Resenha: O Nome do Vento, de Patrick Rothfuss (2)

O Nome do Vento – A Crônica do Matador do Rei, é narrado por Kvothe (o protagonista), com exceção dos interlúdios, nos quais o narrador é onisciente. Esse é o primeiro dia da Crônica do Matador do Rei.

Caso você não tenha entendido, é o seguinte: Kvothe é um homem de trinta e poucos anos e dono de uma hospedaria chamada Marco do Percurso. Ele é mestre de Bast, um cara bonito que encanta todas as garotas solteiras e virgens da cidade e que demonstra sua outra face mais tarde. Certo dia, Kvothe encontra um cronista na floresta, e o que os cronistas fazem? Vão atrás de pessoas para pedir que elas contem suas histórias de vida para que eles publiquem depois. Após muita insistência, o cronista consegue convencer Kvothe de contar a sua história. Kvothe, então, diz que vai precisar de três dias para contar tudo o que aconteceu em sua vida. Sendo assim, cada livro é um dia. O Nome do Vento é o primeiro dia em que ele está contando a história, O Temor do Sábio é o segundo dia e o terceiro livro (ainda sem título confirmado, seguimos esperando há quase 10 anos), que será contado no terceiro e último dia.

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Retomando, Kvothe conta a história da vida dele. Começa quando era criança e fazia parte dos Edena Ruh, que são pessoas de circo que vivem viajando. Eles apresentavam peças de teatro e o pai de Kvothe tocava alaúde para o público. Kvothe aprendia muitas coisas com um homem que viajava com o seu grupo: Ben. Ele ensinou a Kvothe tudo o que aprendera na Universidade durante o pouco tempo que passou lá. Depois acontece uma tragédia e Kvothe se vê como uma criança de rua. Vai para uma cidade grande carregando a coisa que mais lhe tinha valor: o alaúde de seu pai. Não demora muito até tentarem assaltá-lo e ele vive 3 anos como uma criança de rua andando descalço todos os dias. Quando completa 15 anos, vende seu livro Retórica e Lógica que ganhou de Ben e consegue com isso dinheiro suficiente para viajar até a Universidade.

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Durante o livro todo você se preocupa com o dinheiro de Kvothe. Ele sempre conta como seu dinheiro é escasso, quando ele tem somente alguns vinténs, você fica angustiado. Quando ele diz que tem talentos de prata, você fica radiante por ele ter dinheiro de verdade no bolso, mas toda vez que ele compra algo ou é obrigado a gastar seu dinheiro, você já fica apreensivo e com medo de que ele tenha que voltar a mendigar.

Vou parar por aqui para a resenha não ficar enorme e para não soltar spoilers, pois vocês precisam conhecer a história de Kvothe por si mesmos.

A escrita de Patrick Rothfuss é ótima. Encontrei vários erros no livro, como falta de palavras e complementos que passaram despercebidos pela revisão. Mas, se eles não tiverem mudado muito a escrita dele para a tradução, eu gostei bastante, sem problemas. É muito fácil de ler, mas sempre com uma pitada de formalidade e poesia, o que lembra muito a escrita de Tolkien.

O enredo é I-N-C-R-Í-V-E-L! Ele criou um personagem maravilhoso, que sofre muito com a vida, mas que mesmo assim não desiste de mostrar do que ele é capaz ao mundo. Ele passa por muitas aventuras, muitas coisas loucas acontecem na vida do Kvothe e você acompanha tudo de perto, pensando “eu quero que ele tenha dinheiro, eu quero que ele fique com a mulher que ele ama, eu quero que ele se vingue, eu quero que ele encontre o Chandriano”, você fica basicamente querendo tudo o que o personagem faz com calma e sem muita preocupação, você acaba ficando mais envolvido e preocupado do que o próprio Kvothe.

Inclusive, Kvothe é um personagem muito bem construído, com uma personalidade única. Depois que você lê O Nome do Vento, você ainda não se vê saciado pela história, que de tão envolvente, me fez gostar de vários personagens além do protagonista. Gostei MUITO do Elodin, um professor louco da Universidade que faz coisas muito engraçadas que faz o leitor gargalhar. Por exemplo, durante uma reunião ele começa a gargalhar do nada e caçoar do evento! Gostei do Simmon e do Willem, os melhores amigos do Kvothe. Adorei a Auri, uma louca da Universidade que vive nos boeiros. Gostei muito do cronista e do Bast também. Assim como Kvothe, passei a querer muito que ele fosse como O Grande Taborlin e soubesse o Nome de todas as coisas. AMEI o livro, sem mais considerações. Patrick Rothfuss com certeza se tornou um dos meus escritores favoritos.

Dei ao livro cinco estrelas e está favoritado, sem dúvida.


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