Quem foi Lord Byron?
Que Lord Byron foi de grande influência para autores do romantismo nós já sabemos, mas quem foi Lord Byron? Você sabia que ele era homossexual, que perdeu a virgindade aos 9 anos, que usava maconha e que, segundo os médicos, sua morte foi por conta de suas promiscuidades sexuais?
Nascido em Londres, em 1788, George Gordon Noel Byron nasceu em uma família que teve sua riqueza destruída pelo próprio pai, Capitão John Byron. Sua mãe, Catherine, veio da família dos Gordons, tradicionais escoceses conhecidos por serem violentos. O pai de George se matou aos 36 anos, logo que ele nasceu. Sua mãe o levou para a Escócia e batia muito nele para descontar a sua infelicidade. Ele também apanhava bastante da governanta da casa, teve até que usar botas especiais porque seu pé ficou deformado por conta das surras. Por conta desses tratamentos, ele sempre foi uma criança muito tímida. Byron sempre gostou muito de ler, principalmente obras sobre a história de Roma.
Aos 7 anos, Byron se apaixonou perdidamente por uma prima. Sua babá tirou sua virgindade quando ele tinha apenas 9 anos. Com 10 anos, Byron herdou o título nobiliárquico de um tio-avô, tornando-se o sexto Lord Byron. Lord Ruthyn foi quem o iniciou no bissexualismo. Se apaixonou perdidamente por Mary Ann, uma vizinha. Ficou obcecado por ela e teve de voltar à força para a cada de Lord Ruthyn.
Byron era muito charmoso! Durante a adolescência, com o poder à cabeça, era muito belo, carismático e detentor do poder da sedução. Envolveu-se com colegas, empregadas, professores, prostitutas e garotas que caçavam homens nobres. Em 1805, quando Mary Ann se casou, ele ficou ainda mais rebelde. Arranjou um emprego, mas não trabalhava, pois era a moda dos descolados da época. Nesse tédio, era como os romancistas da época viviam, e no qual Lord Byron tornou-se o mestre supremo.
Escrevia muitos versos e gastava muito dinheiro. Ao entrar na Trinity College, em Cambridge (1807), publicou “Horas de Ócio”, seu primeiro livro de poesia muito mal recebido pelas críticas, inclusive. Fez um tour pela Europa com os amigos e acabou ficando na Grécia, em uma escola para garotos. Começou a escrever uma de suas obras-primas “Childe Harold’s Pilgrimage”, e teve um relacionamento com Nicolo Giraud, um jovem grego que salvou a vida de Byron quando ele teve malária. Muito grato, Byron pagou todos os estudos de Nicolo. Em 1811, ele publicou os dois primeiros cantos de Childe Harold’s Pilgrimage. A obra teve muito sucesso e sua fama cresceu ainda mais com outros trabalhos, principalmente The Corsair (O Corsário) em 1814, Lara e The Siege of Corinth (O Cerco de Corinto) em 1816.
Em 1815 se casa com Anne Milbanke, a Lady Byron. Entretanto, um ano depois ele se divorcia e se muda para a Suíça, o divórcio se deu pela suspeita de Lady Byron de que ele a havia traído com sua meia-irmã Augusta. Lá, escreve o canto III de Childe Harold’s Pilgrimage, The Prisoner of Chillon (O prisioneiro de Chillon) e o poema dramático Manfred, enigmático e demoníaco. Seguido por Hobhouse e Fletcher, ele arrumou mais um companheiro: John Polidori. Em maio, o grupo se encontrou com Percy Bysshe Shelley e Mary Godwin (mais tarde, Shelley), que viviam uma vida de desejos e pecados, já que Percy era casado e Mary era sua amante. O casal estava acompanhado de Claire Clairmont, irmã adotiva de Mary. Os novos amigos se juntaram a ele, mas Hobhouse e Fletcher decidiram ficar na Inglaterra. Em Genebra então, passou a viver com Claire Clairmont. Byron e Shelley passavam horas discutindo filosofias e poesias. Chegaram, inclusive, a trocar rosas e carícias. Numa noite chuvosa em Diodati, o grupo decidiu compor histórias macabras. Nasceu ali Frankenstein de Mary Shelley e O Vampiro de Polidori.
Claire lhe revelou estar grávida. Byron concordou em cuidar da criança, mas se recusou a continuar o caso com ela. Claire levou sua filha Allegra para a Itália. Foi o fim da ligação entre Byron e Claire. Compôs então, em 1818, o canto IV de Childe Harold’s Pilgrimage e Beppo – A Venetian Story (Beppo – Uma história veneziana), poema em oitava-rima, de tom ligeiro e cáustico, em que ridiculariza a alta sociedade de Veneza. Em 1819 começou o poema herói-cômico Don Juan, sátira brilhante e atrevida, à maneira do século XVIII, que deixaria inacabada. No mesmo ano, ele assumiu Teresa, a condessa Guicioli, como amante. Foi um escândalo. Não somente porque ela era casada, mas também porque ele, Teresa e o marido dela viviam na mesma casa. No ano seguinte, envolveu-se com a política, juntando-se a combatentes pela independência italiana.
Em 1822, Shelley morreu afogado. Allegra, sua filha, morreu de febre. Byron ficou devastado. No ano seguinte, se juntou à causa grega pela independência da Turquia. Viajou até a Grécia. Encontrou abrigo com as tropas do príncipe e financiou um navio de guerra. Foi lá onde escreveu o drama The Deformed Transformed (O Deformado Transformado). Em fevereiro de 1824, teve um ataque epilético. Dois meses depois, após enfrentar uma tempestade enquanto cavalgava, pegou um resfriado do qual nunca se recuperou. Em 19 de abril do mesmo ano, na cidade de Missolonghi, um Domingo de Páscoa chuvoso, aos 36 anos de idade, Byron faleceu. Seu ataque epilético, muito provavelmente, foi causado por anorexia nervosa, mas seu médico diagnosticou como sendo uma doença cerebral causada por sua vida sexual conturbada. O médico não percebeu os sintomas do que deveria ser malária em Byron e preferiu fazer uma sangria no poeta. “Meus médicos me mataram”, foi uma de suas últimas frases para seu criado. Após sua morte, foi feita uma autopsia. Os médicos encontraram lesões no cérebro, o que, para eles, comprovava que a morte foi causada por sua promiscuidade sexual. Adorado na Grécia, ele foi embalsamado e seu coração foi retirado e enterrado em solo grego. Os restos mortais foram transportados para Inglaterra, mesmo contrário aos seus desejos. Ao chegar em Londres, a Abadia de Westminster se recusou a receber o funeral, alegando que ele era um pecador irreparável. Mesmo assim, o cortejo fúnebre foi assistido por milhares de pessoas. Byron foi enterrado na igreja Hucknall Torkard, próxima da Abadia de Newstead, ao lado de sua mãe e demais gerações de sua família.
Lord Byron teve uma vida pessoal bastante conturbada: homossexualismo, dezenas de casos sexuais e também foi um dos primeiros escritores a descrever os efeitos da maconha. Em meio a toda essa agitação existencial, que se tornou o paradigma do homem romântico que busca a liberdade, Byron escreveu uma obra riquíssima, em que não faltam elementos autobiográficos, e depois revelou uma faceta satírica e satânica que apresenta em poemas como Don Juan. Byron usou com igual mestria o verso curto de Walter Scott, o verso branco, a oitava-rima e a estrofe spenseriana. Seu aristocratismo se reflete na escolha de um estilo classicista pelo qual tratou uma temática fundamentalmente romântica.O cinismo e o pessimismo de sua obra haveriam de criar, juntamente com sua mirabolante vida, uma legião de jovens poetas “byronianos” por todo o mundo, chegando até o Brasil na obra de grandes escritores, como Álvares de Azevedo.
Para quem tem interesse em conhecer ainda mais do autor, há gratuitamente um livro no google acadêmico chamado The Life of Lord Byron.
Bibliografia
1807-Hours of Idleness(Horas de ócio) seu primeiro livro de poesia
1809 -English Bards and Scotch Reviewers (Bardos Ingleses e Criticos Escoceses) publicado em resposta à critica negativa ao seu primeiro livro de poesia
1811- e em 1812- Childe Harold’s Pilgrimage (A Peregrinação de Childe Harold, os dois primeiros cantos, longo poema em que narra as andanças e amores de um herói desencantado, ao mesmo tempo em que descreve a natureza da Península Ibérica, Grécia e Albania. 1814- The Corsair (o corsário)
1814- Lara
1816- The Siege of Corinth (O Cerco de Corintho)
1816- Childe Harold’s Pilgrimage, III canto de.
1816- ThePrisoner of Chillon (O Preso de Chillon)
1817- Manfred: umpoema dramático.
1818- Childe Harold’s Pilgrimage, canto IV.
1818- Beppo, uma historia veneziana em que satiriza a sociedade local.
1818- Venetian Story, poema em oitava rima, de tom ligeiro e cáustico, em que ridiculariza a alta sociedade de Veneza.
1819- começou o poema herói-cômico Don Juan(1819-1824), sátira brilhante e atrevida, à maneira do século XVIII, que deixaria inacabado.
1824-The Deformed Transformed.
Referências
http://www.letras.ufrj.br/veralima/romantismo/poetas/byron.html
http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/autores/byron.htm