melhor a cultura, a religião e as crenças do Antigo Egito. Essa descoberta também destaca a importância do trabalho em equipe e da colaboração entre os egiptólogos para avançar na compreensão do passado. A aventura de “Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida” oferece uma visão fascinante do processo de escavação arqueológica e do impacto que essas descobertas têm na história e na cultura do Egito antigo.

Em suma, “Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida” apresenta as emocionantes escavações realizadas pelo Dr. Zahi Hawass e pelo Dr. Mostafa Waziri em Saqqara. Com a descoberta de estátuas e múmias bem preservadas, a equipe de Hawass está cada vez mais próxima de encontrar a pirâmide de Huni, enquanto a equipe de Waziri desvenda o fascinante “Livro da Morte” através do Papiro Waziri. Essas descobertas não apenas contribuem para a compreensão da história egípcia, mas também destacam a importância da preservação do passado local e da colaboração entre os arqueólogos. “Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida” é uma experiência emocionante para os amantes da história egípcia e nos lembra da importância de olhar para o passado para entender o presente.

Veja o trailer de Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida:

2 comentários em “Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida | Como o Dr. Waziri Encontrou o Livro da Morte?”

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