As Virgens Suicidas: Final Explicado do clássico | por que as irmãs Lisbon se mataram?
O filme “As Virgens Suicidas”, dirigido por Sofia Coppola, nos conduz através de uma narrativa que mescla a tragédia com a beleza melancólica, deixando um rastro de questionamentos e reflexões profundas. Este drama, que se desenrola como uma história de crime verdadeiro, nos apresenta às irmãs Lisbon – cinco jovens predestinadas a um fim trágico, conforme antecipa o título. Ao longo do filme, a audiência é envolvida na angustiante antecipação do desfecho, questionando-se incessantemente sobre as razões que conduziram a tal tragédia.
Os Perguntas Sem Resposta das Irmãs Lisbon
A história inicia-se com um “porquê” que permeia toda a trama: Por que as irmãs Lisbon decidiram tirar suas próprias vidas? Por que não buscaram ajuda ou compartilharam seus sentimentos com alguém? Por que ninguém percebeu o que estava acontecendo com elas? E por que escolheram ir todas juntas?
A Busca Incessante por Entendimento
Estas indagações assombram os jovens que observavam as irmãs à distância, desde a sua chegada até os seus últimos dias em isolamento. Apesar de uma breve comunicação estabelecida entre os rapazes e as garotas – trocas de discos e bilhetes –, não há uma conversa verdadeira, apenas distrações temporárias que não oferecem uma saída. Assim, mesmo após a morte das irmãs, os rapazes buscam incansavelmente entender o que se passava na mente das garotas, colecionando objetos que elas deixaram para trás.
O Mistério das Irmãs Lisbon
Essa busca por respostas permanece com os garotos pelo resto de suas vidas, refletindo o propósito central da narrativa. Por serem sempre observadas à distância e apenas através da perspectiva dos rapazes, nunca chegamos a compreender integralmente as irmãs Lisbon, conhecendo apenas os eventos externos que as cercam, mas nunca adentrando verdadeiramente o íntimo de seu lar e de suas mentes.
A tragédia das irmãs Lisbon parece evidente diante dos acontecimentos. Tudo começa com a morte de Cecília, a mais nova, que após uma tentativa de suicídio frustrada, consegue concretizar seu intento na noite de uma festa. Esse evento desencadeia uma série de reações em cadeia que culminam no destino fatal de suas irmãs.
O Controle e Isolamento no Lar das Lisbon
Desde o início, percebe-se que as irmãs Lisbon viviam sob o rigoroso controle de seus pais, especialmente de uma mãe superprotetora. Após a morte de Cecília, qualquer tentativa de abertura para o mundo externo é abruptamente interrompida. Ambientado nos anos 70, o filme sugere um distanciamento da família Lisbon por parte da comunidade após o incidente, aumentando o isolamento das garotas.
O Afastamento Social e suas Consequências
Na escola, as irmãs Lisbon parecem não ter amizades significativas, com exceção dos rapazes que as observam à distância. A ausência de um círculo social sólido fica ainda mais evidente após o baile de formatura, quando Lux, uma das irmãs, não retorna para casa após uma noite com Trip, o que leva a uma reação desproporcional de sua mãe. Acreditando estar protegendo suas filhas, ela decide confiná-las, cortando qualquer contato com o mundo exterior.
Para as irmãs, ainda processando a perda de Cecília, resta apenas a companhia umas das outras. Sem amigos ou apoio externo, e decepcionadas com os pais, talvez acreditaram que a única saída era seguir os passos de Cecília.
O Legado do Mistério
Entretanto, todas essas são especulações. Nunca saberemos ao certo o que se passava na mente das irmãs Lisbon. O fracasso coletivo daqueles ao seu redor em perceber e intervir em sua situação é parte do que conduz ao trágico desfecho. A verdadeira razão por trás da morte das irmãs é intencionalmente deixada como um mistério, perpetuando uma aura romântica e misteriosa que continua a fascinar e assombrar aqueles que as observavam de longe.
O Mistério Insondável das Irmãs Lisbon
O interesse dos rapazes pelas irmãs Lisbon, visto sob a lente do mistério e da fantasia, permanece como um enigma insolúvel em suas vidas. A inacessibilidade e o mistério que as cercavam são elementos centrais na atração que exerciam, tornando a busca por respostas uma jornada sem fim. Assim, o final de “As Virgens Suicidas” permanece um enigma, um espelho das complexidades e inquietações humanas que transcende a tela, ecoando em nossos próprios questionamentos sobre a vida, a perda e o incompreensível.