Contemplando formas eternas

Adalberto De Queiroz

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Como um aprendiz de xadrez que estuda com disciplina os movimentos do jogo, leio Filosofia porque amo ler, sem saber com exatidão qual o meu próximo movimento, e por isso mesmo não alimento a pretensão de entrar em disputa com um oponente real, mas também não abdico de conviver com um adversário imaginário – eu, próprio, que intento sempre sair melhor desse embate.

A Filosofia serve ao meu propósito de aclarar algumas questões da linguagem que, por vezes, parecem difíceis de ser resolvidas quando leio prosa, poesia, política e teologia. E pergunto-me como fugir do dilema poesia ou filosofia?

No ensaio “A tragédia da política”, o escritor Martim Vasques da Cunha (MVC) ilumina “a velha discórdia entre filosofia e poesia”, ao interpretar “o mito da caverna” de Platão. Martim nos fala da necessidade de uma conversão (periagoge), essa “verdadeira reviravolta na alma” que é o “pressuposto para se contemplar as formas eternas e não se preocupar apenas com as aparências”. Enfim, talvez, seja este um falso dilema.

Sou levado a seguir o conselho de MVC, “lidar com a filosofia como se tivesse uma `voz´ que a aproximasse das qualidades da poesia, e não como se fosse um método lógico” e, nunca me esquecendo da máxima heideggeriana, prossigo em busca de minha morada, afinal: “a linguagem é a casa do ser”.

Há muitas vozes a serem ouvidas, na poesia e na filosofia, pois, “na atual sociedade democrática, ´o que nos resta é a disciplina superior do conhecimento`, a única que a unidade da poesia, da filosofia e da política pode nos dar; é a negação de que a determinada forma [deste mesmo] conhecimento se possa atribuir superioridade incontestável”.

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Lendo estes escritos de Emmanuel Lévinas, ouço esta voz forte da filosofia, mantendo a atitude do leigo diante da leitura de filosofia, que penso deve ser sempre a de humildade e persistência, pois nem sempre o entendimento vem de imediato, é o trilhar um longo caminho e, no meu caso específico, mais longo e árduo diante das inúmeras lacunas de formação que tenho nesse domínio do conhecimento.

Alegra-me saber que este filósofo que tanto me agrada, que leio sem desistência e com entusiasmo teve três fontes de experiências pré-filosóficas: a literatura, a espiritualidade e a história: 1.Nas leituras dos autores russos – Púschkin, Lermontov e, sobretudo, Dostoiévski, Lévinas encontrou o fundamento para o questionamento metafísico; 2. Na leitura da Bíblia, quando adolescente, viu nascer a curiosidade espiritual que será reavivada com os estudos do Talmud que fez com M. Chouchani, no anos do pós-guerra; e 3. Na história, em que o seu percurso histórico o levou com a sua família judia a emigrar da Lituânia para a Ucrânia e, depois, para a França, mas permaneceu antes e sempre judeu.

Pois bem, se o desafio de ler e reler a sua filosofia foi (é) o que me impulsiona, o que me freia agora, diante deste artigo, é o peso do silêncio diante do Outro, o leitor, aquele que está agora diante de mim, este estranho, pronto a ouvir (ler), quando o silêncio precede (ou se interpõe) à fala.

Encontro no livro de François Poirié sobre Lévinas um verdadeiro mapeamento exegético e filosófico da obra de Lévinas. Poirié nos adverte: “falar [e escrever, diz este cronista] é arriscar uma aproximação de outrem, é tentar “enredar uma intriga” com ele” – e nessa tentativa diante de você, Leitor, que me arrisco na aventura da linguagem, como “uma tentativa de comunicação”, naquele sentido primário que Lévinas dá à linguagem: “um dirigir-se a outrem, um chamar”.

E assim, enfrento meu silêncio, minha timidez (meu bloqueio) ao iniciar o texto, ciente de que “na fala, é o que está fora que fala, dando lugar à fala e permitindo o falar”. Sou que me atiro sobre o Outro (leitor) e provavelmente, somente se este permitir, seremos cúmplices por um quarto de hora.

Ele pode parar agora mesmo, me virar as costas, ou me mostrar seu rosto, seus olhos e me fazer lido (ouvido).

– “Antes do “Eu penso”, há o bom-dia!” – dizia Lévinas.

“Quando eu te digo “bom dia”, eu te abençoei antes de te conhecer, eu me ocupei com seus dias, eu entrei em sua vida do simples conhecimento”, reforçando que essa atitude diz respeito à cortesia, a dar à preferência a Outrem.

O escritor francês Alain Finkielkraut, sobre quem a filosofia de Lévinas teve grande influência, resumiu este pensamento de Lévinas assim:

“Avant le cogito, il y a Bonjour, c´est un “Après-vous, monsieur!”
(“antes do cogito, há o bom-dia, que é um “depois de você, Sr.”),
 forma original [de cortesia, de ética];" 

E ele tentou descrever:

“o cogito [o “penso, logo existo”, cartesiano], a auto reflexão é o que pressupõe esta saudação. Ninguém havia dito isso antes dele sobre o rosto (do Outro) como Lévinas disse. Ninguém havia falado da transcendência em termos tão concretos: o Outro que nos escapa e ao qual não escapamos.”

Para Lévinas, de fato, “o rosto de outrem, é de pronto, questão ética”.

Mas “como e quanto o é?” – perguntou-lhe François Poirié numa entrevista, a que ele respondeu assim:

A ética: comportamento em que outrem, que lhe é estranho e indiferente, que não pertence nem à ordem de seus interesses nem àquela de suas afeições, no entanto, lhe diz respeito. Sua alteridade lhe concerne. Relação de uma outra ordem que não é o conhecimento em que o objeto é investido pelo saber, aquilo que passa pelo único modo de relação com o seres. Pode alguém ser para um eu sem reduzir-se a um objeto de puro conhecimento? Situado em uma relação ética, o outro homem permanece outro. Aqui é precisamente a estranheza do outro, e se podemos dizer sua ´estrangeiridade`, que o liga a você eticamente. É uma banalidade – mas é preciso espantar-se com ela. A ideia da transcendência talvez se eleve aqui.

Assim, mais me envolvo em meu silêncio (in)disposto a iniciar o meu próprio texto. Perco-me em paráfrases, mas sou alertado de que “antes do discurso, sou revestido de uma forma, sou onde meu ser me esconde. Falar é romper esta cápsula da forma e entregar-se” – encontro este socorro em Lévinas, para quem a filosofia (e a literatura, ouso dizer) é uma “caminhada sob um sol sem sombra”.  

E das fontes inesgotáveis de poesia, o cronista busca a sombra da poesia de John Keats[i]:

[…]
Ao longe, ao longe! Para ti quero voar,
não no carro de Baco e seus leopardos,
porém nas asas invisíveis da Poesia,
embora o cérebro, pesado, hesite e me retarde.
Já estou contigo! Meiga é a noite,
e talvez em seu trono esteja a Lua, essa Rainha,
tendo a enxamear-lhe em torno as suas Fadas estelares.
Mas aqui não há luz,
senão aquela que dos céus com as brisas é soprada
por entre sombras verdejantes e caminhos tortos e musgosos.

Retomo Lévinas. Sigo o ensinamento do filósofo. Repenso. Lembro que travei conhecimento com a obra de Lévinas através de um livro do Papa João Paulo II – “Cruzando o limiar da esperança” –, onde Lévinas é citado como “representante de uma corrente especial do personalismo contemporâneo e da filosofia do diálogo”, ao lado de Martin Buber e Franz Rosenzweig. Como se sabe, o personalismo é aquela corrente de pensadores que têm como núcleo de seus estudos a compreensão do ser humano como pessoa.

Esses pensadores eram admirados por Karol Woytila (João Paulo II), porque exprimiam a tradição personalista do Antigo Testamento, onde tão fortemente se acentua a relação entre o eu humano e o divino, absolutamente soberano “TU”.

A “filosofia do rosto” de Lévinas encontra-se no texto de João Paulo II como um “motivo do Antigo Testamento, dos Salmos e dos escritos proféticos, onde muitas vezes se fala da ´procura do rosto de Deus. O ser humano fala através do rosto, fala em especial todo homem que sofreu uma injustiça, fala e pronuncia precisamente as palavras `Não me mate! ´. O vulto humano e o mandamento “Não matarás” se conjugam em Lévinas de forma genial, tornando-se ao mesmo tempo um testemunho da nossa época…”

Esse testemunho caracteriza a filosofia de Lévinas como a de um pensamento na contracorrente do mundo atual, para usar a expressão de Finkielkraut, que ressalta que Lévinas “nunca cedeu à tentação do engajamento”, pois foi um homem capaz de dizer até o fim: “minha liberdade não tem a última palavra. Eu não estou só” e, assim, “reabilitou a sabedoria grega, sob o nome de sabedoria do amor”.

Lévinas pode dar o testemunho de um ser humano que sofreu a dor de inúmeras perdas, mas não deixou de amar o Outro.

Tendo sido feito prisioneiro de guerra em Rennes (França), com o 10º. Exército, ele foi transportado a um campo de prisioneiros de guerra (militares franceses), próximo a Hannover, e por ser intérprete militar de russo e alemão, viu-se protegido pelo uniforme francês, e não foi tratado como judeu, mas apenas separado no “stalag” (campo de prisioneiros de guerra), em um comando especial.

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Ao final da guerra, recebeu a terrível notícia de que a quase totalidade de sua família fora massacrada pelos nazistas, na Lituânia. Entretanto, graças aos esforços da população civil e membros da hierarquia católica, reconhecidos por Lévinas em entrevista a Poirié, como “absolutamente inesquecível e não me canso de relembrar do papel que desempenhou – com tantos ardis e riscos –, no salvamento de minha esposa e de minha filha, um monastério de São Vicente de Paula nas cercanias de Orléans”.

“Não estive em Auschwitz, mas, enfim, lá perdi toda a minha família. Ainda hoje me pergunto se não há um estranho ensinamento – que Deus me perdoe de dizer: um ensinamento em Auschwitz – estranho ensinamento, de acordo com o qual o começo da fé não é absolutamente a promessa, e que a fé não é, por conseguinte, algo que se possa pregar porque é difícil de pregar – ou seja, propor ao outro – alguma coisa sem promessa. Mas podemos pregá-lo a nós mesmos, podemos pergunta-lo a nós mesmos: eu não digo que sempre chego a concordar com isso. É preciso lembrar tudo o que eu dizia sobre a simetria e dissimetria: suportar Auschwitz, sem renegar Deus, é permitido talvez exigi-lo de si mesmo…Certamente, a história do holocausto representou um papel muito maior que o encontro com esse homem em meu judaísmo, mas o encontro com esse homem [Monsieur Chouchani] me deu uma nova confiança nos livros.

“Essa fórmula que agora emprego: “o que é mais profundo que a consciência, que a interioridade, são os livros” – isso vem desse período que passei com M. Chouchani – diz Lévinas da sua relação intelectual (e espiritual) com esse homem que ele tem como “extraordinário” pela altitude do pensamento e por sua elevação moral. Foi dessa relação intelectual e religiosa com Chouchani que Lévinas, embora ele sempre tenha se considerado judeu, passou a tomar “a aventura histórica do judaísmo como sendo a aventura central do ser humano. “Eu sempre fui judeu, saiba disso!” – alerta na entrevista a Poirié.

No campo de prisioneiros de guerra, ele viveu experiências de forte relacionamento com os cristãos que o fizeram reconhecer “a humanidade fraternal do homem de confiança do stalag que, por cada movimento seu, restaurava em nós a consciência de nossa dignidade. Este homem se chamava abade Pierre, jamais soube seu sobrenome. Houve inúmeras citações do Abade desde então, nas crônicas da caridade da França”. Foi através deste abade que “a caridade cristã apareceu diante das perseguições hitlerianas”.

Ele dá testemunho de que, embora não houvesse tortura no campo, havia muita ansiedade e  penúria, quando os prisioneiros trabalhavam na floresta, e segundo ele sentia-se o isolamento e o único sustento espiritual vinha dos livros que lhes chegavam às mãos, bem como das cartas que lhe davam apoio moral.

“Os livros chegavam e a gente não sabia de onde. Pessoas de manuais técnicos liam Anatole France e Proust. E essa forma de cultivar-se e falar de leituras no trabalho era muito bonita” – resume.

Então, Lévinas conta uma história muito especial de um cãozinho que surgiu no campo.

“Um cãozinho associou-se a nós um dia, a nós prisioneiros que íamos para o canteiro de obras, um cãozinho nos acompanhou ao trabalho; o guarda não protestou; o cãozinho não nos largou mais, instalou-se no ´commando` e nos deixava partir sozinhos. Mas quando voltávamos do trabalho, ele, todo contente, nos acolhia saltitante. Nesse canto da Alemanha, onde, ao atravessar o vilarejo, éramos olhados pelos habitantes como “Juden” [Judeus], esse cachorro nos tomava evidentemente por homens. Os habitantes, decerto, não injuriavam nem nos faziam nenhum mal, mas seus olhares diziam tudo. Nós éramos criaturas condenadas ou contaminados portadores de germes. E o cachorrinho nos acolhia, na entrada do campo, latindo alegremente e saltando amigavelmente ao nosso redor.”

No campo de prisioneiros ele começou a escrever o seu livro “Da existência ao existente” que só fica pronto no retorno à França e é publicado em 1947 e é por muitos considerado, de fato, o primeiro livro, mesmo que já tivesse publicado, aos 24 anos, sua tese na Universidade de Estrasburgo – sob o título de “A teoria da intuição” (1930).

Uma boa síntese da carreira de Emmanuel Lévinas (1906-1995) nos é dada por François Poirié. Lévinas é um pensador judeu, nascido na Lituânia, que se tornou cidadão francês, país para onde se mudou, em 1923, onde completou seus estudos de Filosofia na Universidade de Estrasburgo. Lévinas seguiu depois para a Alemanha onde estudou com Husserl e Heidegger, de 1928 a 1929.

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Em 1930, de volta à França, dedicou-se ao ensino de filosofia e ao estudo do Judaísmo, que foi marcante em sua vida. “A interrogação heideggeriana sobre o ser e seus fundamentos será decisiva para o então jovem estudante de filosofia nutrido por uma cultura judaica cujos valores éticos são primordiais” (Poirié).

Feito prisioneiro de guerra, Lévinas passou praticamente toda a 2ª Guerra mundial no campo de Fallingbostel, próximo a Hannover, sob a “proteção” uniforme de militar francês. Em 1947, publica seu livro “Da existência ao existente”, em seguida, mantém uma intensa atividade intelectual de ensino de filosofia, crítica literária e ensino do Judaísmo, proferindo conferências no colégio filosófico fundado e dirigido por Jean Wahl.

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Lévinas com a esposa Raïssa e a filha Simone, final dos anos 1930.

Nos anos seguintes, participa do Colóquio dos intelectuais judeus da França, publica diversos livros, profere conferências na França e no exterior. No início deste século, a filosofia de Lévinas tornou-se bastante conhecida e comentada em todo o mundo, com traduções em diversos idiomas nos Estados Unidos, México, Brasil e em todos os países da Europa. Lida e comentada com entusiasmo ao redor do mundo, nessas duas décadas do nosso século, a filosofia de Lévinas não sustenta a ética fácil da modernidade, mas, ao contrário, a coloca diante de exigências de uma inquietude filosófica que enfatiza a alteridade.  “Por que tamanho embevecimento com Lévinas?” – a resposta é do François Poirié:

“Talvez porque a época seja mais moral do que política. Talvez também porque hoje um filósofo que fala de Deus e de espiritualidade não seja mais banido do rol dos pensadores “sérios”, correndo o risco, aliás, de gerar um importuno amálgama entre o retorno atual a um passo religioso, muito constrangedor no Ocidente e fanático no Oriente Médio, e a moral de Lévinas, na qual o homem é votado, até por sua humanidade e a despeito dele próprio, à responsabilidade por outrem quem quer que ele seja. Mas, sobretudo, creio que a admiração suscitada por Lévinas venha principalmente da profunda originalidade de sua démarche.”

Há quem pense que talvez o diagnóstico de Poirié deva ser revisado, conforme ao andar da carruagem da história neste 2020. Sobre isso o cronista se cala, diante da incapacidade de elaborar uma análise política mais elaborada, e deixa a observação de que é notável a crise do humanismo em nosso século e uma crescente tendência ao arrefecimento dos autoritarismos.

Tal como Lévinas não foi capaz de esquecer a atitude de seu mestre Heidegger em relação ao nacional-socialismo, provavelmente muitos encontrarão em sua abordagem da responsabilidade argumentos fortes para retirar qualquer apoio aos desvarios dos poderosos que dominam a cena política atual – no Brasil e no mundo. E assim, à guisa de conclusão que a esperança manifesta por Poirié deve ser sim revisada, ainda mais quando se expande o olhar para os dias atuais, nos quais domina “a religião política que controla nossos sentimentos” e, como afirma, Martim Vasques da Cunha exara uma sentença de morte:

“Apesar de vivermos em estados-nações que se dizem civilizados… todos nós estamos, de uma forma ou de outra, sujeitos a ser vítimas de outra condenação fatal, desta vez submetida pelas forças corruptas do Estado ou, o que é pior, pelas mãos do terror das organizações criminosas que querem submeter o cidadão normal a uma “comunidade do sofrimento” – e que vão desde a Al-Qaeda ao Primeiro Comando da Capital (SP), passando pela sua variante mais recente, o Estado Islâmico”.

À suivre.


[i] KEATS, John. “Poemas”. Trad. introdução e notas de Péricles Eugênio da Silva Ramos, Art Editora, S. Paulo, 1985, pág. 51, trecho de “Ode a um rouxinol”.
Outros livros citados neste artigo: LÉVINAS, Emmanuel. “Humanismo do Outro Homem”, Ed. Vozes, 2012; “De Deus que vem à ideia”, Vozes, 2002. POIRIÉ, François. “Emmanuel Lévinas: ensaio e entrevistas”, Perspectiva ed., 2007; JOÃO PAULO II, Papa. “Cruzando o limiar da esperança”. Ed. Francisco Alves, 1994; CUNHA, Martim Vasques da. “A tirania dos especialistas: desde a revolta do PT até a revolta do subsolo de Olavo de Carvalho”, Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2019.

3 comentários em “Contemplando formas eternas”

  1. Adalberto, terminei de ler o seu excelente artigo e fiquei pensando como temos tanto que aprender com as, obras e autores que forjam o nosso conhecimento. Você nos conduziu por entre a sabedoria de Lévinas (e de outros), e cada palavra trouxe-nos enriquecimento. O judeu pensante, o homem universal, tantas vezes torturado, não se deixou abater. E os livros foram o seu apoio constante.

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