Principais livros do Modernismo (1900 – 1945) e Pós-modernismo (1945-1970)

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Na quinta postagem dessa série de seis, trarei para os estudantes e/ou leitores de Literatura Universal, os principais livros do período do Modernismo e do Pós-modernismo. Não deixe de conferir a quarta postagem, na qual indiquei os principais livros do Realismo e Simbolismo:

https://recortelirico.com.br/2021/05/realismo-simbolismo/

Modernismo (1900 – 1945)

O cão de Baskerville (1901, de Arthur Conan Doyle): Conhecido como um dos primeiros best-sellers do século XX e considerado o melhor romance policial já escrito, O cão dos Baskerville arrebata o leitor com seu enredo de horror gótico, um clima de ameaça constante, estranhas pistas e inúmeros suspeitos. Baseado em lendas locais sobre cães negros e fantasmas vingativos, esse é mais um caso brilhante do imbatível detetive de Baker Street.

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Principais livros do Modernismo (1900 - 1945) e Pós-modernismo (1945-1970) 1

Livro do desassossego (1982, de Fernando Pessoa): Os fragmentos que compõem esta complexa obra representam a inquietude, os sentimentos, as dúvidas e o amplo conhecimento de mundo daquele que segurava a caneta para escrever tão profundas palavras e ao fim assinar sob o heterônimo de Bernardo Soares. Escrita em forma de diário, Livro do Desassossego é a obra de Fernando Pessoa que mais se assemelha a um romance, revelando os mais íntimos pensamentos e impressões do autor.

A metamorfose (1915, de Franz Kafka): A metamorfose (Die Verwandlung, em alemão) é uma novela escrita por Franz Kafka, publicada pela primeira vez em 1915. Nessa obra, Kafka descreve o caixeiro viajante Gregor Samsa, que abandona as suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais. Numa certa manhã, Gregor acorda metamorfoseado num inseto monstruoso.

Ulisses (1922, de James Joyce): A maior obra de James Joyce, ícone da literatura de língua inglesa, em tradução consagrada de Antônio Houaiss. Terminado em 1921, o livro só foi publicado no ano seguinte, em Paris, por ter sido censurado em diversos outros países, tachado de “bolchevismo literário”, além de muitas vezes incompreendido, por sua insubmissão aos ditames literários e inovação com o uso das palavras. Ulisses é uma leitura da Ilíada condensada na Dublin do início do século XX, durante 18 horas, pelas quais o leitor acompanha o protagonista por 18 episódios em mais de oitocentas páginas. Uma obra indispensável; segundo o crítico Harry Levin, “um romance para acabar com todos os romances”.

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Principais livros do Modernismo (1900 - 1945) e Pós-modernismo (1945-1970)
Estátua de James Joyce, em Trieste – Itália

Pauliceia Desvairada (1922, de Mário de Andrade): Publicado em 1922, no mesmo ano da Semana de Arte Moderna, “Pauliceia Desvairada” é considerada uma das obras mais importantes de Mário de Andrade. Além de “Ode ao burguês”, um dos marcos poéticos do modernismo brasileiro, a coletânea inclui mais de 20 poemas e também o famoso “Prefácio interessantíssimo”.

O Profeta (1923, de Khalil Gibran): Um dos clássicos da espiritualidade mais populares e amados do mundo, em nova edição com prefácio de Rupi Kaur O clássico que já encantou mais de 100 milhões de leitores no mundo Obra mais famosa de ficção espiritual do século XX, O profeta está enraizado na própria experiência de Khalil Gibran como um imigrante e serve de inspiração para qualquer um que se sinta a deriva em um mundo em fluxo. O profeta Almustafa está prestes a embarcar em um navio para viajar de volta à sua terra natal depois de doze anos no exílio quando é parado por um grupo que pede a ele que compartilhe sua sabedoria antes de partir. Em vinte e oito ensaios poéticos, ele oferece insights profundos e atemporais sobre aspectos da vida como amor, dor, amizade, família, beleza, religião, alegria, tristeza e morte. Sucesso imediato quando publicado pela primeira vez em 1923, O profeta é um clássico moderno, tendo sido traduzido para mais de quarenta idiomas. A mensagem que transmite continua a tocar corações através das gerações.

A montanha mágica (1924, de Thomas Mann): Ansiosamente aguardado pelos leitores brasileiros, volta às livrarias o célebre romance A montanha mágica, a grande obra-prima de Thomas Mann. A nova edição tem tradução de Herbert Caro e posfácio inédito de Paulo Astor Soethe, renomado especialista na obra do autor. Neste clássico da literatura alemã, Mann renova a tradição do Bildungsroman – o romance de formação – a partir da trajetória do jovem engenheiro Hans Castorp. Durante uma inesperada estadia em um sanatório para tuberculosos, Hans relaciona-se com uma miríade de personagens enfermos que encarnam os conflitos espirituais e ideológicos que antecedem a Primeira Guerra Mundial. Um dos grandes testamentos literários do século xx e uma das obras inesgotáveis da ficção ocidental.

O grande Gatsby (1925, de F. Scott Fitzgerald): Nos tempos de Jay Gatsby, o jazz é a música do momento, a riqueza parece estar em toda parte, o gim é a bebida nacional (apesar da lei seca) e o sexo se torna uma obsessão americana. O protagonista deste romance é um generoso e misterioso anfitrião que abre a sua luxuosa mansão às festas mais extravagantes. O livro é narrado pelo aristocrata falido Nick Carraway, que vai para Nova York trabalhar como corretor de títulos. Passa a conviver com a prima, Daisy, por quem Gatsby é apaixonado, o marido dela, Tom Buchanan, e a golfista Jordan Baker, todos integrantes da aristocracia tradicional. Na raiz do drama, como nos outros livros de Fitzgerald, está o dinheiro. Mas o romantismo obsessivo de Gatsby com relação a Daisy se contrapõe ao materialismo do sonho americano, traduzido exclusivamente em riqueza. Aclamado pelos críticos desde a publicação, em 1925, O grande Gatsby é a obra-prima de Scott Fitzgerald, ícone da “geração perdida” e dos expatriados que foram para a Europa nos anos 1920.

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Vidas Secas (1938, de Graciliano Ramos): Vidas secas é reconhecidamente o mais importante livro de Graciliano Ramos e um dos maiores clássicos da literatura brasileira. Graciliano Ramos nasceu em 1892, no interior de Alagoas, e cresceu na fazenda do pai antes de se mudar para a capital do estado e, posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar na imprensa. Em 1937, foi preso sob vagas acusações de defender ideologias comunistas. Ao deixar a prisão, procurou trabalho como jornalista em um jornal do Rio de Janeiro. O editor então lhe permitiu publicar um texto curto, e Graciliano escreveu um conto chamado “Baleia”, sobre o sofrimento e a morte da cachorrinha de uma família de retirantes sertanejos. O conto fez sucesso e o jornal encomendou outros no mesmo estilo. Graciliano produziu então um conto para cada membro da família: o pai, a mãe e os dois filhos. Nascia assim Vidas secas, narrado em terceira pessoa, com treze capítulos que, por não terem uma linearidade temporal, podem ser lidos fora de ordem, como contos.

À beira do abismo (1939, de Raymond Chandler): Marlowe vê-se envolvido numa teia de corrupção e crime: um negócio de aluguer de livros pornográficos, o misterioso desaparecimento de um membro da família, rapto, sedução perversa e uma série de homicídios.

O pequeno príncipe (1943, de Antoine de Saint-Exupéry): Nesta clássica história que marcou gerações de leitores em todo o mundo, um piloto cai com seu avião no deserto do Saara e encontra um pequeno príncipe, que o leva a uma jornada filosófica e poética através de planetas que encerram a solidão humana.

Leitura Adicional:
O grito da selva (Jack London);
Nostromo (Joseph Conrad);
Ethan Frome (Edith Wharton);
Morte em Veneza (Thomas Hann);
Filhos e Amantes (D. H. Lawrence);
Em busca do tempo perdido (Marcel Proust);
Retrato de um artista quando jovem (James Joyce);
Sidarta (Hermann Hesse);
Alguma poesia (Carlos Drummond de Andrade);
O processo (Franz Kafka);
Mrs. Dalloway (Virginia Woolf);
Os moedeiros falsos (André Gide);
Doña Bárbara (Rómulo Gallegos);
O som e a fúria (William Faulkner);
O homem sem qualidades (Robert Musil);
Admirável mundo novo (Aldous Huxley);
Viagem ao fim da noite (Louis-Ferdinand Céline);
Trópico de câncer (Henry Miller);
Os Sertões (Euclides da Cunha);
Ratos e homens (John Steinbeck);
A náusea (Jean-Paul Sartre);
As vinhas da ira (John Steinbeck);
Mãe coragem e seus filhos (Berlot Brecht);
O estrangeiro (Albert Camus);
A nascente (Ayn Rand);
Ficções (Jorge Luis Borges);
A revolução dos bichos (George Orwell).

Pós-modernismo (1945 – 1970)

1984 (1949, de George Orwell): Winston Smith vive na Faixa Aérea Um (anteriormente conhecida como Grã-Bretanha), uma província do superestado da Oceânia. O mundo se encontra em guerra, e todos estão aprisionados na engrenagem de uma sociedade dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada um vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder absoluto. Em Oceânia, ter uma mente livre é considerado crime gravíssimo. Winston, então, se rebela contra o regime e, em seu anseio por verdade e liberdade, arrisca a vida ao se envolver amorosamente com uma colega de trabalho, Julia, e com uma organização revolucionária secreta. Publicado originalmente em 1949, este é um dos romances mais influentes do século XX, uma das mais importantes distopias da literatura e um inquestionável clássico moderno. Lançada poucos meses antes da morte do autor, 1984 é uma obra magistral que ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder.

O apanhador no campo de centeio (1951, de J. D. Salinger): É Natal, e Holden Caulfield conseguiu ser expulso de mais uma escola. Com uns trocados da venda de uma máquina de escrever e portando seu indefectível boné vermelho de caçador, o jovem traça um plano incerto: tomar um trem para Nova York e vagar por três dias pela grande cidade, adiando a volta à casa dos pais até que eles recebam a notícia da expulsão por alguém da escola. Seus dias e noites serão marcados por encontros confusos, e ocasionalmente comoventes, com estranhos, brigas com os tipos mais desprezíveis, encontros com ex-namoradas, visitas à sua irmã Phoebe — a única criatura neste mundo que parece entendê-lo — e por dúvidas que irão consumi-lo durante sua estadia, entre elas uma questão recorrente: afinal, para onde vão os patos do Central Park no inverno? Acima de todos esses fatos, preocupações e pensamentos, paira a inimitável voz de Holden, o adolescente raivoso e idealista que quer desbancar o mundo dos “fajutos”, num turbilhão quase sem fim de ressentimento, humor, frases lapidares, insegurança, bravatas e rebelião juvenil.

Homem invisível (1952, de Ralph Ellison): Obra fundamental na formação intelectual de Barack Obama, um dos romances seminais do cânone afro-americano, livro que resume a experiência de ser negro nos EUA, Homem invisível narra a história de um jovem negro que sai do sul racista dos Estados Unidos e vai para o Harlem, em Nova York, nos primeiros anos do século XX. Com o passar do tempo, entre experiências frequentemente contraditórias, o protagonista conhece um mundo muito diferente daquele que idealizara. Invisível para brancos racistas e também para negros, ele deseja apenas ser como é.

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O grande João Guimarães Rosa ocupou a cadeira nº 2 da ABL

Lolita (1955, de Vladmir Nabokov): Polêmico, irônico e tocante, este romance narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, 12 anos, uma ninfeta que inflama suas loucuras e seus desejos mais agudos. Através da voz de Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o caçador. A obra-prima de Nabokov, agora em nova tradução, não é apenas uma assombrosa história de paixão e ruína. É também uma viagem de redescoberta pela América; é a exploração da linguagem e de seus matizes; é uma mostra da arte narrativa em seu auge. Na literatura contemporânea, não existe romance como Lolita.

Esperando Godot (1953, de Samuel Beckett): Esperando Godot marca o início da publicação da obra de Samuel Beckett pela Companhia das Letras. Expoente do Teatro do Absurdo, escrita em 1949 e levada aos palcos pela primeira vez em 1953, Esperando Godot é uma tragicomédia em dois atos que segue desafiando público e crítica. Na trama, duas figuras clownescas, Vladimir e Estragon, esperam por um sujeito que talvez se chame Godot. Sua chegada, que parece iminente, é constantemente adiada. Em um cenário esquálido ― uma estrada onde se vê uma árvore e uma pedra ―, Beckett revoluciona a narrativa e o teatro do século XX.

Grande sertão: veredas (1956, de João Guimarães Rosa): Publicado originalmente em 1956, Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, revolucionou o cânone brasileiro e segue despertando o interesse de renovadas gerações de leitores. Ao atribuir ao sertão mineiro sua dimensão universal, a obra é um mergulho profundo na alma humana, capaz de retratar o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria.

Pé na estrada (1957, de Jack Kerouac): Sal Paradise é o narrador de ‘On the road – pé na estrada’. Ele vive com sua tia em Nova Jersey, Estados Unidos, enquanto tenta escrever um livro. Em Nova Iorque, conhece um andarilho de Denver de personalidade magnética chamado Dean Moriarty. Dean é cinco anos mais novo que Sal, mas compartilha o seu amor por literatura e jazz e a ânsia de correr o mundo. Tornam-se amigos e, juntos, atravessam os Estados Unidos, de New Jersey até a Costa Oeste, deparando-se com os mais variados tipos de pessoas, numa jornada que é tanto uma viagem pelo interior de um país pela Rota 66 quanto uma viagem de auto-conhecimento – de uma geração assim como dos personagens.

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Aclamada obra literária, On the road (Pé na estrada) ganhou também uma versão cinéfila, em 2012.

O mundo se despedaça (1958, de Chinua Achebe): O mundo se despedaça conta a história de um guerreiro chamado Okonkwo, da etnia ibo, estabelecida no sudeste da Nigéria, às margens do rio Níger. O momento que a narrativa retrata é o da gradual desintegração da vida tribal, graças à chegada do colonizador branco. Os valores da Ibolândia são colocados em xeque pelos missionários britânicos que trazem consigo o cristianismo, uma nova forma de governo e a força da polícia. O delicado equilíbrio de costumes do clã vinha sendo mantido por gerações, mas então atravessa um momento de desestabilização, pois os missionários europeus e seus seguidores, africanos convertidos, começam a acorrer às aldeias de Umuófia pregando em favor de uma nova crença, organizada em torno de um único Deus.

O tambor (1959, de Günter Grass): O tambor é considerado por muitos o melhor romance sobre o dilaceramento do mundo alemão no pós-guerra. O livro conta a história de um anão que, ao tocar seu tambor, ressuscita suas lembranças, as de sua família e de seu país, agitando um universo grotesco e misterioso cuja lógica não é deste mundo. Publicado originalmente em 1959, o romance de estreia de Günter Grass tornou-se um best-seller e trouxe reconhecimento internacional ao autor, que mais tarde ganharia o prêmio Nobel de Literatura.

O sol é para todos (1960, Harper Lee): Um dos maiores clássicos da literatura mundial.Nesta emocionante história ambientada no Sul dos Estados Unidos da década de 1930, região envenenada pela violência do preconceito racial, vemos um mundo de grande beleza e ferozes desigualdades através dos olhos de uma menina de inteligência viva e questionadora, enquanto seu pai, um advogado local, arrisca tudo para defender um homem negro injustamente acusado de cometer um terrível crime.Uma história sobre raça e classe, inocência e justiça, hipocrisia e heroísmo, tradição e transformação, O sol é para todos permanece tão importante hoje quanto foi em sua primeira edição, em 1960, durante os anos turbulentos da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

O jogo da amarelinha (1963, de Julio Cortázar): “A verdade, a triste ou bela verdade, é que cada vez gosto menos de romances, da arte romanesca tal como é praticada nestes tempos. O que estou escrevendo agora será (se algum dia eu terminar) algo assim como um antirromance, uma tentativa de romper os moldes em que esse gênero está petrificado”, escreveu Julio Cortázar numa carta de 1959, quando iniciava a escrita do que viria a ser O jogo da amarelinha. Publicado em 1963, o relato de amor entre um intelectual argentino no exílio, Horacio Oliveira, e uma misteriosa uruguaia, a Maga, ao acaso das ruas e das pontes de Paris, é um marco da literatura do século vinte.

Ardil-22 (1961, de Joseph Heller): Joseph Heller, ambientado na Segunda Guerra Mundial, este clássico antibelicista e satírico consagrou Joseph Heller no meio literário. Ardil-22 foi livremente inspirado nas próprias experiências de Heller, que entrou para a United States Army Air Corps e aos 20 anos foi enviado para a Itália, onde voou em 60 missões de combate como bombardeador em um B-25.Ardil-22 foi o primeiro romance do autor e foi aclamado pela crítica inglesa ao enfatizar, de modo irônico, o absurdo da guerra e as atrocidades cometidas nos campos de batalha. O livro inspirou o filme de guerra homônimo dirigido por Mike Nichols, uma peça de teatro apresentada no John Drew Theater de Nova York, a comédia M.A.S.H. de Robert Altman sobre a Guerra da Coreia e, mais recentemente,o 66º episódio da série televisiva Lost, intitulado Catch-22. Um clássico mais que atual nos dias belicosos de hoje.

A sangue frio (1966, Truman Capote): O americano Truman Capote foi um escritor versátil: produziu textos de qualidade em vários gêneros (contos, peças, reportagens, adaptações para TV e roteiros para filmes). Mas sua grande obra foi o romance-reportagem A sangue frio, que conta a história da morte de toda a família Clutter, em Holcomb, Kansas, e dos autores da chacina. Capote decidiu escrever sobre o assunto ao ler no jornal a notícia do assassinato da família, em 1959. Quase seis anos depois, em 1965, a história foi publicada em quatro partes na revista The New Yorker. Além de narrar o extermínio do fazendeiro Herbert Clutter, de sua esposa Bonnie e dos filhos Nancy e Kenyon – uma típica família americana dos anos 50, pacata e integrada à comunidade -, o livro reconstitui a trajetória dos assassinos.

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Cem anos de solidão (1967, de Gabriel Garcia Márquez): Em nenhum outro livro García Márquez empenhou-se tanto para alcançar o tom com que sua avó materna lhe contava os episódios mais fantásticos sem alterar um só traço do rosto. Assim, ao mesmo tempo em que a incrível e triste história dos Buendía pode ser entendida como uma autêntica enciclopédia do imaginário, ela é narrada de modo a parecer que tudo faz parte da mais banal das realidades.Gabo, apelido de Gabriel García Márquez, costumava dizer que todo grande escritor está sempre escrevendo o mesmo livro. “E qual seria o seu?”, perguntaram-lhe. “O livro da solidão”, foi a resposta. Apesar disso, ele não considerava Cem anos sua melhor obra (gostava demais de O outono do patriarca). O que importa? O certo é que nenhum outro romance resume tão completamente o formidável talento deste contador de histórias de solitários – que se espalham e se espalharão por muito mais de cem anos pelas Macondos de todo o mundo.Cem anos de solidão é uma obra grandiosa e atemporal, sobre a qual é possível construir diversos paralelos com a nossa própria existência.

Leitura Adicional:
Palavras (Jacques Prévert);
Chora, terra bem amada! (Alan Paton);
O país das neves (Yasunari Kawabata);
A lagoa e outras histórias (Janet Frame);
O velho e o mar (Ernest Hemingway);
Fahrenheit 451 (Ray Bradbury);
O senhor das moscas (William Golding);
O senhor dos anéis (J. R. R. Tolkien);
Pedro Páramo (Juan Rulfo);
Memed, meu falcão (Yasar Kemal);
O pavilhão dourado (Yukio Mishima);
Uivo e outros poemas (Allen Ginsberg);
Doutor Jivago (Boris Pasternak);
O ciúme (Allan Robbe-Grillet);
Uma casa para o Sr. Biswas (V. S. Naipaul);
A paixão segundo G. H. (Clarice Lispector);
Um estranho no ninho (Ken Kesey);
Laranja mecânica (Anthony Burgess);
A morte de Artemio Cruz (Carlos Fuentes);
A redoma de vidro (Sylvia Plath);
A cidade e os cães (Mario Vargas Llosa);
O leilão do lote 49 (Thomas Pynchon);
Vasto mar de sargaços (Jean Rhys);
Os exércitos da noite (Norman Mailer);
Matadouro 5 (Kurt Vonnegut);
A mulher do tenente francês (John Fowles);
Eu sei porque o pássaro canta na gaiola (Maya Angelou);
Crow (Ted Hughes).

REFERÊNCIAS
O livro da literatura / organização James Canton [et al.]; tradução Camile Mendrot [et al.] – 1. ed. São Paulo: Globo, 2016. (p. 204-291)
Amazon.com.br (sinopses)


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