Guy Ritchie é um nome incontornável no gênero de drama criminal, tendo iniciado sua jornada cinematográfica com “Lock, Stock and Two Smoking Barrels” e construindo, desde então, uma carreira marcada por narrativas complexas e uma estética visual distinta. Em 2019, Ritchie nos apresentou “Magnatas do Crime”, um filme que não apenas mergulha no universo de gângsteres, protagonistas e antagonistas excêntricos, e ações ilegais, mas também serve como uma reflexão sobre sua própria abordagem cinematográfica. O filme coloca em destaque um narrador pouco confiável, que propõe um filme baseado em uma história real, destacando o valor do entretenimento sobre a apresentação de fatos brutos.
“Magnatas do Crime” na Netflix: Uma Extensão ou Uma Nova Perspectiva?
Com a expansão de seu universo narrativo, Ritchie nos traz uma série derivada na Netflix, também intitulada “Magnatas do Crime”. Surge então a dúvida: é necessário assistir ao filme para compreender a série? A resposta é não. Apesar de não haver ligações diretas de enredo entre o filme e a série, é possível perceber ressonâncias temáticas e estéticas. A seguir, exploramos alguns dos principais ecos do filme presentes na série.
O Império da Maconha de Bobby Glass e Mickey Pearson
Mickey Pearson e Bobby Glass compartilham o negócio de cultivo subterrâneo de maconha no Reino Unido, explorando as propriedades de nobres em declínio para expandir seus impérios ilegais. Enquanto Pearson conquistou a lealdade da nobreza, Glass enfrentou a rebelião de Eddie, que acabou por se tornar um membro ativo do império.
Negócios Paralelos: Pescaria e Automóveis de Luxo
A série e o filme também exploram negócios paralelos aos narcóticos, como a distribuição de peixes utilizada por Pearson para contrabandear maconha e o comércio de carros de luxo de Rosalind Pearson e Mercy, embora com distintas abordagens em relação à violência e ao envolvimento com drogas.
Dinâmica de Classe e “O Jogo da Selva”
Tanto o filme quanto a série abordam a metáfora do “jungle” para descrever o submundo criminal e a dinâmica de classe, com personagens escalando posições sociais por meio de suas atividades ilícitas, refletindo sobre a mobilidade social e a inversão de papéis dentro da sociedade.
Estilo e Identidade Visual
O design de figurino, fundamental em “Magnatas do Crime”, cria paralelos visuais entre personagens do filme e da série, utilizando trajes para expressar a personalidade e a posição social dos personagens, desde os elegantes ternos tweed até os chamativos agasalhos.
Envenenamento Como Estratégia
A tática de envenenamento, seguida da oferta de um antídoto como demonstração de poder, é um elemento compartilhado entre o filme e a série, simbolizando o controle absoluto que os personagens exercem sobre seus adversários.
A Arte da Narração
Por fim, tanto o filme quanto a série se valem de uma narrativa não linear e de múltiplas perspectivas para contar suas histórias, questionando a confiabilidade do narrador e engajando o público em uma reflexão sobre a natureza da verdade e da ficção.
Embora “Magnatas do Crime” filme e série possam ser apreciados independentemente, os ecos entre eles enriquecem a experiência para aqueles familiarizados com ambos. Guy Ritchie prova mais uma vez sua habilidade em tecer tramas complexas e visualmente estimulantes, reafirmando sua posição como um influente cineasta no gênero de drama criminal.
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Veja o trailer da série Magnatas do Crime:
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